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Celso Amorim se encontra com Putin: portas não estão fechadas para a paz

Encontro em Moscou foi planejado com discrição

O Liberal
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Ex-chanceler brasileiro, Celso Amorim se encontrou discretamente com o líder russo, Vladimir Putin, em Moscou, na Rússia, para discutir a guerra na Ucrânia. Amorim, que atualmente é chefe da assessoria especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em entrevista à CNN que as portas para uma negociação de paz com a Rússia não estão totalmente fechadas.

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O encontro entre ele e o presidente da Rússia ocorreu na quinta-feira (29) e durou cerca de uma hora, com conversas sobre questões bilaterais e, posteriormente, sobre a guerra na Ucrânia.

Ao chegar a Moscou, Amorim foi recebido pelo secretário do Conselho de Segurança, Nikolai Patrushev, e pelo principal assessor do Kremlin para assuntos internacionais, Yuri Ushakov.

Ele também teve um almoço com o ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que visitará o Brasil no dia 17 de abril. A viagem foi organizada com máxima discrição e não havia certeza sobre um possível encontro com Putin.

“Não há solução mágica [para interromper o conflito]. Mas haverá um momento em que, de um lado ou de outro, surgirá uma percepção de que o custo da guerra — não só o custo político, mas humano e econômico — será maior que o custo das concessões necessárias para a paz”, disse Amorim

“Minha sensação é de que esse momento ainda não chegou, mas pode chegar mais rápido do que se pensa. E aí a existência de um grupo de países ‘neutros’ — nisso é necessário colocar aspas — pode ajudar”, completou Celso Amorim.

Putin manteve narrativa de que Ocidente provocou a guerra

Amorim relatou que, durante o encontro, Putin expressou sua visão de que os impasses que levaram à guerra e mantêm o conflito foram causados pelas potências ocidentais. No entanto, ele também deixou uma margem para possíveis negociações no futuro. Amorim afirmou que não há solução mágica para interromper o conflito, mas acredita que pode haver uma percepção dos dois lados de que o custo da guerra será maior do que o custo das concessões necessárias para a paz.

O ex-chanceler também destacou a importância de um grupo de países "neutros" - entre eles, o Brasil - para ajudar na negociação de paz. Ele acredita que, apesar de ainda não ter chegado o momento para isso, pode acontecer mais rápido do que se pensa. Amorim atribuiu a disposição de Putin em recebê-lo ao papel do Brasil e, em especial, do ex-presidente Lula, que tem mantido contato com líderes de outros países para buscar soluções para o conflito.

Em meio ao conflito na Ucrânia, pouquíssimos chanceleres ou assessores presidenciais têm sido diretamente recebidos por Putin. O encontro entre Amorim e Putin foi realizado em um ambiente de enigmática distância, mantendo uma mesa entre os dois líderes. O ex-chanceler brincou que eles ficaram a "uns oito metros um do outro".

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