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Por que a cachaça brasileira sumiu dos EUA? Entenda o motivo

Sobretaxa de 50% imposta durante gestão Trump provocou cancelamentos e ameaça exportações de pequenos produtores brasileiros

O Liberal

Nos bares e mercados dos Estados Unidos, a cachaça brasileira está cada vez mais difícil de ser encontrada. O destilado, base da tradicional caipirinha, praticamente sumiu das prateleiras e das cartas de bebidas no país. Mas o que está por trás desse desaparecimento repentino?

A resposta está em uma medida econômica adotada pelo presidente Donald Trump: uma sobretaxa de 50% sobre a bebida nacional, que impactou diretamente os produtores brasileiros. O setor, que já vinha em construção de mercado há mais de uma década, agora enfrenta cancelamentos, paralisações de pedidos e incertezas.

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Impacto nas exportações e risco para pequenos produtores

A sobretaxa comprometeu o mercado mais lucrativo para a cachaça brasileira fora do país. Embora os Estados Unidos sejam apenas o terceiro maior comprador em volume (atrás de Paraguai e Alemanha) é lá que o preço por litro é o mais valorizado, com valor 96% superior à média global, segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac).

Prejuízo financeiro e alerta ao governo

As consequências econômicas atingem um setor que movimenta cerca de 800 milhões de litros por ano e gera mais de 600 mil empregos diretos e indiretos, com forte presença de micro e pequenas empresas em áreas rurais.

Em 2024, os EUA importaram 824 mil litros de cachaça, movimentando aproximadamente US$ 3,6 milhões. Embora o volume represente uma pequena fatia da produção nacional, o valor agregado e o peso para pequenos produtores tornam o impacto relevante.

O Ibrac estima uma queda de 12% no faturamento com exportações e uma redução de pelo menos 6% no volume exportado aos americanos. A entidade já acionou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que avalia medidas de apoio ao setor por meio da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça.