MENU

BUSCA

Onda de calor deixa mortos na Europa e obriga fechamento de escolas e da Torre Eiffel

A vila portuguesa de Mora registrou temperaturas de até 46,6°C

Thaline Silva*

Pelo menos oito pessoas morreram em decorrência da onda de calor que atinge a Europa nesta semana. As temperaturas extremas, que ultrapassaram os 45°C em algumas regiões, provocaram o fechamento de escolas, cancelamento de atividades ao ar livre e até a suspensão da visitação ao topo da Torre Eiffel, em Paris.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) classificou o fenômeno como um "assassino silencioso" e destacou que episódios como esse estão se tornando mais frequentes e severos por causa das mudanças climáticas provocadas por atividades humanas. “É algo com o qual temos que aprender a conviver”, disse Clare Nullis, porta-voz da OMM.

França registra mortes e fecha escolas

A França viveu o mês de junho mais quente desde 1900. Em Paris, os termômetros marcaram até 42°C. Nesta quarta-feira (2), mesmo com leve queda, a temperatura seguia em 36°C — considerada alta para os padrões locais. Mais de 2.200 escolas foram fechadas como medida de precaução. Segundo autoridades, cerca de 300 pessoas foram atendidas com sintomas de insolação no país, e duas morreram, incluindo uma menina de dez anos.

Calor avança para o leste europeu

Na Alemanha, a onda de calor fez os termômetros em Berlim se aproximarem dos 39°C — mais de 15°C acima da média histórica. Em algumas regiões, o país decretou o hitzefrei, que libera alunos das aulas em dias de calor extremo.

Na Espanha, as temperaturas chegaram a 46°C em Huelva. Além do calor, o país enfrenta incêndios florestais, como o que atingiu a região da Catalunha e deixou ao menos duas pessoas mortas. Uma criança de dois anos também morreu após ser deixada por horas dentro de um carro em Tarragona.

“Estamos passando muito mal, principalmente à noite”, relatou Loli López, de 81 anos, moradora de Sevilha. Em Barcelona, a prefeitura ativou medidas emergenciais, como distribuição de água para pessoas em situação de rua e envio de alertas por SMS com orientações de proteção.

VEJA MAIS 

Especialista sugere final da Copa de 2026 às 9h da manhã por risco extremo de calor nos EUA
Cidades da costa leste americana, onde os termômetros chegaram a 39°C em pleno mês de junho

Onda de calor na Europa fecha escolas e eleva alertas em vários países
Temperaturas extremas que ultrapassam os 40 °C afetam França, Espanha, Itália, Portugal e Grécia

Portugal e Itália também enfrentam temperaturas extremas

Em Portugal, a cidade de Mora, no Alentejo, bateu o recorde nacional para o mês de junho, com 46,6°C. A previsão para esta quarta-feira era de até 40°C na região.

Na Itália e na Turquia, também foram registradas mortes causadas pelas altas temperaturas. Autoridades seguem monitorando a situação e reforçando alertas à população sobre os riscos à saúde.

Impacto climático e críticas à resposta política

A cientista Samantha Burgess, do observatório europeu Copernicus, comparou o episódio atual às ondas de calor registradas em 2003 e 2022, que provocaram dezenas de milhares de mortes. “Os impactos da onda atual só poderão ser plenamente avaliados nos próximos meses”, afirmou.

Kadri Simson, chefe da União Europeia para a Transição Energética, criticou a falta de ação efetiva contra a emergência climática. Segundo ela, a “covardia política” tem impedido avanços significativos no enfrentamento do aquecimento global.

Incêndios fora de controle

Na Catalunha, o incêndio que matou duas pessoas gerou uma coluna de fumaça de 14 mil metros de altura e destruiu cerca de 6.500 hectares. Mais de 500 bombeiros atuaram no combate ao fogo, que só foi controlado com a chegada de uma tempestade.

“Incêndios como esse não são mais como antes. Desde o início ficou claro que estava fora da capacidade de extinção”, afirmou Salvador Illa, presidente regional da Catalunha. “Nem mesmo o dobro ou o triplo do efetivo teria sido suficiente para conter o fogo sem a ajuda da chuva.”

Autoridades seguem em alerta com a previsão de mais dias de calor extremo em várias regiões do continente.

Com informações da AP e da AFP.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Tainá Cavalcante (editora Web de O Liberal)