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Jovem suspeita de triplo feminicídio é presa ao vivo durante entrevista na TV

Morena Verdi, Brenda Del Castillo e Lara Gutiérrez foram torturadas e esquartejadas em crime que chocou Buenos Aires

Hannah Franco

Uma mulher foi presa nesta segunda-feira (29/9) durante uma entrevista ao vivo na TV na Argentina. Florencia Ibáñez, suspeita de envolvimento no triplo feminicídio que chocou o país, estava concedendo entrevista ao canal América quando a polícia entrou no estúdio para detê-la, em imagens exibidas em tempo real.

O caso envolve o assassinato de Morena Verdi, 20 anos; Brenda Del Castillo, 20; e Lara Gutiérrez, 15, encontradas mortas cinco dias após desaparecerem em Buenos Aires. Detalhes do crime, compartilhados em grupo fechado nas redes sociais, indicam que as jovens foram torturadas antes de serem assassinadas, em um ato considerado um “exemplo” de disciplina dentro de disputas do tráfico de drogas.

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A detenção de Florencia ocorreu minutos após ela negar envolvimento no crime durante a entrevista, surpreendendo jornalistas e telespectadores. As autoridades continuam à procura de “Pequeño J”, suspeito de ordenar os assassinatos, e de seu imediato, de 23 anos. Um mandado de prisão internacional foi emitido contra o peruano, que atuaria na região de Zavaleta, ao sul da capital argentina.

Florencia é sobrinha de Víctor Sotacuro, principal suspeito já preso, e foi filmada dentro de um carro usado como apoio à van que transportou as vítimas até o local do crime.

O advogado da jovem, Guillermo Endi, explicou que a entrevista foi uma tentativa de proteger sua vida: “Sabíamos que isso podia acontecer desde o momento em que ela estava dentro do carro do tio”, disse ao jornal Clarín.

Segundo Endi, Florencia vai colaborar com as autoridades, entregando o veículo, o telefone e outros elementos relacionados ao caso. Ela prestará depoimento nesta terça-feira ao promotor responsável.

Entenda o caso

As jovens foram atraídas com uma suposta oferta de trabalho sexual e levadas para uma casa onde sofreram tortura e assassinato no dia do desaparecimento. Segundo o ministro da Segurança da província de Buenos Aires, Javier Alonso, o crime teve caráter “disciplinador” por um suposto roubo de drogas, sendo transmitido ao vivo para 45 usuários de um grupo fechado nas redes sociais.

O crime chocou a Argentina e gerou forte repercussão nas redes e na imprensa. No último sábado, milhares de pessoas marcharam até o Congresso em Buenos Aires, exigindo justiça pelas vítimas.