Ex-Remo e Palmeiras, jogador relembra como deixou o vício do alcoolismo
Volante defendeu o Remo na temporada de 2017 e colecionou polêmicas na carreira
O ex-jogador do Remo, França, de 33 anos, que atualmente joga pelo União Cacoalense-RO, revelou em entrevista que era alcoólatra e que por muitos anos conviveu com isso atuando por vários clubes do país.
O volante França, afirmou em entrevista ao site GE São Paulo, que foi “jogado contra a parede” pela esposa, para procurar ajuda. Ou França mudava de vida e procurava sair dessa situação de alcoolismo, ou ele não perderia o convívio com a filha e sua esposa.
Envolvido em várias polêmicas na carreira, França afirmou que a estrutura familiar foi algo que contribuiu para que a carreira tomasse outros rumos. Ele afirmou que o sucesso, o dinheiro e a fama atrapalharam a carreira e que não soube administrar tudo isso.
“A gente que é jogador e vem de uma cidade, um bairro periférico e não tem uma estrutura familiar por trás, quando começa a trilhar a carreira no futebol e ganhar dinheiro, as coisas mudam. O pensamento começa a mudar, a vida muda. Acho que o que me atrapalhou na trajetória foi o sucesso, a fama, o dinheiro. Eu não soube lidar com tudo isso”, disse.
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França jogou por vários clubes e em 2014, no Palmeiras, ganhou notoriedade e os problemas apareceram. Segundo o jogador, o álcool sempre foi presente na sua vida.
“[O álcool] foi um grande problema na minha vida, e acho que na vida de muitas pessoas também. O alcoolismo eu realmente tive. Bebia muito. Isso não condiz com a vida de atleta. Não tem como você beber e treinar, isso acaba atrapalhando muito sua carreira”, comentou.
O jogador passou pelo Remo em 2017, quando chegou a Belém emprestado pelo Londrina-PR. França fez apenas seis partidas com a camisa do Leão. Taxado como “bad boy”, na sua chegada, França não renovou seu contrato com o Remo e saiu do Baenão sem deixar saudades ao torcedor.
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Com passagens pelo Figueirense-SC, Criciúma-SC, Londrina-PR, Brusque-SC, Cascavel-PR, Treze-PB entre outros clubes, França tenta reconstruir sua carreira. Nesta temporada defendeu a Penapolense-SP e agora atua pelo União Cacoalense-RO.
“Hoje me sinto realizado, feliz por tudo que passei. De certa forma serve de testemunho, meninos novos que estão chegando agora. Feliz porque Deus tem me proporcionado muitas coisas. Tenho sonho de jogar uma Série B, C ou até a A do Paulistão. Mas entendo o momento de agora e tenho certeza que uma hora Deus começa a mover as coisas”, comentou.
Segundo o jogador, a boa parte do tempo de carreira foi perdido por falta de postura. O volante fez uma reflexão do momento em que viveu e o atual momento da carreira e afirmou que o futebol não existe espaço para as coisas que costumava fazer.
“Uma boa parte da minha carreira só fui jogador. Hoje o atleta se cuida, alimentação, sono, ele está sempre 100% nos treinos. E aquele boleirão, que só quer a noite. Eu já tive essa experiência. Na maior parte da minha vida só fui jogador. Ganhava um salário muito bom e achava que jogar era uma coisa e tinha que viver minha vida. Hoje futebol não tem espaço para isso. Hoje ou você é atleta ou não consegue jogar mais”, falou.