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Remo celebra 20 anos da conquista do título brasileiro da Série C

A vitória sobre o Novo Hamburgo e o empate em Minas coroaram o Leão Azul com o título da Série C de 2005, numa campanha marcada pela força dentro e fora de campo

O Liberal

Nesta quinta-feira (20), completam-se 20 anos de uma das conquistas mais marcantes do futebol paraense. Foi naquele 2005 que o Remo escreveu um capítulo épico ao vencer o Novo Hamburgo por 2 a 1, com gols de Capitão e Maurílio, para confirmar não só o acesso, mas também o título da Série C, que fez da capital paraense um verdadeiro caldeirão pintado em azul marinho.

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A caminhada rumo ao título começou em um momento simbólico. O clube chegava ao seu centenário pressionado pela missão dupla: voltar à Série B e presentear seu torcedor com um título nacional. Sob o comando do presidente Raphael Levy, o Remo iniciou a competição em um grupo regional e não teve problemas. Liderou sua chave com 14 pontos, deixando São Raimundo, Abaeté e São José para trás. Em Belém, os primeiros jogos da equipe viraram espetáculo, embalados por arquibancadas sempre cheias — um prenúncio do que seria a força do Fenômeno Azul ao longo da campanha.

Foi no sufoco

A festa, no entanto, deu lugar ao drama logo no primeiro mata-mata. Contra o Tocantinópolis, o Remo entrou como favorito, mas saiu derrotado por 2 a 0 no jogo de ida. Em Belém, viveu uma noite para cardíacos: mais de 42 mil torcedores lotaram o Mangueirão e viram o Leão devolver o placar com sobras, fazendo 4 a 1 e alcançando a classificação com um pênalti convertido por Osny nos minutos finais.

Na fase seguinte, o reencontro com o Abaeté trouxe equilíbrio e tensão. O empate por 1 a 1 em Belém deixou tudo aberto para o segundo duelo. Em Abaetetuba, o Remo precisou novamente da superação: venceu por 3 a 2, com uma cobrança de falta certeira de Marquinhos Belém, e avançou.

O penúltimo obstáculo foi o Nacional-AM. A vitória por 2 a 0 em Manaus parecia encaminhar a classificação, mas o jogo de volta virou um sofrimento. Pressionado o tempo inteiro, o Remo perdeu por 1 a 0, mas conseguiu segurar o resultado agregado e garantir vaga no quadrangular final.

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Reta final e a glória

Chegando à fase decisiva com a pior campanha, o Leão sabia que precisaria jogar contra a matemática e contra a geografia: ele e o América-RN seriam obrigados a decidir suas vidas longe de casa. No quadrangular, o Remo estreou bem, vencendo o Novo Hamburgo por 1 a 0 no Mangueirão. Mas as derrotas para Ipatinga e América fora de casa complicaram tudo. A resposta veio novamente no embalo da torcida: vitória por 2 a 0 sobre o América em Belém e um dramático empate por 2 a 2 contra o Ipatinga, que deixou o Leão com a missão de vencer o último confronto, no Sul do país.

No dia 20 de novembro de 2005, o Remo entrou no gramado carregando o peso de um século de história. O acesso era obrigação. O título, possibilidade. E os azulinos entregaram mais uma atuação de coragem. Capitão e Maurílio balançaram as redes, o Remo ganhou por 2 a 1 e garantiu o retorno à Série B. A celebração, porém, teve que esperar. O América ainda jogava. Cinco longos minutos depois, o empate persistiu em Minas. E quando o apito final ecoou, o grito saiu: o Remo era campeão brasileiro pela primeira vez.

Belém explodiu. O aeroporto recebeu uma multidão e virou uma extensão do estádio. Os heróis desfilaram em carro do Corpo de Bombeiros, transformando a capital em um mar azul. Não por acaso, aquela torcida — que colocou mais de 34 mil pessoas de média nos estádios — ganhou o apelido que ecoa até hoje: Fenômeno Azul, enquanto a instituição Clube do Remo ganhava ali o seu primeiro título nacional.