Paysandu garante o acesso e retorna à Série B após cinco anos; confira a retrospectiva da campanha

Crises, demissões, excesso de contratações e a chegada de Hélio dos Anjos. Como foi a campanha do acesso do Paysandu para a Série B

Alessandro Amorim
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O Paysandu conquistou o acesso no último sábado (7), no Mangueirão, em partida válida pela 5ª rodada do quadrangular contra o Amazonas. A classificação veio com uma rodada de antecedência e após uma campanha superando todas as dificuldades possíveis que um clube possa enfrentar. Crises, demissões, excesso de contratações, chegada de Hélio dos Anjos e reforços que se tornaram pilares da campanha. Confira a linha do tempo da campanha do Paysandu na Série C de 2023.

COMEÇO DE ANO RUIM

A primeira parte da temporada do Paysandu foi frustrante, os bicolores foram eliminados nas semifinais do Parazão para o campeão Águia de Marabá, em disputa de pênaltis no Mangueirão, e na terceira fase da Copa do Brasil para o forte time do Fluminense, que na época que vivia excelente momento. O índice de acerto nas contratações para a temporada foi muito baixo, apenas 4 jogadores permaneceram até o fim da campanha de acesso: Wanderson, Eltinho, Bruno Alves e Mário Sérgio. O executivo de futebol Ari Barros chegou em março deste ano e reformulou o elenco por completo durante a disputa da Série C. Ao todo, 47 jogadores foram contratados em 2023.

PRIMEIRA TROCA DE COMANDO

Após a eliminação para o Águia, no Parazão, o treinador Márcio Fernandes foi demitido do Paysandu. O treinador teve dificuldades para encaixar um time com as 32 contratações feitas no período em que ele esteve no clube. Para o lugar dele foi contratado Marquinhos Santos, que treinou o Paysandu entre 2017 e 2018. E na estreia da Série C contra a Aparecidense, o treinador estava na Curuzu e foi ao vestiário no intervalo para dar as primeiras instruções a equipe e sair com a vitória por 2 a 1, sob o comando do interino Wilton Bezerra.

TURBULÊNCIA NA LARGADA DA SÉRIE C

Marquinhos Santos chegou ao Paysandu no período em que o clube disputava a decisão de terceiro lugar do Parazão, finais da Copa Verde e a disputa da Série C em paralelo. Somado a isso, as inscrições da competição estadual e regional estavam encerradas e o clube não podia iniciar o processo de reformulação do elenco. Os bicolores perderam os dois jogos da final mais o título da Copa Verde contra o Goiás e conseguiram o terceiro lugar do Parazão em duas partidas contra o Cametá. Esse início custou ao Paysandu um 16º lugar nas primeiras cinco rodadas da Série C, com goleadas sofridas para Ypiranga (5 a 0) e Volta Redonda (3 a 0).

LÍDERES REFORÇARAM O ELENCO

Durante a passagem de Marquinhos Santos no Paysandu, o clube talvez tenha feito o melhor mercado de contratações. Conseguiu se reforçar com dois jogadores experientes que fizeram a diferença dentro e fora de campo. O zagueiro Paulão, de 37 anos, rapidamente conquistou a liderança do grupo que iria conseguir o acesso. Outro que chegou foi o meia Robinho, de 35 anos, que demorou para mostrar boas atuações, mas quando precisou ser capitão do time com a lesão de Paulão, ele cresceu de rendimento e foi a referência técnica do time.

QUEDA DE MARQUINHOS SANTOS

Passada as competições do primeiro semestre, o Paysandu voltou as atenções para a Série C e passou a lutar nas últimas posições da tabela da competição. Nas coletivas durante o mês de junho, o treinador defendia que o processo de encaixar todos esses reforços, que chegaram para a Série C, ia demandar um tempo e chegou a citar que apenas em agosto o time estaria na ponta dos cascos. Em junho, o Marquinhos Santos venceu apenas 1 dos 5 jogos disputados, não resistiu depois da derrota por 3 a 2 para o Botafogo-PB, no Almeidão, e foi demitido do cargo. O técnico entregou o time na 16ª colocação e a dois pontos da zona de rebaixamento, com o Paysandu tendo a pior defesa da competição e o quinto pior ataque na 10ª rodada.

HÉLIO DOS ANJOS E O IMPACTO FORA DE CAMPO

O atual treinador do Paysandu foi anunciado no dia 28 de junho deste ano e precisava melhorar o time em todos os aspectos: física, técnica e mentalmente. A coletiva de Hélio após a derrota na estreia por 2 a 0 para o Brusque, na Curuzu, foi emblemática. O treinador se mostrou bastante insatisfeito com o nível da preparação física do time e disse que ia “sangrar” a partir daquele momento, para chegar no nível que Hélio considerava satisfatório. Além da parte interna de vestiário e treinamentos, o técnico foi fundamental para recuperar a confiança do torcedor. Só o simples fato de Hélio ser o último treinador a ter sucesso e idolatria no clube, foi o suficiente para a torcida voltar a acreditar e marcar presença na Curuzu e Mangueirão.

O PAREDÃO QUE GARANTIU A SEGURANÇA

Outro personagem que chegou durante a campanha da Série C foi Matheus Nogueira. O goleiro titular do Paysandu foi contratado depois da chegada de Hélio dos Anjos, estreou contra o Amazonas na 12ª rodada e fez sua melhor atuação na competição, fazendo defesas de puro reflexo e de plasticidade. O camisa 13 foi um dos pilares do time bicolor na campanha de acesso e foi titular em todos os jogos desde que chegou ao clube.

A VIRADA ÉPICA SOBRE O NÁUTICO

O time comandado por Hélio dos chegou na partida contra o Náutico embalado com uma sequência de cinco jogos de invencibilidade, enquanto o Timbu estava em crise depois de discussão interna entre treinador e jogador. Uma vitória do Paysandu encaminharia a classificação para o quadrangular e tiraria os alvirrubros do G-8 da primeira fase. O Náutico começou a partida vencendo por 2 a 0 com duas falhas do sistema defensivo no primeiro tempo, mas os bicolores conseguiram a virada para 4 a 2 em uma grande atuação no segundo tempo. Foi a partida que mudou a chave do time para a conquista do acesso.

A ARRANCADA PARA QUADRANGULAR

Depois da derrota para o Brusque na estreia do treinador, o Paysandu conseguiu 5 vitórias nos últimos 8 jogos da primeira fase da Série C e conseguiu a classificação para o quadrangular em 7º lugar. Desde a estreia do treinador na 11ª rodada, só o Brusque e Operário tiveram campanhas melhores até o fim da primeira fase da Série C. O Paysandu conseguiu arrancar da luta contra o rebaixamento para ir ao quadrangular.

PAYSANDU SUPEROU OS TRAUMAS DO PASSADO

Antes do quadrangular deste ano, os bicolores tiveram um péssimo aproveitamento em quadrangulares anteriores. 11 derrotas nos 18 jogos desta fase nos anos de 2020, 2021 e 2022 e um aproveitamento de apenas 24%. Além disso, o Paysandu foi lanterna do seu grupo nas três ocasiões. Já neste ano, o roteiro foi diferente. Apesar do empate em casa na estreia do quadrangular para o Volta Redonda, o Papão engatou três vitórias seguidas - contra o Amazonas e os dois duelos contra o Botafogo-PB. Foram duas vitórias fora do Pará, algo que não tinha acontecido nos quadrangulares anteriores.

RETORNO A SÉRIE B DEPOIS DE 5 ANOS

O acesso foi garantido com uma rodada de antecedência, algo improvável com todos os problemas que o clube teve durante a temporada, com duas demissões de treinadores e mais de 47 contratações de jogadores feitas no ano de 2023. Um planejamento inicial equivocado de inúmeras contratações que não deram certo no clube, mas que se mostrou assertiva na correção de rota durante a Série C. Muitos méritos a Hélio dos Anjos, que transformou o Paysandu de 2023 em um time vitorioso.

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