Ministério Público abre investigação preliminar sobre repasses e gestão no Paysandu
Promotora cobra explicações do clube e do Banpará após denúncia de possível irregularidade em repasses de patrocínio entre 2021 e 2025
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) oficializou a abertura de uma investigação preliminar para apurar possíveis irregularidades administrativas e repasses financeiros envolvendo o Paysandu Sport Club e o Banco do Estado do Pará (Banpará). A medida foi determinada pela promotora Helena Maria Oliveira Muniz Gomes, em despacho datado de 4 de novembro de 2025.
O documento determina que dois ofícios sejam expedidos: um ao Paysandu, solicitando que o clube encaminhe, em até 15 dias, informações detalhadas sobre os fatos citados na denúncia; e outro ao Banpará, pedindo que o banco informe se houve repasses de recursos ao clube entre 2021 e 2025, e, em caso positivo, envie cópias dos contratos ou instrumentos formais que oficializaram essas transações.
A promotora também determinou que ambos os ofícios sejam acompanhados de cópia integral da Notícia de Fato e de todas as manifestações apresentadas no processo. A ação faz parte de uma fase inicial de apuração, conhecida como investigação preliminar, que busca reunir elementos antes de uma eventual instauração de inquérito civil.
Procurado pela reportagem, o Paysandu ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
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Relembre o caso
A denúncia foi apresentada pelo empresário e ex-diretor do clube, Fred Carvalho, que acusou a antiga gestão, comandada por Maurício Ettinger, de gestão temerária e falta de transparência na aplicação de verbas de patrocínio. Segundo ele, o clube não teria publicado as atas de prestações de contas referentes aos exercícios de 2021 a 2024, descumprindo o que determinam a Lei Pelé e a Nova Lei Geral do Esporte, que exigem auditorias independentes e divulgação pública das demonstrações financeiras.
Na ocasião, Fred também afirmou que “famílias tradicionais” exercem forte influência sobre a política e as finanças do clube, e que o uso de “cabritos”, votos irregulares de sócios, seria uma prática recorrente nas eleições internas do Paysandu. As denúncias foram feitas em entrevista exclusiva ao Núcleo de Esportes de O Liberal, em agosto deste ano.
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