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Paraense da seleção de handebol revela detalhes da Vila Olímpica e avalia participação do Brasil nos Jogos

Rogério Moraes é um dos grandes nomes do handebol brasileiro. Em entrevista ao O Liberal, jogador fala sobre o acolhimento do povo japonês nos Jogos da Pandemia

Caio Maia / O Liberal
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O paraense Rogério Moraes, pivô da seleção brasileira de handebol, avalia como positiva a participação da equipe nos Jogos de Tóquio. Mesmo sendo eliminado ainda na primeira fase da competição, o Brasil fez bons jogos contra tradicionais equipes europeias, segundo Rogério. Nascido em Abaetetuba, o jogador é considerado um dos nomes mais fortes do handebol brasileiro.

 

Rogério, de 27 anos, saiu do país ainda muito novo e ganhou o mundo. Quando tinha 21 anos, o jogador chegou à Europa pela Alemanha. Em seis anos no velho continente se tornou o primeiro brasileiro da história a ser bicampeão da Champions League de handebol, torneio mais importante do esporte na Europa.

Hoje, Rogério está sem clube, mas negocia contrato com outra equipe para continuar jogando fora do Brasil.

Na Europa, já passada a rotina frenética das Olimpíadas, Rogério falou com exclusividade com O Liberal e contou como foi a rotina de treinos nos Jogos da Pandemia. Ele revela detalhes da Vila Olímpica e do acolhimento do povo japonês. Apesar dos protestos contra a realização dos Jogos em meio ao aumento de casos de covid-19 no Japão, Rogério disse que o "clima olímpico" rodeava a cidade de Tóquio.

image Legenda (Apesar de protestos, Rogério disse que Tóquio abraçou o "clima olímpico")

Veja a entrevista:

Como era o dia a dia na Vila Olímpica? Havia interação com atletas de outras modalidades ou outros países?

"Dia a dia na Vila era bem tranquilo. Eu não posso comparar com os outros Jogos, porque esse foi o meu primeiro. Tivemos interação com outros atletas, mas conversando com outras pessoas que já participaram de outros Jogos, eles disseram nesse ano não foi a mesma coisa, devido às restrições. Além disso, existia muito medo por parte de alguns atletas em falar com pessoas diferentes, por conta de um possível contágio. Houve interação, mas não tanto quanto eu gostaria. Tem muitos atletas que eu gostaria de ter conversado, tirado uma foto, mas a gente não pode devido aos cuidados e restrições".

Como foram as restrições impostas pela Covid-19? Vocês vivam em "bolha" ou eram autorizados a sair?

"As restrições foram bem explicadas pra gente pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Quando a gente chegou ao Japão eles repassaram as informações pra gente. Inclusive tínhamos que baixar aplicativos pra monitorar o nosso estado de saúde constantemente. Quando a gente chegou na Vila, o COB deu mais explicações. Estávamos num sistema de "bolha" e tínhamos que andar de mascara por todas as instalações da Vila. Caso tivéssemos contato com alguma pessoa, tínhamos que estabelecer o distanciamento. Não estávamos autorizados a sair da Vila, as únicas exceções eram as saídas para as partidas ou treinos. Nos refeitórios, foi feito um sistema em que a gente era dividido por plásticos e vidros. Era tipo um "quadradinho", em que você sentava e fazia as refeições. Acredito que tudo deu certo no final das contas".

Antes da realização dos Jogos, houve protestos em Tóquio devido a realização das Olimpíadas em meio à pandemia. Apesar disso, você percebeu um "clima olímpico" em Tóquio? Como foi a aceitação ao evento na cidade?

"Nós ouvimos que houve protesto pra que os Jogos não acontecessem, devido aos casos em Tóquio. Quando chegamos lá, a cidade estava vivendo várias restrições. Apesar disso, nós fomos super bem recebidos pela população. Sentimos sim o clima olímpico nas pessoas. Quando íamos treinar e passávamos de ônibus, as pessoas acenavam e mostravam cartazes dizendo "Bem vindo a Tóquio". Eles sempre eram muito carinhosos e prestativos. Tentavam falar alguma coisa em português quando possível, davam "bom dia", "até logo", sempre rindo e acenando. Quando a gente chegou no aeroporto eles tentavam falar com a gente, dando presente. Recebi até um origami de um voluntário do aeroporto, desejando boa estadia".

A seleção brasileira não se classificou para a segunda fase. Apesar disso, você avalia como positiva presença do Brasil nos Jogos?

"A nossa avaliação é bem positiva. Caímos num grupo muito difícil e sabíamos que seria complicado. Tivemos alguns erros que no final custaram caro. Mas é sempre um prazer colocar o handebol nos Jogos. É o momento que o pais mais acompanha o handebol. O esporte não tem espaço na TV, então as Olimpíadas são importantes pra nós. Muita gente torceu pela gente e isso é muito interessante pra tentarmos alavancar a modalidade. O resultado não foi o esperado, mas agora é tentar melhorar pro próximo ciclo, consertar os erros. Na próxima teremos mais experiência e tempo pra trabalhar e jogar bem os Jogos Pan-Americanos, que vale a vaga pra Paris".

 

 

 

 

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