Novas organizações de breaking devem potencializar a modalidade no estado
Produtor cultural fala sobre projetos para o crescimento do esporte no Pará

O Breaking tem ganhado cada vez mais destaque no mundo todo. E aqui no Pará não é diferente. Com a entrada da modalidade nos Jogos Olímpicos, já para Paris 2024, os atletas e amantes do estilo tem buscado melhorar suas técnicas para tentar uma vaga na disputa.
Com isso, organizações estão se regularizando para ajudar a fomentar o esporte e contribuir para o crescimento do breaking no Pará. Uma dessas instituições é a Federação Independente de Atletas do Breaking Paraense (FIDABREAKPARA), que é idealizada por precursores da modalidade aqui no estado.
Marcos Albuquerque, produtor cultural de breaking, orientador esportivo da atleta paraense Lívia Gadelha e que atua na cena do hip-hop desde a década de 1990, é um dos integrantes do grupo e falou sobre os objetivos e importância das organizações no crescimento e fortalecimento da modalidade aqui no Pará. Confira:
OLiberal: Hoje, o Pará tem alguns atletas se destacando no cenário nacional do Breaking. Como os novos talentos são descobertos aqui no estado?
Marcos Albuquerque: Novos talentos sempre são descobertos através dos campeonatos e dos trabalhos de formação de base de grupos, como o do estilo Belém breaking, que atuam desde os anos 90 realizando workshop com informações pedagógicas, mostra de vídeos, no caso da Lívia Gadelha filmamos e mandamos o vídeo dela treinando para a diretoria de breaking da CNDD (Conselho Nacional de Dança Desportiva) e ela foi convidada pela CBDE (Confederação Brasileira de Desporto Escolar) e, assim, viajou para a França e trouxe a medalha de prata para o Brasil. Fazemos palestras, oficinas com profissionais. Já realizados cursos no exterior, trazendo o conhecimento para o estado e atuando em projetos sociais, como na escolinha de breaking no Centro Norte de Ginástica, no Cras Estrela de Ananindeua, Projeto do Amazon, dentre outros. Durante muito tempo, a Cultura hip-hop sofreu preconceito e, atualmente, a falta de apoio tem feito atletas saírem do estado. Esperamos que melhorias aconteçam.
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OL: Qual a importância das organizações para o crescimento do esporte aqui no Pará?
MA: As boas atuações e resultados expressivos dos projetos sociais que foram desenvolvidos desde os anos 90, formando novos educadores, instrutores, agentes multiplicadores dos trabalhos, proporcionou a continuidade e surgimento dos novos talentos no Pará, a exemplo temos a Lívia (Estilo de Belém) medalhista no Gymnasiade da França 2022, Leony e Mini Japa (Amazon Crew), Kapú e o Kley (Shekinah), atletas da Seleção Brasileira. Para que esses trabalhos sigam, agora também no Esporte Olímpico, é de extrema importância a criação de novas federações, associações esportivas de breaking, com foco na formação de base da modalidade, para fortalecimento enquanto cultura, seguindo para o esporte e formando novos b-boys e b-girls.
OL: Você mencionou a criação de uma Federação independente dos atletas de breaking do Pará. Podes falar mais sobre isso?
MA: A formação da comissão de construção já está em andamento. A Federação Independente de Atletas do Breaking Paraense contará com seletivas mundiais, nacionais e principalmente a filiação a entidade oficial da modalidade no Brasil, a CNDD (Conselho Nacional de Dança Desportiva). Terá uma chamada pública e dará oportunidade, principalmente, às mulheres para concorrer à presidência. Potencializar e formar atletas conscientes, esse é o objetivo principal, descobrir e lapidar novos talentos. A equipe da comissão de formação da FIDABREAKPARÁ é composta por membros da cultura Hip-Hop, militantes, atuantes e produtores culturais no Pará desde os anos 2000. Nosso foco é a diminuição da violência, resultando na formação de novos atletas e ensinando os valores da arte e criatividade com breaking de alto rendimento. Com o breaking se tornando esporte Olímpico [queremos organizar] seletivas de porte mundial em Belém.
OL: Como você avalia o movimento de crescimento da modalidade aqui no Estado?
MA: O estado do Pará é um celeiro de jovens talentos e com o breaking, sendo esporte nos Jogos Olímpicos, a tendência é o crescimento, o surgimento de mais medalhistas para o Brasil. Dar a todos as mesmas oportunidades também depende da valorização destes formadores e atletas pelo poder público, que possam dar condições de contratações em federações esportivas e projetos sociais. Os resultados vão surgir cada vez mais e, desta forma, o reconhecimento virá para todos que lutam por essa causa desde o início de sua fundação.
(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)
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