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Nocaute Na Violência chega à 37ª edição promovendo lutas e cidadania aos jovens

Ao todo, serão realizadas 13 lutas do infantil ao peso pesado, com lutadores de várias partes do Pará e do Brasil

Luiz Guilherme Ramos

O evento esportivo e beneficente Nocaute Na Violência chega na sua 37ª edição, com disputa de 13 lutas a partir das 16 horas deste sábado, na sede do Pará Clube, em Belém. Um projeto social que nasceu com a intenção de dar oportunidade aos jovens de baixa renda, hoje celebra a profissionalização e a concretização de sonhos.

Na manhã desta sexta-feira aconteceu a pesagem dos lutadores. É o momento onde os boxeadores conferem se estão dentro do peso estabelecido para cada categoria, bem como o primeiro momento pré-luta. Para o jovem Matheus Ferreira, de 13 anos, morador do Guamá, a participação no evento é uma oportunidade única, que faz jus ao encanto proporcionado pela nobre arte. 

"Eu treino boxe há um ano e conheci o projeto através do meu padrasto, que é treinador. Desde então me dedico aos treinos e aos ensinamentos que o esporte nos traz", assegura o jovem atleta da academia Michel Rosado. O adversário dele vem da academia Team Fight e tem 14 anos, cheio de expectativa para o duelo. 

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"Estou bem ansioso para essa luta. Conheci o meu adversário tem alguns dias e espero que possa me sair bem", rebate Andrey Yago. A raiz do evento está justamente na participação das diversas academias que trabalham com crianças e jovens. Ao todo são 20 academias, algumas do estado do Maranhão e uma de São Paulo, de onde vem um atleta da principal luta da noite. Haverá ainda a disputa do cinturão, entre os lutadores Wallace Jonas, da academia União, do Maranhão, e o atleta da Associação Zezé do Boxe, Rogério Pimentel. 

 (Divulgação)

Peso pesado

Aos 35 anos, o gaúcho Luiz Carlos Puerari acumula 16 de boxe, a maior parte deles no amador. Começou no Rio Grande do Sul, onde conquistou o tetracampeonato de boxe olímpico e neste sábado testa seus conhecimentos contra o paraense William Coutinho, de 28 anos.

"Eu Conheci o projeto Arte da Luta através da internet. Fiz o contato com o interesse de me tornar profissional e venho trabalhando para chegar ao meu objetivo. Perdi 45 quilos para essa luta e que vença o melhor. O meu adversário vem preparado, então estudei muito e espero fazer uma boa luta", garante. 

Já o adversário e lutador paraense espera fazer bonito na frente da torcida, após meses de preparação na Associação Zezé do Boxe. "Sou um atleta muito dedicado e espero fazer uma ótima luta para representar o nosso povo, a nossa torcida", espera. William também tem vasta experiência nos ringues e sonhava há anos com a profissionalização. 

"Eu vim de projeto social. Graças a isso pude sair das ruas, ter mais discernimento, me afastar de amizades duvidosas. Sair do amador para o profissional é uma conquista muito grande. Isso mostra que a periferia tem muitos valores e só depende da gente", declara o medalhista em Campeonatos Brasileiros e Norte-Nordeste. 

Homenageado

A frente do evento, nomes que ajudaram a construir a imagem do esporte em solo paraense. Zezé do Boxe, idealizador do projeto, juntamente com Ulisses Pereira, outro baluarte das lutas, além de experientes profissionais que figuram entre os maiores do mundo, como por exemplo o técnico Maizena, integrante da Team Figueiredo, do campeão do UFC Deiveson Figueiredo.

Todos eles são responsáveis direto pela ascensão de nomes de peso no esporte paraense. E como prova de gratidão, o homenageado deste ano será ninguém menos que o introdutor do profissionalismo do boxe no Pará. Antônio Bernardo, de 82 anos, 54 deles destinados ao esporte. Em Belém, o árbitro mais longevo do boxe brasileiro receberá as honras por sua contribuição.

"Sou árbitro de boxe há 54 anos. 8000 lutas, 53 títulos mundiais. Lá atrás quando eu vim aqui, na década de 80, vi que só tinha boxe amador. Eu implantei o boxe profissional. O Zezé do Boxe, o Ulisses Pereira, foram nomes que levaram esse trabalho adiante e hoje são o que são. Eu sempre falo onde vou, que o boxe só nasce na Bahia e no Pará", admite o veterano. 

Bernardo acompanhou o crescimento da modalidade e trabalhou diretamente com grandes nomes, como o lendário Adilson Maguila. "Essa é uma história muito boa do boxe brasileiro. Arbitrei mais de 30 lutas do Maguila. Talvez eu tenha 82 anos hoje pq eu gosto muito do boxe e não posso morrer por causa dele", encerra. 

Os convites para o evento Nocaute na Violência já foram distribuídos e não haverá venda de ingressos na portaria, começando a partir das 15 horas. 

 

 

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