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Após meses de busca, Justiça notifica Nelson Piquet sobre processo por racismo contra Lewis Hamilton

Ex-piloto foi notificado no dia 10 de novembro e na sexta-feira (2) os advogados de defesa pediram o arquivamento do caso

Aila Beatriz Inete

Após mais de três anos de procura, a Justiça de Brasília finalmente conseguiu notificar o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet para que responda sobre o processo em que é acusado de racismo e homofobia contra o heptacampeão Lewis Hamilton.

O brasileiro foi notificado no último dia 10 de novembro. Já na última sexta-feira (2), Piquet, por meio dos advogados, apresentou a sua contestação judicial e pediu o arquivamento do caso. De acordo com informações da Veja, o pedido reitera que apesar dele ter usado palavras “chulas e reprováveis em todos os aspectos”, o ex-piloto não é racista e nem propagou discurso de ódio contra a comunidade negra e LGBTQIA+. 

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Além disso, a defesa do tricampeão disse que ele já se retratou publicamente pelas “falas impróprias" e pediu desculpas “de coração a todos que foram afetados, incluindo Lewis, um incrível piloto”. Os advogados também afirmaram que a tradução do termo “neguinho” por “nigger”, palavra que é considerada ofensiva, teria tirado as declarações de Piquet do contexto. 

Em outro trecho, a defesa afirmou que como as falas do ex-piloto foram direcionadas a Lewis Hamilton, assim, isso não poderia causar danos coletivos, já que não houve “ofensa à população negra ou à comunidade LGBTQIA+ em geral”. Com isso, só o heptacampeão poderia abrir uma ação contra o brasileiro. 

“Além de Nelson Piquet ter se retratado e desculpado espontaneamente por suas palavras, não é possível transbordar eventuais danos que ficariam restritos à esfera individual de Hamilton a toda a população negra e comunidade LGBTQIA+, muito menos configurar o uso de palavras inadequadas e de baixo calão pelo Réu como discurso de ódio”, manifestaram os advogados

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Relembre o caso 

Durante uma entrevista em 2021 para um canal no YouTube, Nelson comentava sobre um toque entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, namorado da filha de Piquet, quando disse: “O 'neguinho' meteu o carro e deixou. O Senna não fez isso. Ele foi, assim, aqui eu arranco ele de qualquer maneira. O 'neguinho' deixou o carro".

A fala do brasileiro foi repudiada por várias pessoas do universo da Fórmula 1, incluindo a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), pilotos e equipes, como a Mercedes. Além disso, Hamilton também se posicionou e disse: "vamos focar em mudar essa mentalidade”. 

Após a repercussão, Nelson Piquet soltou um comunicado em que se desculpava, mas escreveu que o termo era “historicamente usado coloquialmente”

Em outro trecho da entrevista foi divulgado, o brasileiro fala sobre Keke Rosberg, também ex-piloto de F1, e voltou a repetir a fala racista e fez comentários homofóbicos.

"O Keke? Era um b*sta, não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele [Nico Rosberg, campeão em 2016]. Ganhou um campeonato. O 'neguinho' [ao se referir a Hamilton]  devia estar dando mais c* naquela época, aí tava meio ruim", disse Nelson Piquet.

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