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Kitesurf cresce em Salinas e instrutor destaca benefícios do esporte para a saúde mental

Jorginho Aventura destaca o período ideal para kitesurf no Pará e a importância da preservação ambiental, na prática do esporte.

Pedro Garcia

O kitesurf, também conhecido como kiteboarding e originalmente chamado de flysurfing, é um esporte aquático que utiliza uma pipa (popularmente chamada de kite pelos praticantes) e uma prancha, que pode ter alças para os pés ou não. O atleta prende a pipa à cintura por meio de um equipamento chamado trapézio, posiciona-se sobre a prancha e controla o kite usando uma barra de comando, sendo impulsionado pelo vento sobre a água. 

No Pará, o kitesurf vem ganhando bastante popularidade, especialmente em Salinópolis, município do nordeste do estado. Jorge Luiz, conhecido como Jorginho Aventura, instrutor de kitesurf e morador da região, explicou ao O Liberal quais são as melhores épocas para a prática do esporte na localidade, além de destacar a importância da preservação ambiental ligada a modalidade.

“Temos uma temporada que vai de julho a novembro, período em que o vento é mais constante no litoral paraense. Aqui na Ponta da Sofia, considerada o berço do kitesurf no Pará, observa-se uma crescente presença de novos instrutores e iniciantes no esporte. O kitesurf é muito ligado à preservação ambiental porque não depende de motores nem de gasolina; o único combustível que usamos é o vento”, detalhou o instrutor.

 

 

 


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Além de promover o condicionamento físico, o kitesurf exerce um impacto positivo significativo na saúde mental. Segundo o instrutor, a prática ajuda a relaxar, proporcionando um equilíbrio emocional importante para o bem-estar geral. A modalidade estimula a autoconfiança, pois exige que o praticante acredite no próprio potencial e desenvolva uma forte conexão consigo mesmo.

“Total eficiência na saúde física e mental.  Não trabalha só a parte física, mas também a parte mental. Por ser um esporte, você depende muito de si para aprender. Não é só o instrutor dando a aula; quem tem que se dedicar e dar o melhor é o aluno. Então, é um esporte que depende bastante de você mesmo. Quando o cara aprende a velejar, ele fica muito feliz”, explicou Jorginho.

O benefício do kitesurf para a saúde mental é ressaltado por Luiz Paulo, um dos alunos do instrutor Jorginho. Contador de profissão, Luiz enfrenta uma rotina diária intensa e relata que o interesse pelo esporte, que inicialmente era apenas curiosidade, acabou se tornando uma indicação médica para aliviar o estresse do trabalho.

“Inclusive, comecei no kitesurf por recomendação médica, após uma consulta. O médico sugeriu não só praticar exercícios físicos, mas também buscar um esporte que me mantivesse em movimento, principalmente por conta da rotina puxada de escritório. Essa rotina impacta diretamente na saúde. Por isso, ao praticar o esporte, consegui benefícios tanto para a saúde mental quanto para a física. Escolhi o kitesurf exatamente por buscar mais qualidade de vida”, relata Luiz.

Jorginho Aventura destaca que, apesar do kitesurf ainda ser uma modalidade relativamente “nova” na Amazônia, já gera impactos relevantes na economia e no turismo da região. Visitantes de diferentes estados do Brasil, interessados em conhecer o esporte e experimentar novas aventuras, buscam instrutores locais para aprender e praticar a modalidade.

Segundo o instrutor, o esporte movimenta diversos setores: “Restaurantes, pescadores, instrutores — todos que trabalham diretamente na praia são beneficiados. O kitesurf traz um grande fluxo de turistas, tem gente do Brasil inteiro e até de fora vindo para aprender aqui. O Ceará é consolidado mundialmente no cenário do kitesurf, recebe turistas de todos os cantos, mas o Pará também começa a atrair olhares atentos, principalmente por ser uma novidade ligada à Amazônia. Todo mundo quer viver essa experiência e viajar pela Amazônia”, relata.

Outro diferencial apontado por ele é um atrativo exclusivo do norte do Brasil, que faz o Pará se destacar entre os destinos nacionais para o esporte.

“O velejo na água doce é algo único, só tem no Pará. Podemos velejar em rios, em água doce e até no Marajó. Esse tipo de experiência é exclusiva da Amazônia e contribui intensamente para a movimentação econômica do litoral paraense. A prática beneficia não só os moradores locais, mas também cidades próximas ao litoral, ajudando a transformar a realidade dessas comunidades”, acrescenta.

Para quem está começando no kitesurf, investir em equipamentos adequados é fundamental para garantir segurança, eficiência e diversão. Segundo o instrutor Jorginho Ventura, um kit completo pode custar entre R$7 mil e R$10 mil, englobando itens indispensáveis ao bom desempenho na modalidade.

Equipamentos essenciais:

Kite (pipa)

  • Responsável por capturar e converter a força do vento em propulsão. O ideal é escolher o modelo conforme o peso do praticante e a intensidade do vento local.

Prancha

  • Pode ser “twin-tip” (bidirecional, indicada para iniciantes) ou direcional (semelhante à prancha de surf, recomendada para ondas), sempre adequada ao perfil do kitesurfista.

Barra de Controle (com linhas)

  • Conecta o praticante ao kite e permite controlar a direção e a força do equipamento. Possui sistemas de segurança para soltura rápida em emergências.

Trapézio ou Arnês

  • Utilizado na cintura ou quadril, distribui a força do kite e garante conforto durante as sessões.

Bomba de Ar

  • Necessária para inflar as estruturas do kite antes de entrar na água.

Equipamentos de Segurança

Colete de flutuação

  • Proporciona estabilidade e proteção adicional, facilitando o uso junto ao trapézio.

Capacete

  • Elemento indispensável para iniciantes e em praias com obstáculos, oferece maior segurança ao praticante.

Roupa de neoprene

  •  Essencial em águas frias, protege contra baixas temperaturas e pequenos traumas.

Acessórios Opcionais

Botas ou pads 

  • Aumentam o conforto e a firmeza dos pés, principalmente nas manobras mais avançadas.

Anemômetro 

  • Indicado para atletas experientes, monitora a intensidade do vento.

Leash (corda de segurança)

  • Mantém o praticante preso à prancha e evita perdas após quedas.