Quadro Tático: PSG e Chelsea fazem final da Copa do Mundo com ‘jogo de posição’ em evidência

Equipes usam a mesma filosofia de jogo, popularizada por Pep Guardiola, para alcançar o título inédito.

Caio Maia
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A grande final da Copa do Mundo de Clubes, marcada para este domingo (13), às 16h (de Brasília), no MetLife Stadium, em Nova Jersey, promete ser um confronto que vai além da busca por um troféu. Paris Saint-Germain e Chelsea, os times que chegaram à decisão, personificam a mesma visão do futebol: o jogo de posição. Ambos adotaram essa forma de jogar como a espinha dorsal de suas equipes e, muito por conta disso, foram os times que melhor controlaram seus oponentes ao longo de toda a competição.

Mas, afinal, o que significa exatamente o jogo de posição? E de que maneira Chelsea e PSG colocam essa ideia em prática dentro das quatro linhas? O Quadro Tático de O Liberal explica tudo.

O que é o jogo de posição?

Em termos simples, o jogo de posição é uma maneira de jogar que se apoia na ocupação inteligente dos espaços do gramado. Em vez de um futebol que se baseia apenas na força física, na velocidade ou no improviso individual, essa filosofia prioriza o posicionamento coordenado dos jogadores, a manutenção da posse de bola e a criação de vantagens em áreas importantes do campo.

image Pep Guardiola foi o treinador que popularizou o jogo de posição (Oli SCARFF / AFP)

Nesse modelo, o campo é dividido em zonas. Cada jogador tem um papel específico dentro dessas zonas, com ou sem a bola nos pés. O objetivo é gerar opções de passe, abrir o campo, atrair a marcação para um determinado setor e explorar o espaço que se abre no lado oposto. A movimentação é calculada, os passes são curtos e pacientes, e um erro de posicionamento pode prejudicar todo o funcionamento do time.

Outro ponto fundamental é o conceito de superioridade: seja ela numérica (mais jogadores do que o adversário em uma zona), posicional (estar melhor distribuído em campo) ou qualitativa (colocar o jogador certo na situação ideal). Tudo isso exige um profundo conhecimento do jogo, capacidade de leitura de espaço e disciplina tática.

Essa filosofia ganhou destaque mundial com Pep Guardiola, o técnico que revolucionou o Barcelona entre 2008 e 2012. Ele levou essa ideia para o Bayern de Munique e para o Manchester City, influenciando toda uma geração de treinadores. Entre eles estão Luis Enrique, o comandante do PSG, e Enzo Maresca, o técnico do Chelsea. Ambos trabalharam com Guardiola e adaptaram o jogo de posição ao estilo de suas equipes.

PSG: menos estrelas, mais time

O PSG de Luis Enrique representa uma mudança clara de mentalidade em relação aos anos anteriores. Sai o time cheio de estrelas que dependia de Neymar, Messi e Mbappé, e entra uma equipe mais unida, compacta e taticamente evoluída.

Dentro das quatro linhas, o time habitualmente adota o 4-3-3, mas a dinâmica em campo torna o sistema bastante maleável. A pressão incisiva no campo do adversário, os passes velozes e a estratégia de ataque paciente são suas características marcantes. O trio de meio-campo, composto por Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz, é quem cadencia o jogo, distribui a bola e assegura a posse. Se a bola é perdida, o PSG reage de imediato com a tática de "perde-pressiona", buscando recuperá-la ainda no campo rival.

image Como deve jogar o PSG na final da Copa do Mundo de Clubes (Reprodução/ buildmytatics)

Nas laterais, Hakimi é um elemento essencial, projetando-se com liberdade para criar vantagem nas alas. Já os pontas Dembélé e Désiré Doué frequentemente se aproximam do centro, trocando passes curtos e desorientando a defesa oponente.

A partida da semifinal contra o Real Madrid evidenciou o potencial deste PSG. Com um desempenho dominante, a equipe triunfou por 4 a 0, abafando o adversário desde o início, orquestrando o jogo com triangulações ágeis e movimentos bem coordenados.

Chelsea: paciência, controle e precisão

O Chelsea de Enzo Maresca também se inspira em Guardiola, mas com uma abordagem mais calma. O time inglês joga com serenidade, prezando pela posse de bola, atraindo o adversário e aproveitando os espaços com exatidão.

O esquema principal é o 4-2-3-1, que se transforma numa estrutura 3-2-5 quando tem a bola. Um dos laterais, em geral Cucurella ou Gusto, fecha pelo meio, construindo uma saída com três jogadores. Isso sustenta o avanço de cinco atletas à frente, que ocupam toda a largura e profundidade do campo.

image Chelsea que deve ir à final da Copa do Mundo de Clubes (Reprodução/ buildmytatics)

Caicedo e Enzo Fernandez são volantes cruciais para garantir equilíbrio e qualidade na saída de bola. Mais à frente, Cole Palmer é o destaque criativo, circulando entre as linhas e surgindo como peça-chave nas jogadas ofensivas — foi assim que brilhou na semifinal contra o Fluminense, quando o Chelsea venceu com autoridade.

Sem a bola, o time também exibe organização. Exerce pressão logo após a perda e, quando precisa recuar, recompõe-se rapidamente num 4-4-2, fechando o centro do campo e forçando o adversário a jogar pelas laterais.

A vitória sobre o Fluminense deixou claro que o Chelsea consegue controlar o jogo mesmo sem ter a maior posse de bola. Com movimentações bem treinadas e eficiência nas transições, os ingleses apresentaram uma atuação madura, segura e fatal nos momentos oportunos.

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