Jogadora do Paysandu clama por mais atenção no futebol feminino: 'Não temos campo para treinar'

Paysandu e Esmac decidiram a final do Parazão feminino, sendo que o time universitário foi amplamente superior

Beatriz Reis
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Na última terça-feira (17), Paysandu e Esmac se enfrentaram pela final do Parazão feminino de 2020. A equipe de Ananindeua saiu vencedora pelo placar de 4 a 0. As duas equipes chegaram à final após enfrentarem oito equipes entre fase classificatória e semifinal. A superioridade no placar reflete às questões extracampo.  

Contexto 

As duas equipes vivem realidades diferentes quando se trata do apoio que as instituições oferecem.

Segundo a capitã da equipe do Paysandu, a meia Talita, o clube não dá auxilio necessário para as atletas. “Não temos campo para treinar, treinamos no CEJU. Às vésperas do campeonato não tivemos campo para treinar, que isso fique claro. Academia a gente só usa quando ninguém está usando. Espero que daqui para frente o Paysandu olhe com mais carinho, não só em uma decisão”, desabafou a capitã da equipe bicolor. A reportagem apurou que o Paysandu pouco treinou antes da final da semana anterior. 

Na saída do gramado, a treinadora Aline Costa também fez a seguinte ponderação - embora não tão enfático, deixou claro que as condições de trabalho são precárias. "Não existe desculpas. As meninas [do Paysandu] foram guerreiras, são campeãs só de chegar na final. Encontramos uma equipe que tem toda uma estrutura e apoia. Nossas guerreiras lutaram sem condições de trabalho". A reportagem conversou com Aline Costa, que evitou o assunto. Questionada se havia falhas na gestão, Aline ressaltou. "No meu ponto de vista, não. Referente a perda do campeonato existiu vários fatores", falou, sem detalhá-los. 

image Jogadoras do Paysandu saíram machucadas do Mangueirão (Cláudio Pinheiro)

Esmac

Já a primeira colocada da competição, Esmac, possui um apoio desde as categorias de base junto, aliando apoio educacional que a instituição de ensino oferece para as atletas. "A Esmac está na vanguarda do futebol feminino aqui no estado. Nós temos uma filosofia muito forte de disciplina, na qual nossas atletas alinha os estudos com a vida atlética. Temos uma filosofia muito forte de colocar na cabeça das nossas atletas que a vida de jogadora e a vida de atleta é totalmente diferente", disse, seguindo. "Por ser uma instituição de ensino a Esmac tem uma vantagem em cima dos outros clubes. A instituição fornece bolsas de estudos integral para as atletas desde o ensino fundamental até o ensino superior", afirmou o treinador da equipe de Ananindeua Mercy Nunes.

O treinador, que está desde 2009 quando a equipe começou a engatinhar no futebol feminino, avalia que em 2020 a categoria teve um apoio e uma visibilidade maior. "Esse ano tivemos duas diferenças, que a Faculdade Esamaz pagou as cotas de arbitragem e demais despesas junto a federação", ponderou. Diferente do futebol masculino, em que a Federação Paraense de Futebol banca as despesas com o trio de arbitragem, os próprios clubes arcavam com os custos. Em 2020, a situação não se repetiu. O fato amenizou às despesas financeiras 

Problemas

As equipes ainda precisam buscar médicos para acompanhar as equipes, além de viabilizar gandulas e demais despesas, explicou Mercy. Cada jogo do futebol feminino, segundo cálculos, apurados pela reportagem, gira em torno de R$500 a R$600, considerando as despesas, como pagar ambulância, gandula, cota de arbitragem - o que sai do bolso do clube. "Esse ano, o clube só precisava ir jogar", declarou Mercy.

Ainda segundo o treinador, a instituição possui uma residência onde oito atletas moram. "Nós temos uma residência que damos apoio para oito atletas do interior, todas adultas, nós temos essa condição de manter oito atletas em uma residência, com atletas diversas localidades do estado", finalizou o treinador.

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