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Estreia da seleção brasileira de futebol acende debate sobre protagonismo feminino em Belém

Partida que rendeu a vitória do Brasil por 3 a 0 contra a Jamaica contou com um grande público de torcedores na capital paraense

Ana Carolina Matos

Um grande público se reuniu na capital paraense para acompanhar a estreia da seleção brasileira de futebol feminino na manhã deste domingo (9). Com um destaque nunca antes visto em todo o país, pela primeira vez a Copa do Mundo Feminina será transmitida em canais abertos, como a Rede Globo e TV Bandeirantes. O verde e amarelo tomou conta do Espaço Cultural Woodstock em uma programação destinada não só a acompanhar a partida que rendeu a vitória do Brasil contra Jamaica por 3 a 0, mas para debater o protagonismo feminino em ambientes anteriormente excludentes. 

image Mulheres se reuniram para torcer pela Seleção Feminina (Ary Soua / O Liberal)

Pouco antes da partida ter início, a atleta Lorena Castro, a jornalista esportiva Mariana Malato e a fisioterapeuta Vivi Reis, entraram em ação para debater a importância de dar destaque para mulheres no esporte. "A gente tem uma ascensão das lutas feministas em que as mulheres começaram a ocupar vários espaços, inclusive do futebol. Então a gente resolveu lançar essa proposta pra além de assistir o jogo, debater, conversar, trocar essas discussões que se relaciona com o feminismo e com a ascensão da mulher no esporte, como o futebol", explica Vivi Reis. 

A fisioterapeuta, que integra o coletivo feminista "Juntas", ressalta que o ambiente esportivo sempre foi restrito aos homens. "Por muitos anos esse espaço do futebol foi negado às mulheres, então se iniciou um processo que não foi sem luta. Houve muita luta pra que as mulheres pudessem ocupar a área do esporte. Então nesse momento de exibição do jogo, a gente precisa valorizar. Precisa dizer que quer a mulherada presente, que mulheres também podem dar um show de bola", destaca. 

image Lorena Castro e Viviane Reis (Ary Souza / O Liberal)

 

Jogadora de futebol há 12 anos, Lorena Castro destaca que, apesar de um ambiente promissor, o esporte feminino ainda carece de incentivo. "É a primeira vez que a mídia toda está voltada para o futebol feminino. A Globo vai transmitir para todo o país e é maravilhoso poder vivenciar tudo isso daqui pela primeira vez", comenta a atleta. Lorena lembra que começou a jogar ainda criança, no meio de meninos, já que o esporte não tinha incentivo entre as meninas. "Não tinha time feminino no bairro, então eu só jogava com eles, viajava... E quando fui para um time só com meninas acho que minha realidade mudou completamente. A única dificuldade que a gente ainda encontra é a falta de apoio aqui no Pará. Mas a gente vem lutando para que conseguir mais apoio e que as pessoas comecem a valorizar o esporte no Estado", pontua.

A publicitária Rhuanne Pereira, de 28 anos, conta que sempre acompanhou futebol e que neste ano já planejava assistir ao jogos da seleção brasileira feminina. A movimentação mais expressiva na capital paraense, entretanto, foi incentivo a mais para que a jovem saísse de casa para assistir à partida na companhia dos amigos. "Eu sempre gostei muito de assistir futebol, desde quando eu era mais novinha então eu acompanho vários campeonatos. (...) Então já ia acompanhar de qualquer forma, mesmo que fosse por streaming. Aí começou a ter essa motivação de todo mundo ir para rua, igual como é na Copa Masculina, então isso é sensacional porque as meninas precisam desse apoio. A gente precisa incentivar. Elas têm talento, a gente sabe. Então pra mim estar aqui hoje é felicidade total", destacou. 

Na companhia das filhas e de amigos, a enfermeira Erika Amanajás, de 49 anos, explica que é a primeira vez que acompanha um jogo da equipe feminina fora de casa. "Acordei, minha filha disse que ia assistir ao jogo e eu perguntei se podia ir e agora eu tô aqui", conta em tom descontraído. "É a primeira vez que acompanho na rua. Quem bom que elas estão sendo mais reconhecidas que os meninos! Quero muito acompanhar os outros jogos, principalmente ao lado das filhas, que curtem bastante", conclui.

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