Candidato a vice, Gluck Paul comenta ausência de clubes na eleição da CBF e defende diálogo

Presidente da FPF diz que boicote dos clubes à eleição reflete crise de representatividade da última gestão

Caio Maia
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O presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF) e candidato à vice-presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Gluck Paul, comentou nesta quinta-feira (22) a ausência de 20 clubes das Séries A e B na eleição da entidade, marcada para este domingo (25). Em entrevista exclusiva ao Núcleo de Esportes de O Liberal, o dirigente avaliou o movimento como consequência da última eleição, que culminou na reeleição por aclamação do ex-presidente, Ednaldo Rodrigues.

"Vejo com naturalidade o manifesto dos clubes. O voto é uma conquista relevante da sociedade e precisa ser respeitado, inclusive quando se opta por não exercê-lo. A mobilização de alguns clubes reflete um clamor legítimo por mais diálogo e protagonismo no futebol brasileiro, algo que também tem sido pauta constante entre as federações".

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Apesar da sinalização de boicote por parte dos clubes, o dirigente paraense garantiu que a nova gestão pretende abrir diálogo com todas as federações e agremiações, com foco na descentralização do poder dentro da CBF. Segundo ele, o candidato à presidência, Samir Xaud, já entrou em contato com os presidentes dos clubes ausentes para apresentar os princípios que devem nortear a próxima administração.

"É importante que os clubes compreendam que essa nova gestão não representa uma continuidade da anterior. Muito pelo contrário. O que estamos construindo é uma ruptura com uma cultura centralizadora e, muitas vezes, opressora. O movimento atual é de transformação profunda da CBF – da sua governança, da sua escuta, da sua relação com clubes e federações.

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Gluck Paul reconheceu ainda que a insatisfação dos clubes não se resume à falta de protagonismo das agremiações, mas atinge também as federações estaduais. "Os clubes têm razão ao cobrar mais espaço e voz. E é justamente isso que nos une. Porque as federações, por muito tempo, também não se sentiram ouvidas nem tiveram autonomia real para exercer seu papel. O que estamos propondo agora é um novo tempo, uma nova forma de fazer futebol. Estamos todos no mesmo barco, com as mesmas dores, os mesmos desafios e, principalmente, os mesmos objetivos. Somos sócio da mesma dor"

Para o dirigente, o desafio da nova diretoria será demonstrar que não se trata de uma continuidade da antiga gestão, mas de uma verdadeira transformação. "Acredito que esse distanciamento inicial vai sendo superado à medida que o diálogo se estabelece com mais transparência e firmeza", concluiu.

Entenda o caso

Na última quinta-feira (21), 20 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro anunciaram que não comparecerão presencialmente à eleição da CBF. Apesar da possibilidade de voto remoto, a expectativa é de abstenção em protesto contra o processo eleitoral da entidade. Samir Xaud é candidato único, apoiado por 25 das 27 federações estaduais, o que, segundo o estatuto da CBF, impede a inscrição de uma chapa adversária.

Entre os clubes que oficializaram a ausência estão: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo e Sport.

Outros dez clubes que anteriormente apoiaram a pré-candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, mas não assinaram o manifesto de ausência, também demonstraram insatisfação. São eles: Atlético-MG, Avaí, Bahia, CRB, Red Bull Bragantino, Ceará, Ferroviária, Operário-PR, Vila Nova e Vitória.

No início da semana, essas agremiações divulgaram, por meio das redes sociais da Liga Forte União (LFU), um documento com exigências à futura gestão da CBF. Entre os pontos principais, estão mudanças no processo eleitoral e o compromisso com a criação de uma liga nacional de clubes.

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