Benefício oferece milhões para clubes; Remo e Paysandu ainda estão fora da rota do dinheiro

Parte da verba da Loteria Federal está disponível para financiar construções em clubes de futebol do Brasil

Fábio Will
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A falta de estrutura é uma das feridas abertas nos clubes paraenses. Falta local para treinamento tanto do profissional quanto das categorias de base, faltam ginásios equipados para as disputas e treinos de modalidades olímpicas e paralímpicas. Mas tudo isso poderia ser diferente, já que há no Brasil, através do Comitê Brasileiro de Clubes, uma forma de captar dinheiro para a construção de estruturas que abrigam o futebol em sua totalidade, além das modalidades olímpicas e paralímpicas.

Em Belém, clubes, através do Sindiclubes, podem realizar projetos que viabilizem recursos para as construções de espaços que desenvolvam e fomentem a prática esportiva com isenções fiscais. O diretor de projetos da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ivanildo Gomes, conta que esses recursos são oriundos de 0,5% de todas as apostas realizadas nas loterias do país e que ficam disponíveis para projetos para incentivo ao esporte. A previsão é que, este ano, esteja disponível aos clubes R$270 milhões para projetos. O motante é praticamente usados apenas por clubes do Sul e Sudeste. Para Ivanildo, falta interesse dos clubes paraenses em planejar e buscar recursos.

image Ivanildo Gomes, diretor de projetos da FPF, incentiva o uso do benefício pelos clubes (Ary Souza / O Liberal)

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“O São Paulo montou o seu centro de treinamento através de projetos incentivados. Os maiores clubes do Brasil montam seus centros de treinamentos, centro olímpicos, ginásios através de projetos de incentivo. Infelizmente no Pará falta um olhar mais atento para isto, não há interesse pois o que eles visam é o futebol, mas não pensam que um CT que beneficia jovens, crianças e futebol feminino, pode também atender ao profissional”, contou.

A lei de incentivo foi sancionada em dezembro de 2006 e o clube que mais utilizou os recursos através de projetos foi o São Paulo, com R$26,1 milhões. O Araxá-MG, com o projeto “Base formação esportiva”, é o segundo clube que mais utilizou os recursos com R$13,7 milhões para o seu futebol de base.  Flamengo-RJ, Cruzeiro-MG, Atlético-MG, Criciúma-SC também utilizam recursos.

Para Inavildo Gomes, a única forma dos clubes saírem e colocarem suas marcas à nível de destaque nacional e se tornando referência, é quando os clubes montarem um escritório de projetos de captação de recursos. 

image Problema! Baenão está entre os estádios proibidos de sediar jogos (Oswaldo Fortes)

“Posso garantir que o custo de um escritório de projetos e captação de recursos é bem menor do que os clubes pagam para profissionais com uma diferença. Existimos para arrecadar, organizar as contas, gerar patrimônio e projetar o clube. Se o clube quiser fazer uma turnê com suas categorias de base por torneios na Europa, há recursos. Se quiser construir um CT, há recursos. Se não tiver ideia do que fazer, nós sabemos, criamos um projeto e vamos atrás”, contou.

No Estado, apenas o Paysandu tentou o benefício. Foi através de um projeto aprovado há dois anos pela Lei Rouanet. Este projeto é referente ao museu, orçado em quase R$12 milhões, mas que ainda não captou recursos e foi prorrogado por mais um ano. Além disso, o Paysandu possui um atleta, o tenista Joaquim Almeida, que compete com incentivo de recursos do Comitê Brasileiro de Clubes e Sindiclubes, e buscou a Federação Paraense de Futebol para montar o próprio escritório de projetos. Quem confirmou a informação foi a vice-presidente do clube, Ieda Almeida:

image Parte do muro do Centro de Treinamento do Paysandu está quebrada (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

“Essa é uma das novidades que traremos ao torcedor do Paysandu. Teremos o nosso escritório de projetos incentivados com o diretor Roberto Ribeiro. O clube entende que é possível ter uma estrutura melhor para os atletas da base em todas as modalidades olímpicas e paralímpicas. Se o clube pode usufruir vamos atrás disso, afinal de contas iremos ajudar pessoas e consequentemente o clube”, contou.

A reportagem de OLiberal entrou em contato com a assessoria do Remo e com presidente Fábio Bentes, mas até fechamento da edição não obteve resposta. 

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