De comentarista a técnico do Flamengo: saiba quem é Washington Rodrigues, o Apolinho
Jornalista esportivo morreu nesta quarta-feira (15), aos 87 anos, no Rio de Janeiro
Washington Rodrigues, mais conhecido como Apolinho ou Velho Apolo, morreu na noite de quarta-feira (15), aos 87 anos, no Rio de Janeiro. Vítima de um câncer agressivo no fígado, o radialista, repórter e comentarista era considerado um ícone do jornalismo esportivo brasileiro.
A notícia de seu falecimento foi comunicada no intervalo do jogo do Flamengo contra o Bolívar pela Rádio Tupi. Emocionado, o narrador Luiz Penido informou a morte do amigo aos ouvintes. "Para tudo, para o jogo, 4 a 0 pro Flamengo. Eu quero pedir desculpas, ouvintes, pela minha emoção. São 25 minutos do segundo tempo e hoje, 15 de maio, acaba de falecer Washington Rodrigues, o Apolinho", revelou, aos prantos.
"Supremo ídolo, parte para a morada eterna depois de uma vida tão brilhante, deixando um legado, entrando na história do rádio desses mais de 60 anos de atividade. A dor é muito profunda, Apolinho, muito forte", lamentou. Apolinho deixa três filhos e sete netos.
Confira o momento em que Luiz Penido anuncia a morte de Washington Rodrigues, o Apolinho:
Carreira que Apolinho no rádio
Apolinho iniciou sua trajetória em 1962, na Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes. Desde então, sua voz marcante e irreverência conquistaram o público, levando-o a trabalhar em grandes emissoras como Globo e Nacional.
Na Rádio Tupi, Apolinho comandou o "Show do Apolinho", no ar desde fevereiro de 1999. O programa era líder absoluto de audiência no segmento há mais de 20 anos. O radialista era também comentarista titular da equipe de esportes da rádio e tinha a coluna "Geraldinos e Arquibaldos" no Jornal Meia Hora. Sua paixão pelo futebol era contagiante e ele ficou conhecido por suas análises precisas e comentários sempre bem-humorados.
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"Eu não sou técnico e nunca fui, mas o Flamengo não me convidou, me convocou. E todas as vezes que ele me convocar eu vou, pelo Flamengo eu faço qualquer coisa, se o goleiro se machucar e precisar de mim no gol eu vou lá e jogo, pelo Flamengo eu faço qualquer negócio, chamou eu tô dentro, qualquer coisa que quiserem eu vou", dizia Apolinho.
Ao comunicar seu falecimento, Luiz Penido também lembrou de sua paixão pelo Flamengo. "Me perdoem os ouvintes, mas o falecimento do Apolinho, que assistiu ao primeiro tempo, ele viu o Flamengo fazer 3 a 0. Ele morreu com o Flamengo em vantagem, morreu com o Flamengo ganhando o jogo e se classificando", disse Luiz.
Bordões marcantes e apelido
Apolinho era mais do que um jornalista esportivo. Ele era um ícone da cultura carioca, conhecido por suas expressões populares que marcaram gerações, como "Geraldinos e Arquibaldos", "Pau com formiga", "Pinto no lixo" e "Briga de cachorro grande".
O apelido Apolinho surgiu por usar, quando repórter da Rádio Globo, um microfone sem fio que era utilizado pelos astronautas da Missão Apollo 11, de 1969.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com)