Conheça a história de Evandro Almeida, o homem que dá nome ao estádio do Remo Dirigente e jogador, o paraense se dedicou integralmente ao Leão Azul por 15 temporadas Ferreira da Costa 11.11.18 15h32 Evandro Almeida viveu na década de 20 e foi fundamental na história do Clube do Remo (Reprodução) Dos milhares de atletas que vestiram a centenária e gloriosa jaqueta azul marinho do Clube do Remo, em todos os tempos, há de se convir de que, entre tantos, poucos tiveram tanta lealdade e destaque como Evandro Melo de Almeida. Foi uma vida inteira de dedicação à causa azulina, nos tempos em que o dinheiro não era parte integrante das disputas futebolísticas. Havia, isso sim, o amor ao clube do coração, pelo qual os atletas faziam o possível e às vezes, até o impossível para alcançar a vitória. E esse fato tem que se levar em conta, principalmente no caso específico de Evandro Almeida, que nos longos anos em que praticou o futebol, só vestiu duas camisas: a do Clube do Remo e a da Seleção do Pará. Os azulinos o reverenciam até hoje como um símbolo da dedicação à bandeira do clube e como forma de prestar-lhe homenagem aprovaram, após a sua morte, na década de 60, que o estádio da travessa Antonio Baena, que até então não possuía uma denominação oficial, passa-se a tê-la, sacramentando que o estádio do Clube do Remo passar ia a ser chamado de Estádio Evandro Almeida. Ao longo do tempo, o estádio Evandro Almeida ganhou o apelido de Baenão (Fábio Costa / O Liberal) Evandro Almeida começou a despontar no Remo quando o futebol paraense engatinhava. Os registros dos jornais apontam que Evandro Almeida fez sua estreia pelo Remo em jogo pelo campeonato paraense, contra o União Esportiva, na data de 14 de setembro de 1924. O Leão Azul venceu o forte time do União, por 2 x 1 e Evandro Almeida jogou integrando a linha de médios, agradando em cheio à direção técnica. O Remo, nessa partida, disputada em seu estádio, jogou com Massana; Romeu, Maluco; Marajó, Evandro Almeida, Pequenino; Preto, Formiga, Convencido, Maxico, Serrão. O adversário, o União Esportiva, possuía em seu esquadrão, outro célebre jogador, Marituba, que assim como Evandro Almeida marcou sua passagem pelo futebol paraense na defesa de duas bandeiras, somente: a do União Esportiva e da Seleção do Pará. A estreia de Evandro Almeida foi das mais auspiciosas, tanto que ele asseguraria logo uma vaga no time azulino e poucos dias depois disputaria o seu primeiro clássico Re-Pa, na data de 5 de outubro de 1924, no estádio da Curuzu, pelo campeonato paraense. Essa partida foi encerrada sem a abertura do placar e Evandro jogou na ala esquerda do trio de médios, da qual passaria a se constituir como titular absoluto. O Leão Azul, que nessa temporada alcançaria o título de campeão paraense, mandou a campo Francelísio; Romeu, Otávio; Brito, Vivi, Evandro Almeida; Formiga, Pequenino, Formigão, Rato e Preto. O exuberante futebol que vinha sendo mostrado por Evandro Almeida fez o craque galgar mais um degrau na sua carreira, nessa mesma temporada, sendo convocado para servir à seleção do Pará, que disputaria o Campeonato Brasileiro de Seleções. O escrete do Pará teve como advers&aac ute;rio o forte time de Pernambuco, definindo-se em uma só partida quem seria o Campeão do Norte (englobava o Norte e o Nordeste, nessa época). O jogo foi disputado no Recife, na data de 16 de novembro de 1924, com a presença de 6.000 torcedores e arbitragem de Anísio Silva, da Bahia. A partida foi bastante disputada, tendo como local o estádio da Ilha do Retiro (Sport Club Recife) e ao término dos 90 minutos, o placar acusou o empate por 1 a 1. Aluizio marcou para o escrete pernambucano, enquanto que Marituba empatou para os paraenses. O resultado forçou uma prorrogação de 30 minutos, que terminou com a vitória – contestada pelo Pará – por 1 a 0, gol de Pitota. Os paraenses protestaram após o gol, alegando que ele teria sido marcado em completo impedimento, mas o árbitro baiano não deu ouvidos às reclamações, com o que os paraenses resolveram abandonar o gramado, quando faltavam sete minutos para o fim da prorrogação. O escrete paraense, cujo treinador era Barros, jogou contra os pernambucanos com o futebol de Francelísio; Evandro Almeida, Xavier; Pequenino, Sandoval Matos, Brito; Cobrador, Vadico, Marituba, Macambira, Arthur Moraes. Evandro Almeida se já era titular no Remo, na Seleção do Pará passou a ter lugar cativo, performance que ele manteve até a temporada de 1939, sagrando-se por várias vezes campeão do Norte. Ou seja, durante 15 anos Evandro Almeida serviu ao escrete do Pará, sempre mostrando um futebol de primeira, enchendo os olhos da plateia, que admirava seu jogo. Sua despedida do escrete paraense não teve nada para que ele lembrasse, posteriormente, já que o Pará, após sagrar-se campeão do Norte, foi bater-se com o escrete paulista, recheado de craques. Jogo no Parque Antarctica, dia 31.01.1939, com arbitragem de Mário Vianna (Distrito Federal). Em que pese o Pará se apresentar com os melhores craques de que dispunha, nada deu certo, além de que os paulistas possuíam uma senhora máquina de jogar futebol. O Pará sucumbiu por 9 x 0. O Pará jogou com Simeão; Edilberto, Evandro Almeida; Pelado, Batista, Pedro; Itaguari, Viveiro s, Quarenta, Doca, Vevé. O escrete de São Paulo atuou com Jurandir; Carnera, Junqueira; Lysandro, Brandão, Del Nero; Mendes, Luizinho, Teleco, Araken Patusca, Rolando. Em que pese a goleada, o Pará alcançou as quartas-de-final do Campeonato Brasileiro, junto com São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Rio Grande do Sul não concorreu e o Ceará desistiu da disputa. No Remo, Evandro Almeida mostrou toda a sua dedicação e maestria por longas 15 temporadas, até 1938 e em um de seus últimos jogos envergando a camisa do Leão Azul, em disputa da Taça da Paz, na data de 03.04.1938, em Antonio Baena, o Remo sapecou uma goleada por 5 x 1 sobre o Paysandu , jogo que marcou a entrada da Rádio Clube do Pará nas transmissões futebolísticas. Evandro Almeida deixava escorrer as últimas gotas de suor em campo, na defesa da bandeira azulina. O esquadrão azul jogou e goleou o seu grande rival com Orlando: Barradas, Evandro Almeida; Trindade, Pelado, 77; Moacir, Bendelaque, Viveiros, Capi, Vevé. O Paysandu jogou com José; Newton, Pena; Pery, Batista, Pedro; Erberto, Doca, Quarenta, Moacir, Heitor. Os gols foram assinalados por Vevé (2), Viveiros (2), Bendelaque, Erberto. O jornal O ESTADO DO PARÁ, na sua edição de 5 de abril de 1938, estampou uma crônica, em alusão à participação de Evandro Almeida na partida em que o Clube do Remo goleou o Paysandu por 5 a 1, dois dias antes, em disputa do Torneio da Paz (Taça Importadora de Ferragens), em Antonio Baena. Ei-la: “Fazemos uma referência especial a Evandro Almeida. Afastado definitivamente das lutas, ele que sempre foi uma expressão de heroísmo e de amor ao seu Clube, reviveu o seu fulgor antigo, surgindo novamente na arena. Não esperava que o convocassem. Sentiu que a sua flâmula estava a reclamar-lhe o seu concurso para defendê-la. E como quem foi rei é sempre majestade, Evandro esteve como sempre. Esteve um azulino...” Evandro Almeida estava se despedindo dos gramados paraenses, na condição de jogador, coberto de glórias, tendo se sagrado campeão paraense pelo Clube do Remo nas temporadas de 1924, 1925, 1926, 1930, 1933, 1936, conquistado títulos de campeão do Norte, pela Seleção do Pa rá. Iria dar vez a outros, que esperavam por oportunidade no elenco azulino, como Coelho, outro grande jogador, que passaria a ocupar o posto que fora antes de Evandro Almeida. Evandro Almeida continuaria a prestar sua colaboração ao Clube do Remo, assumindo cargos de direção e no início dos anos 50, como técnico de sua equipe de futebol. Foi agraciado com o título de Benemérito e, posteriormente, de Grande Benemérito. MEDALHA DO MÉRITO ESPORTIVO Após encerrar a sua brilhante carreira, Evandro Almeida continuou a despertar as atenções das pessoas simples do povo, que o viram jogar, bem como da crônica esportiva paraense e de entidades, como o Conselho Nacional de Desportos (CND), que por indicação de Samuel Sabat, que representava o Pará juntos aos organismos dirigentes dos desportos na Cidade do Rio de Janeiro, que os sediava, então. O jornal “A Provincia do Pará”, na sua edição de 31.07.1960, inseriu no Cartaz do Dia, crônica de Nilo Franco, intitulada EVANDRO MERECE, reportando-se à homenagem que iriam prestar a Evandro Almeida, concedendo-lhe a Medalha Mérito Esportivo. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave ESPORTES REMO FUTEBOL COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! 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