A lutadora Bianca Barreto participou na manhã desta terça-feira (9) do Encontro, programa da TV Globo. Ela falou sobre o vídeo no qual ela aparece imobilizando o agressor em um ônibus de Belém. O quadro do qual Bianca participou falava sobre o porquê das pessoas ficarem olhando quando alguém está passando por uma situação ruim ao invés de ajudar.

“As pessoas hoje ficam só olhando. Eu sei que vai acontecer. Não é a primeira vez que acontece. É a segunda vez. A minha reação é essa aí. A primeira foi em janeiro do ano passado. No primeiro momento é raiva. Porque as pessoas ali ficam só filmando. Tinha acabado de sair do treino. Cinco paradas depois ele subiu. Foi próximo do cobrador. Depois ficou atrás de mim se esfregando. Teve um tempo que não deu. E eu pensei que ele estava procurando apanhar. E eu tive essa reação do vídeo. Eu tentei avisar ao rapaz que estava sentado na minha frente o que o outro cara estava fazendo. Mas aí eu dei o mata-leão”, comentou a paraense, que é torcedora do Remo.

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A psicóloga Viviane Mosé disse que as pessoas não podem normalizar esse tipo de situação. 

“Não podemos perder nossa imagem de indignação. Não podemos assistir cenas e achar normal. Não pode ser assim. Nós estamos nos tornando expectadores da própria vida”, comentou a especialista que sempre participa do encontro.

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Dados

Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), o Pará registrou, em 2020, 676 casos de importunação sexual, de janeiro a setembro. Já em 2021, no mesmo período, foram registrados 704 casos.

O crime

A importunação sexual se caracteriza pela prática de atos libidinosos com a intenção de satisfazer a lascívia (prazer sexual) próprio ou de terceiros, sem a autorização da vítima. Antes de 2018, o ato era consideração apenas contravenção penal, ou seja, uma infração de menor gravidade. Mas, por conta do artigo 215 da Lei nº 13.718/2018, que alterou o Código Penal, a importunação sexual passou a ser crime, com pena mínima é de 1 ano e pena máxima de 5 anos de prisão.

Onde denunciar?

As denúncias podem ser feitas no local dos jogos para a equipe Policial presente ou por meio do Disque-denúncia 180 e via aplicativo Whatsapp (91) 8115.9181, de forma anônima, por meio da inteligência artificial "Iara".