Dia do Corretor marca regulamentação da profissão e conquistas para a categoria

Trajetória envolve quase 60 anos de história e 48 de regularização da atuação profissional por meio de lei aprovada em 1962

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O Dia Nacional do Corretor de Imóveis, celebrado nesta sexta-feita, 27 de agosto, rememora a data de regulamentação oficial da profissão no Brasil em 1962, por meio da Lei 4.116, após intensas mobilizações da categoria. Uma atualização foi publicada e permanece em vigor. Atualmente, a Lei 6.530/1978 disciplina o exercício, bem como a atuação de órgãos fiscalizadores a exemplo dos Conselhos Federal e Regionais de Corretores de Imóveis.

A necessidade de intermediação no processo de compra e venda de imóveis, no início do século XX, impulsionou o crescimento da profissão. Entretanto, a regulamentação só foi conquistada principalmente após movimentos de organização sindical da categoria.

No Pará, Carlos Albuquerque é um dos corretores mais antigos e iniciou o ofício por influência do próprio pai que é um dos fundadores do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Pará (Sindimóveis).

60 ANOS

“São praticamente 48 anos que viemos comemorando. No ano que vem a profissão vai fazer 60 anos. Os corretores realizam o sonho da casa própria e a sociedade precisa tomar conhecimento, ter a segurança e tranquilidade sobre seus bens, pois são profissionais qualificados”, destaca Carlos.

image Carlos Albuquerque é um dos corretores mais antigos em atuação no estado (Arquivo pessoal)

Para celebrar a data, o Sindimóveis preparou uma série de atividades comemorativas ao longo da semana nos 144 municípios paraenses, como a realização de palestras e homenagens. Nesta sexta-feira,27, os mais de 11 mil profissionais conhecerão o(a) corretor(a) do ano, em evento em Belém.

“A data é importante para valorizar o corretor, o dia a dia, que é cansativo, e acho que nada mais justo para comemorar. O sindicato tem a prerrogativa de todo ano homenagear a categoria em nome de um colega de trabalho e este ano não será diferente”, adiantou o presidente do Sindimóveis, Nilton Passos.

Ainda segundo o presidente, a pandemia não afetou a procura por qualificação, imprescindível para a emissão do registro no conselho de classe e efetivo exercício no setor. “A categoria conta com 11 mil corretores, vejo que está crescendo, é um ramo bastante procurado. Somos procurados a respeito de informações sobre os cursos na área, o Técnico de Transações Imobiliárias (TTI) e o superior em Gestão de Negócios Imobiliários, que tem dois anos de duração. É uma ocupação autônoma que depende de estudo e aperfeiçoamento constantes, pois só os melhores vão ficar no mercado”, avalia Nilton Passos.

image Nilton Passos, presidente do Sindimóveis, destaca a atuação dos corretores durante a pandemia e faz um panorama no mercado imobiliário (Arquivo pessoal)

Forte aliado em defesa dos profissionais 
Entrevista: Nilton Passos fala sobre a importância do corretor de imóveis, profissionalização e perspectivas de mercado à categoria

O Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Pará (Sindimóveis) é um aliado em defesa dos interesses da categoria desde a regulamentação da profissão até os dias atuais, com a oferta de assessoria, formação e fiscalização das relações de trabalho desenvolvidas pelos autônomos. O Liberal conversou com o presidente da instituição para conferir a importância da profissionalização e as perspectivas de mercado.

Qual o papel do Sindimóveis em defesa da profissão do corretor?

Desde 1973, quando o sindicato foi fundado, a função é proteger o corretor. É uma profissão que não tem salário fixo, vive de comissão, por isso elaboramos uma tabela fixa de corretagem que deve ser seguida tanto na capital quanto no interior.

Atuamos também na fiscalização, quando as imobiliárias oferecem vínculo empregatício aos corretores, verificamos se os trâmites estão ocorrendo dentro da legislação. Além disso, oferecemos preparação por meio de cursos extracurriculares como de avaliação de imóveis, práticas cartorárias, o básico para corretor. O curso de avaliação, inclusive, é muito procurado, pois oferece oportunidade de atuação como perito avaliador dentro de tribunais, na área jurídica.

Quais os desafios enfrentados pelo Sindicato durante a pandemia de covid-19?

Tivemos mais de 10 corretores que infelizmente morreram em decorrência do coronavírus, então atuamos no reforço da proteção. Tentamos fazer com que se conscientizassem em não fazer contato, mas foi muito difícil. Foram três, quatro meses, em que os corretores ficaram sem trabalhar, pois não podiam visitar os imóveis. Por conta do distanciamento, eles foram proibidos por decretos a entrar nos prédios, nas residências, para evitar o contato com clientes.

Como avalia o mercado imobiliário paraense, quais os desafios e oportunidades após a pandemia?

Estou vendo que o mercado deu uma alavancada, tanto na parte de avulso (imóveis prontos) quanto os lançamentos (na planta). O que preocupa mais é o reajuste do valor do imóvel que está muito alto, por causa da inflação. Mas hoje o corretor está satisfeito com o mercado. No pico da pandemia foi ruim porque muita gente não pôde trabalhar, não conseguia sustentar o pagamento do aluguel com reajustes. O pico foi muito prejudicial. Já com o decorrer da vacinação e o governo abrindo novamente as atividades econômicas, o povo voltou a circular. Hoje sentimos mais oportunidades, mais trabalho, vendas e aluguéis.

E essa época também está favorável para quem deseja adquirir ou alugar um imóvel?

Sim, é favorável, a partir de agosto começou a melhorar. Em julho muita gente fica parada, viaja. Mas os aluguéis e vendas estão começando a voltar à normalidade e esperamos que fique assim até o final do ano. No mês de julho, a inflação estava muito alta, impactando nos aluguéis, então ou você entrava em acordo com o dono do imóvel para não haver reajuste e não pesar no bolso do inquilino ou acatava com o que o proprietário pedia. Em relação à compra, o Governo Federal está dando um subsídio bom para quem quer adquirir um imóvel na planta. Cada banco tem a sua porcentagem de reajuste, então o cliente precisa ver o que mais se adequa à sua realidade. A Caixa Econômica continua sendo a maior financiadora de imóveis no momento. 

image Mercado imobiliário volta a ficar aquecido e o Sindimóveis busca mecanismos para garantir o trabalho digno de cerca de 11 mil corretores que atuam no Pará (Oswaldo Forte / Arquivo O Liberal)

Sindimóveis atua há 48 anos no Estado do Pará 

Fundado em 1973, Sindicato tem quase cinco décadas de gestão em defesa dos interesses profissionais e na qualificação dos quase 11 mil corretores de imóveis

Aos corretores cabe a intermediação de compra, venda e aluguel de imóveis, bem como os procedimentos inerentes à negociação, como elaboração de contrato, administração e locação de imóveis, orientações sobre certidões. A organização sindical tem fortalecido a categoria e auxiliado no aperfeiçoamento e garantia de direitos na atividade, exercida de forma autônoma, na maioria das vezes.

Fundado em 1973, o Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Pará (Sindimóveis) é anterior à Lei 6.530/1978, que determina a criação dos Conselhos Federal e Regionais da categoria. Em quase cinco décadas, a instituição atua em defesa dos interesses dos corretores de imóveis nas esferas municipal, estadual e federal, em conjunto com a Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci).

Entre as conquistas está a criação de mecanismos para ampliar a atuação profissional da categoria, como ocorre no âmbito judiciário em avaliações específicas de imóveis, em processos de divórcio para partilha de bens, levantamento de inventários e patrimônio empresarial.

image Como forma de reconhecimento dos profissionais, todos os anos o Sindimóveis escolhe o Corretor do Ano. Para 2021 o evento está sendo elaborado. (Arquivo pessoal)

Capacitação

O Sindimóveis também oferece aperfeiçoamento extracurricular, por meio de cursos que aumentem a segurança e qualificação para o profissional fechar seus negócios, bem como protegê-lo de adotar práticas que o levem a responder civil, criminal e administrativamente.

“Estamos tentando junto à categoria nacional fazer a faculdade do corretor, curso superior para além do técnico em transações imobiliárias (TTI). Além disso, temos uma rede de descontos em farmácias, óticas, consultórios médicos, supermercados e até clubes. Como o corretor não tem salário fixo, tentamos amenizar essa situação dessa forma, extensiva aos familiares”, explica o presidente do Sindimóveis Nilton Passos.

Em 48 anos, o sindicato vê o crescimento do número de profissionais a cada ano. No Pará, cerca de 11 mil corretores de imóveis estão ativos, os quais agregam os conhecimentos com a formação superior em outras áreas de prestação de serviços como direito, engenharia e contabilidade, por exemplo.

image Durante a pandemia, cresceu a busca por lares maiores e empreendimentos com áreas de lazer abertas (Divulgação)

Mobilidade

Entre as facilidades do exercício da profissão está a mobilidade, em que o escritório é muitas vezes o toque do celular e os negócios podem ser fechados até mesmo em praias, como os empreendimentos de Salinópolis, no nordeste paraense, que tiveram uma alta no mês de julho.

Entre as dificuldades, a pandemia trouxe desafios com o distanciamento social e o impedimento de visitas aos imóveis. Por outro lado, os novos formatos de trabalho remoto exigiram adaptações e mudanças residenciais, como espaços maiores para melhorar a convivência entre as famílias.

O home office aumentou o interesse por lares maiores que comportam estações de trabalho adaptadas para a realização de reuniões por vídeo e áudio. Do mesmo modo, o distanciamento social promoveu a predileção por imóveis que contenham áreas de lazer abertas, abrindo oportunidades para construtoras e incorporadoras. O Sindimóveis observa essas transformações do mercado e trabalha com o incentivo à qualificação por meio da oferta de cursos extracurriculares para fortalecer a atuação do profissional.

image Empresa Relvas Administração de Imóveis equipou o escritório para dar conta do mercado, que se mantém aquecido (Arquivo pessoal)

Corretagem precisou se reinventar na pandemia

Tecnologia foi a grande aliada dos profissionais quando tudo parou devido à explosão da doença, diz Luiz Relvas, da Relvas Administração de Imóveis

A pandemia de covid-19 atingiu todos os setores da economia. Especialmente no ramo imobiliário, o distanciamento social criou obstáculos para visitas, com acesso restrito a imóveis de condomínios residenciais e empresariais. Corretores de imóveis precisaram usar a criatividade para oferecer os serviços de forma remota, tomando como principal ferramenta o celular e os anúncios digitais para não paralisar as atividades.

Para profissionais autônomos, cuja principal renda advém das comissões, encontrar novas formas de prestar atendimento foi a alternativa. Tecnologia aliada à compreensão das necessidades do mercado são imprescindíveis para um serviço diferenciado. Ferramentas de videochamada deram lugar ao contato físico entre corretor e cliente, visitas presenciais ganharam o suporte de vídeos e, dependendo do empreendimento, apresentações virtuais foram incluídas na estratégia de lançamento.

O isolamento social também promoveu alterações nas formas de convivência, exigindo espaços maiores para a acomodação dos membros familiares nos imóveis residenciais, além da inclusão de espaços adequados para a realização do home office, permitindo concentração e ambiente propícios para aulas a distância e reuniões de videoconferência.

Marketing Digital

Corretores precisaram entender de marketing digital para atrair seus potenciais clientes. Luiz Relvas, proprietário da Relvas Administração de Imóveis, acredita nesse diferencial. “O ramo imobiliário sempre se mantém aquecido, mesmo com as dificuldades apresentadas. E quem contou com os meios de comunicações para oferecer os seus produtos, anunciando sempre, acabou superando a crise nos momentos mais difíceis”, pondera.

image Luiz Relvas, proprietário da Relvas Administração de Imóveis, destaca os canais de comunicação ativos para se manter firme nas adversidades, como durante o isolamento social (Arquivo pessoal)

Entretanto, o reforço das mídias sociais não dispensa as formas de comunicação tradicionais. “A melhor ferramenta é não deixar de se manter na mídia, pois somente ela é capaz de facilitar e dar visibilidade às ofertas de apartamentos e casas, seja para aluguel ou venda, chegando aos clientes interessados, através de fotos, filmagens ou classificados, sempre facilitando ao cliente o deslocamento até o item desejado e com a devida documentação legalizada e pronta para ser apresentada”, pontua Luiz.

Para o gestor, investir em qualificação e adotar uma postura de flexibilidade frente às demandas de mercado, podem ser o diferencial do profissional na atualidade. “Todo cliente procura sempre a segurança de ter um bom profissional que possa lhe dar as informações corretas, conhecedor do imóvel que está negociando, assim como sua documentação, e valores compatíveis no mercado. É preciso criar um ambiente de conforto e confiança no comprador, até a finalização do processo. Assim, com toda certeza, esta cadeia de clientes naturalmente se multiplicará, criando muitas situações para que este corretor imobiliário alcance ou se mantenha sempre com sucesso", avalia Luiz Relvas. 

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