Festa junina aquece mercado de costura e venda de tecidos em Belém
Desde o mês de maio, lojas de tecidos e ateliês de costura recebem clientes que querem pular a fogueira com estilo
As festas de São João, tradicionais do mês de junho, fomentam, anualmente, a cultura e economia brasileira com músicas, danças, vendas de comidas típicas, e claro, produção de roupas de quadrilhas. As escolas são responsáveis pela maioria das festas e, só em Belém, são aproximadamente 700 estabelecimentos de ensino, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Há, ainda, as festas promovidas por empresas e pelas famílias.
Por isso, desde o mês de maio, lojas de tecidos e ateliês de costura recebem clientes que querem pular a fogueira com estilo.
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No ateliê Maria Fison, localizado no bairro de São Brás, em Belém, a costureira Isabelly Gonçalves, 24, já está na correria para atender as encomendas. “Quem já é nosso cliente, geralmente se antecipa e nos demanda um mês antes das festividades. Entretanto, sempre tem aqueles que deixam pra cima da hora. Então, todo dia estamos recebendo encomenda e com isso, estamos com a procura mais elevada que nos meses anteriores”, conta a empreendedora.
Isabelly trabalha há 3 anos no ramo ao lado de sua avó, dona Melry, 61, que atua na costura há mais de 20. Para este período atípico do ano elas aumentam a equipe do ateliê, gerando mais empregos no ramo. “A gente sempre se prepara para atender os pedidos contratando duas profissionais a mais. Só assim para dar conta das demandas das quadrilhas e misses”, diz.
Este ano, elas pretendem entregar entre 25 a 30 roupas até o final do período junino. Para a jovem, será uma corrida contra o tempo. “A gente sempre fica com bastante ansiedade para entregar as roupas no prazo certo, aceitando todas as encomendas que chegarem”, finaliza a costureira.
Lojas vêem crescimento da procura
Nas lojas de tecido da capital paraense, o movimento de clientes em busca de materiais alusivos às festas começou logo após o Dia das Mães, afirma Nete Costa, gerente da D’Paula Tecidos, no bairro da Marambaia.
“De janeiro para maio as vendas deram uma caída no geral. Mas agora, após o domingo do Dia das Mães, os clientes de festa junina começaram a aparecer. Alguns chegam para comprar tecidos para uma única produção, mas geralmente, eles compram para fazer roupas de uma escola inteira, ou de grupo de quadrilha, o que faz nossas vendas irem lá pra cima”, comenta Nete Costa.
Por conta desse aumento, o estoque de tecidos específicos para o São João também é acrescido, afirma Regiane Mirante, gerente da loja Clara Tecidos, no bairro da Campina.
“Desde o início do mês de maio já tem gente procurando esses materiais. Por conta dos tecidos de festa junina serem muito diferentes e difíceis de encontrar em outras épocas do ano, a gente traz para a nossa loja, um mês antes, mais opções de tecidos, com diferentes estampas e texturas”, descreve a gerente.
Festas juninas
As festas juninas foram trazidas para o Brasil pelos portugueses ainda durante o período colonial, em função das festividades religiosas que ocorrem no mês de junho em homenagem aos santos católicos Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29).
Tradicionalmente, os símbolos das festas juninas incluem: as comidas, as danças típicas, balões, fogueira, brincadeiras e as roupas tradicionais, que são tipicamente caipiras, com vestimentas bem coloridas e de estampa xadrez.
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