Empreendedores dobram vendas de camisas personalizadas no Círio de Nazaré

Faturamento pode superar os R$ 50 mil em alguns casos

Maycon Marte
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A aproximação das festividades do Círio de Nazaré já transforma a rotina de empreendedores locais, que aproveitam o período para faturar mais. O empreendedor paraense Erbeth Barros produz camisas personalizadas com a temática do Círio e já espera dobrar o número de vendas, devido à alta demanda dos consumidores neste ano. O preço das blusas no seu empreendimento varia entre R$ 60 e R$ 80, a depender da quantidade de adereços, o que pode representar um faturamento superior a R$ 40 mil apenas no período festivo, considerando o valor mínimo das peças, caso ele alcance a meta esperada.

Neste ano, o empreendedor descreve uma demanda muito mais intensa, com consumidores interessados nas camisas pelo menos três meses antes de outubro, quando ocorre a celebração. A meta de vendas era de 400 camisas até o fim do período, mas Barros já avalia dobrar esse número e chegar a 800. No ano anterior, ele vendeu cerca de 300 camisas com os mesmos valores ofertados, alcançando um faturamento de R$ 18 mil.

“A nossa estimativa neste ano era por volta de 400 camisas e, como eu já mencionei, todos nós aqui em casa ajudamos na produção e costura. Porém, aumentou a procura de equipes de corda e equipes de promesseiros, então nossa previsão de vendas quase dobrou”, explica Barros.

As equipes de corda, grupos de fiéis que acompanham a tradicional corda do Círio, representam boa parte das encomendas do empreendedor. Ele exemplifica que só um desses grupos encomendou 70 camisas personalizadas. Movimento acompanhado por outros promesseiros e demais fiéis, mesmo os que não seguem o fluxo mais intenso das romarias.

O trabalho desempenhado pelo empreendedor com o apoio da família já acontece há 13 anos e surgiu da observação da alta demanda pelo produto no centro comercial de Belém. A técnica utilizada na confecção era inicialmente a de pintura manual, que evoluiu posteriormente para a sublimação, já que os recursos foram revestidos em melhoria de maquinário e aprendizado, a exemplo de cursos e treinamentos. Mas, apesar dos benefícios do negócio, ele ainda reclama da dificuldade com matéria-prima e frete.

“O maior desafio é a falta de insumos como o tecido, que às vezes pode faltar, devido à alta demanda, e também tem o serviço de entrega, que pode ficar mais caro”, explica.

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Tradição e criatividade

Também colhendo frutos do Círio de Nazaré, mas com uma proposta um pouco diferente do habitual, a empreendedora Stéfany Mattos aposta em um estilo mais moderno, com camisas de botões na temática da festividade, além de bolsas e vestidos. O destaque da coleção deste ano entre os consumidores, segundo ela, são as camisas mais versáteis, que podem ser utilizadas tanto na celebração religiosa como fora do período.

“As peças são bastante procuradas pelas estampas exclusivas e pelo caimento solto e confortável, diferentemente das camisas tradicionais. Nesta coleção do Círio, os modelos versáteis, que podem ser usados tanto na procissão quanto no dia a dia, têm se destacado.”

Na sua loja, as camisas variam entre R$ 100 e R$ 252, valor que ela explica considerar “o processo manual, a qualidade dos tecidos sustentáveis e a exclusividade das modelagens e das estampas autorais”. A expectativa para as vendas no Círio deste ano é de 200 camisas, o que considera um aumento expressivo na procura percebido desde setembro. Caso essa meta seja atingida, o faturamento médio da empreendedora apenas nesse período ficará em torno de R$ 20 mil a R$ 50 mil.

A renda desse momento ajuda no equilíbrio do negócio, pagando “custos fixos da empresa”, além de contribuir diretamente para despesas pessoais. “Essa época funciona como reforço importante não só para mim, mas para a minha equipe e seus familiares”, reforça Mattos.

Ela também descreve um cenário desafiador quanto aos preços da matéria-prima, em especial para “a logística da produção em pequena escala, que exige mais tempo e cuidado”. Isso se soma à ausência de oportunidades para vender em espaços públicos, como feiras e eventos. Além da necessidade de equilibrar a alta demanda com o ritmo artesanal.

Apesar disso, Mattos mantém o empreendimento há pelo menos onze anos, aliando a tradição do Círio de Nazaré a ideias criativas e inovadoras. “A cada Círio buscamos criar peças especiais que dialoguem com esse momento tão importante para os paraenses e o que nos motiva é poder unir moda, fé e cultura em peças que representem nossa identidade e tenham um significado especial para quem as veste”, conclui a empreendedora.

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