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Thiago Araújo (Republicanos) defende parcerias público-privadas (PPP) para o transporte de Belém

Segundo o candidato, o sistema de mobilidade urbana de Belém é 'podre' e os ônibus precisam ser trocados e modernizados

Elisa Vaz
fonte

Último candidato à Prefeitura de Belém a ser entrevistado nesta semana pelo Grupo Liberal, Thiago Araújo (Republicanos) apresentou suas propostas aos eleitores da capital na quinta-feira (5), quando participou de uma sabatina feita pelos apresentadores Abner Luiz e Elisa Vaz. Cinco concorrentes também enviaram perguntas ao candidato, quadro que foi exibido em todos os episódios. A série vai entrevistar todos os nove postulantes à Prefeitura de Belém, sempre às terças, quartas e quintas-feiras, de 12h30 às 13h30, no programa Liberal + Notícias, até o dia 12 de setembro.

Confira um trecho da conversa e o perfil do candidato:

Candidato, por que o senhor deseja ser prefeito de Belém? O que motivou a sua candidatura?

Thiago: O meu maior desejo de ser prefeito de Belém é para melhorar a vida do povo da nossa cidade, justamente porque Belém está abandonada. O meu desejo de retomar a candidatura é porque o atual prefeito, nos últimos quatro anos, não fez absolutamente nada para desenvolver a cidade. O que a gente viu foi uma crise instalada, Belém sendo tomada completamente pelo lixo nos quatro cantos da cidade e a gente pega todo nosso desejo, nosso sonho, nossa vontade, junta com de milhares de pessoas, para poder apresentar propostas viáveis e verdadeiras para colocar Belém no eixo do desenvolvimento e, de fato, melhorar a vida da população.

O senhor já foi eleito vereador em 2012, deputado estadual em 2014, 2018 e 2022, e também foi candidato a prefeito de Belém em 2020, tendo recebido o apoio do então prefeito, Zenaldo Coutinho. Acha que isso, de certa forma, atrapalhou a sua eleição? O que mudou do Thiago Araújo de outros pleitos para este?

Não tive o apoio direto do prefeito Zenaldo naquela eleição, tanto que ele não pode estar presente na eleição, até porque era um momento pandêmico, acho que ele estava muito focado no combate à pandemia. Naquele momento eu tive o apoio de oito partidos políticos e mais de 200 candidatos a vereadores, que se juntaram em torno de um projeto de cidade. Eu sou fruto e sou candidato a partir do meu desejo, mas de um desejo coletivo de pessoas que acreditam nas nossas propostas e nas nossas ideias. O que mudou de lá para cá é que Belém ficou abandonada, retrocedeu do ponto de vista social, econômico, financeiro e de infraestrutura da cidade, e o que a gente precisa é avançar mais ainda no nosso desejo de fazer com que a política possa ser uma ferramenta de transformação da vida das pessoas. Não dá para a gente aceitar que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Belém não tenham médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, medicamentos básicos. Isso me dói ao ponto de fazer com que a gente tenha desejos, vontades e muitas propostas para fazer de Belém uma cidade muito melhor do que a que a gente vive hoje.

O senhor trocou de partido, passando do Cidadania (antigo PPS) para o Republicanos. Houve algum motivo específico para essa troca?

O primeiro motivo é que hoje eu me enquadro, no que eu penso sobre família, sobre ser cristão, sobre os princípios e valores éticos e morais, me encaixo muito mais no que o Republicanos acredita. Cumpri minha missão no Cidadania, tenho maior orgulho e respeito pela história que eu cumpri dentro do partido, só que o Cidadania fez uma federação nacional com o PSDB, e essa federação trouxe alguns entraves políticos, ideológicos e de caráter. Como eu acho que o PSDB no Estado do Pará se acabou moralmente e a nível de proposta de sociedade, e o Cidadania estava preso nesse relacionamento partidário, eu preferi tomar a minha migração para o Republicanos, que era algo que eu já queria, já estava pleiteando há algum tempo e tenho muito orgulho.

Um dos maiores políticos do partido é Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, que defende, por exemplo, as privatizações. Como o senhor enxerga esse tema? Além disso, Tarcísio é um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Como o senhor se vê politicamente?

Acho que o Tarcísio tem demonstrado ser um case de sucesso administrativo para São Paulo, que é o maior Estado da Federação, que tem o maior potencial. Ele tem revolucionado administrativamente o Estado de São Paulo com Parcerias Público Privadas (PPP) e eu defendo muito que Belém, com o orçamento per capita que tem, sendo uma das piores das Unidades da Federação, precisa entender a PPP como um grande propulsor e estimulador dos problemas sociais e acho que a gente precisa fazer com que Belém se torne um case de sucesso pelo potencial que nós temos, mas o baixo orçamento que nós temos na nossa cidade não fará isso sozinho, então a gente precisa buscar parceria com o governo do Estado, com o governo federal, mas entender que a iniciativa privada é muito importante para alavancar algumas obras e serviços na nossa cidade. Concordo com algumas coisas da privatização, e elas precisam ser dosadas, não concordo na sua totalidade. Dou um exemplo: a gente tem 1.500 pontos e abrigos de ônibus em Belém. A gente pode e vai, assumindo a Prefeitura, reformar, ampliar e fazer com que ele tenha acessibilidade para fazer o ir e vir para 500 mil usuários que nós temos no transporte público todos os dias com PPP. Isso dá certo no mundo inteiro, sem gastar o dinheiro do Tesouro, sem gastar o dinheiro da Prefeitura, sem gastar o dinheiro da população, e a gente vai fazer isso, e é um exemplo prático e objetivo do que dá certo. Sobre Bolsonaro, eu tenho uma pegada política e acredito na direita, acho a direita muito mais inteligente, mas não a extrema direita. Concordo com algumas coisas que o Bolsonaro fez a nível de governo, mas também discordo de várias coisas e vários atos e vários gestos que ele cometeu no seu governo. Eu ser de direita não significa defender 100% o bolsonarismo, tenho que defender aquilo que são políticas sérias, corretas e que possam tocar a vida da população. O mais importante é compreender que a gente precisa melhorar os números de saneamento, de educação, de segurança, de oportunidade, de empregabilidade na cidade de Belém e você ter uma visão mais à direita, no que eu acredito, junto a uma boa política, pode nos dar uma oportunidade grande e interessante de melhorar a vida da sociedade.

A população de Belém não tem ônibus com ar-condicionado. É tão difícil, completo e caro assim? Dentro do seu plano, como o senhor avalia essa questão?

Entendo a mobilidade de Belém, quando a gente trata especificamente dos ônibus, que é o cartel. E é um sistema podre. A gente precisa ter coragem para enfrentar esse sistema. O Edmilson se mostrou amigo do sistema e não teve coragem suficiente para enfrentá-lo. O Éder, ao meu ver, não tem competência e conhecimento para enfrentar o sistema. E o Igor, para mim, é o sistema. Eu tenho um compromisso com a sociedade de enfrentar esse sistema, levar garantias jurídicas, por um processo licitatório, para os operadores do sistema de mobilidade urbana, mas garantir que a gente possa colocar ônibus de qualidade, ônibus reformados, ônibus novos, ônibus com ar-condicionado, com wi-fi, com tecnologia para a população. Dá para fazer. Só a sobra do vale-digital, que é dos usuários de transporte, hoje fica presa na mão do Setransbel, que representa as empresas. Enquanto a Prefeitura não puxar para si essa responsabilidade e ter um pulso firme, não de amiguinho com esses empresários de ônibus, a gente não vai conseguir superar esse triste e dramático problema de mobilidade que nós temos. O que nós temos que ter é um processo licitatório, dando garantias jurídicas tanto para a Prefeitura cobrar exigências contratuais do prestador de serviço como para o prestador de serviço ter a garantia de que ele não pegar, em uma canetada do prefeito, a retirada do direito dele de operar e trabalhar na cidade de Belém. Os 30 ônibus que ficaram retidos foram comprados com recursos oriundos do governo federal, vão ser pagos pela Prefeitura de Belém e operados pela Setransbel. A lucratividade fica na mão do Setransbel e quem paga é a Prefeitura. Tem lógica isso?

Perfil do candidato

  • Idade: 31 anos
  • Gênero: Masculino
  • Cor/raça: Branco
  • Estado civil: Casado
  • Formação: Ensino superior completo
  • Ocupação: Deputado estadual
  • Naturalidade: Belém (PA)
  • Coligação: Belém Quer Mudança de Verdade

Fonte: TSE

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