Sem condições favoráveis, Edmilson e Eguchi perderam espaço no cenário eleitoral, diz especialista
Candidatos que protagonizaram a eleição anterior não conseguiram um bom desempenho este ano
Os belenenses foram às urnas no último domingo (6/10) e escolheram os próximos vereadores e prefeito da capital, mas, diferente do cenário político desenhado na eleição anterior, em 2020, os candidatos Edmilson Rodrigues (Psol) e Delegado Eguchi (Patriotas) perderam espaço. Na eleição passada, os dois protagonizaram uma rivalidade que seguiu para o segundo turno, com o psolista saindo vitorioso. Para o cientista político paraense, André Buna, a pandemia do Covid-19 e a divisão acentuada entre direita e esquerda são as principais diferenças entre os dois pleitos municipais.
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Edmilson Rodrigues registrou 248.751 votos (34,22%) no primeiro turno da eleição de 2020, contra 167.599 (23%) de Eguchi. Na época, os dois conduziram a disputa somando a maior parcela de votos entre os eleitores. Entretanto, nas eleições deste ano, nenhum dos dois conseguiu avançar para o segundo turno. Este ano, o candidato do Psol ficou na terceira posição, com 78.401 votos (9,78%), enquanto que Eguchi, que concorreu pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), recebeu 2.918 votos (0,36%).
Em um cenário marcado pela divisão ideológica, com a imagem de Bolsonaro liderando a direita, os candidatos que o apoiaram herdaram votos e aprovação. E, embora a capital paraense também refletisse a mesma divisão, com a esquerda representada por Edmilson Rodrigues e a direita pelo Delegado Eguchi, o especialista destaca que o apoio do governador do estado, Helder Barbalho, foi essencial para a vitória do candidato psolista.
“A gente via outra conformação por parte, principalmente do Helder, que naquele momento não tinha nenhum nome forte na cidade de Belém que pudesse ser lançado pelo MDB para fazer essa transferência de popularidade que o Helder tinha por ser um dos governadores que entrava em choque diretamente com o Bolsonaro, ele acabou escolhendo o Edmilson naquele momento e, não não é nenhum exagero dizer que o Helder elegeu o Edmilson”, analisa Buna.
Na avaliação do cientista político, a crise na saúde devido a pandemia do Covid-19 também ajudou a fortalecer e derrubar discursos. Isso porque a direita, representada pela figura de Eguchi, insistia em um discurso negacionista e distante das medidas de combate ao vírus. Esse movimento teria contribuído ainda mais para catalisar votos na campanha de Edmilson. “Foi uma disputa muito entre um estado mais presente, mantenedor e provedor de saúde, de uma assistência social muito mais forte naquele momento, que era o que a gente carecia de fato", explica.
Agora, o cenário político em Belém segue um rumo diferente, com Igor Normando (MDB) e Delegado Éder Mauro (PL) se enfrentando no segundo turno. Eles receberam, respectivamente, 329.413 votos (44,69%) e 232.354 votos, (31,52%) dos votos válidos. A disputa será no dia 27 de outubro.
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