Edmilson Rodrigues (Psol) diz que já comprou 10 dos 30 ônibus elétricos planejados para Belém
Entre os temas abordados pelo prefeito e candidato à reeleição, o transporte público foi um dos focos da entrevista ao Grupo Liberal
Abrindo a última semana de entrevistas do Grupo Liberal com os candidatos à Prefeitura de Belém, o atual prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) foi recebido nos estúdios de jornalismo na última terça-feira (10), quando pode fazer um balanço de seu mandato, que se encerra em dezembro, e apresentar propostas para uma nova gestão, caso eleito. A sabatina, que durou uma hora, foi comandada pelos apresentadores Abner Luiz e Elisa Vaz, contando também com a participação dos adversários, que enviaram suas perguntas. A série entrevistou todos os nove candidatos à Prefeitura de Belém, às terças, quartas e quintas-feiras, de 12h30 às 13h30, no programa Liberal + Notícias.
Confira um trecho da conversa e o perfil do candidato:
Pergunta: Candidato, por que o senhor deseja ser prefeito de Belém novamente? O que motiva a sua candidatura à reeleição?
Edmilson: Eu tenho uma relação de amor pela nossa cidade, por isso estudei arquitetura e urbanismo, mas eu conheço a cidade não apenas por ser um profissional da área do planejamento urbano, eu cresci no entorno da bacia do Tucunduba. A primeira grande obra de macrodrenagem eu tive o prazer de ver crescer. Concluí em 2004 a bacia do Una, que transformou todos esses bairros, como Pedreira, Telégrafo, Sacramenta e outros. Da mesma forma, iniciei a obra do Tucunduba e hoje estou fazendo grandes obras. Aquele primeiro momento deste mandato foi muito difícil para mim, porque entramos com a cidade destruída e eu tinha que reconstruí-la, mas não tinha o apoio do presidente da República, e o próprio governo do Estado repassou a menos o ICMS. E pegamos a covid-19. Eu quase morro. E, apesar de todas as dificuldades iniciais, desde o primeiro dia começamos a trabalhar. Criei no primeiro dia o programa “Bora Belém”, tiramos quase 90 mil pessoas da situação de fome e isso para mim já tem grande valor, e agora retomamos grandes obras e Belém, portanto, está em outro ritmo e é por isso que eu quero ser reeleito prefeito, para dar continuidade, agora com o apoio do Lula e, como sempre, do lado do povo.
A pesquisa Quaest encomendada pela TV Liberal e divulgada no dia 31 de agosto mostrou que o senhor está em terceiro lugar nas intenções de voto, atrás de Igor Normando (MDB) e Éder Mauro (PL), e tem a maior rejeição entre os candidatos, na casa dos 69%. Na sua opinião, o que levou a população a apresentar esses resultados na pesquisa? O senhor concorda com o resultado?
Eu não brigo com pesquisas. Tem pesquisas que dão eleitos no primeiro turno certos candidatos. É importante perguntar quem pagou pela pesquisa e qual é a instituição que fez a pesquisa. No caso da Quaest, é um órgão conhecido já, mas o modo como você faz a pergunta também influencia. Quem nunca foi do Executivo, não é tão conhecido, não tem rejeição. Agora, com muita humildade, eu tive uma rejeição alta, mas uma pesquisa recente mostra que ela está em um patamar inferior a 30%, aí são pesquisas diferentes. E foi alta porque pegamos dois anos de muito perrengue, o povo tem memória e o povo sabe que a cidade estava arrebentada. Eu não parei de trabalhar um dia, tivemos uma covid, com órgãos parados, empresas paradas, muito desemprego, muita gente doente e ninguém morreu sem assistência em Belém, os recursos públicos foram gastos para salvar vidas. Foram difíceis os dois primeiros anos, sem apoio do governo federal. Depois que o Lula entrou, a saúde já melhorou muito. A máfia do lixo foi derrotada por mim depois de 19 ações na Justiça. Eu sou um dos dois candidatos que têm imagens no meio do povo, eu vou nas ruas, nos bairros, entrando em casa por casa, olhando no olho, conversando com as pessoas, ouvindo críticas, que me ajudam a crescer e consertar possíveis erros. Por isso minha rejeição caiu. São resultados divergentes de institutos divergentes. E tenho certeza de que em breve estaremos confirmando o primeiro lugar com o apoio de Deus e do povo.
Há reclamações recorrentes por parte dos usuários do transporte público em Belém sobre as condições dos ônibus, que, em muitos casos, estão sucateados. Além disso, a frota é considerada insuficiente e as paradas de ônibus não oferecem condições adequadas de conforto e segurança. O que foi feito em relação a isso no seu primeiro mandato e quais são os planos concretos, caso eleito, para melhorar o transporte público?
São dois processos. Com a pandemia, muitas empresas quebraram, faliram, porque não tinha aluno na universidade, tudo parado, empresas em home office e as empresas quebraram por falta de passageiros. As que sobreviveram alegaram dificuldades para compra de ônibus novos. Foram dois primeiros anos muito difíceis não só para mim, mas para a população mais pobre, que anda de ônibus. Eu pedi autorização da Câmara, mandei um Projeto de Lei, foi aprovado. E pedi autorização da Justiça, que homologou um acordo entre Prefeitura, Estado e Setransbel, que representa as empresas. Esse acordo diz que a Prefeitura deixa de cobrar o ISS, que é um imposto municipal, e a taxa de gerenciamento, portanto, a Prefeitura abre mão de alguns milhões ao ano, é uma forma de subsídio. O Estado abre mão de alguns impostos também. Eu cumpri 100%, o Estado deve ter cumprido. O que os empresários fazem, já que o dinheiro é público: eles compram os 300 ônibus, todos adaptados a pessoas com deficiência (PcD), com ar condicionado e com wi-fi. Chegaram, dos 300, 51 ônibus. Eu tenho pedido para a minha assessoria pressionar os empresários, porque tem dois meses que os ônibus estão nas garagens e eles não querem colocar para funcionar porque tem uma pressão política. Ou por alinhamento ideológico com uma candidatura ou por medo de uma família poderosa, eles não estão colocando os ônibus comprados com dinheiro público. Esse é o acordo, está na Justiça. Hoje, foi decidido e dado 15 dias para as empresas normalizarem e colocarem os 300 ônibus em circulação, nem são 51, já era para ter os 300. A pressão é porque tem filhinho de papai que nunca andou de ônibus, nunca viu o que é o sufoco de um trabalhador da periferia e sabe que na hora que os ônibus com ar condicionado começarem a funcionar, as pessoas vão ficar ainda mais aborrecidas com quem foi vereador na base do Zenaldo e obedeceu o Zenaldo e traiu o povo pobre. Mas nós vamos vencer essa dificuldade. Em segundo lugar, fui a Brasília, com o Mercadante, e consegui R$ 100 milhões para a compra de alguns ônibus e consegui mais R$ 130 e poucos milhões dentro do PAC. São R$ 230 e poucos milhões para compra de uma frota própria, que inclui 30 ônibus elétricos e outros ônibus comuns, incluindo 45 microônibus, sendo 15 para Mosqueiro, 15 para Outeiro e 15 para Icoaraci, todos com ar condicionado. São 213 ônibus que vamos comprar com dinheiro garantido pelo governo federal. A Prefeitura administra. Já comprei os 10 primeiros ônibus elétricos, motoristas estão treinados, o Detran liberou os três primeiros e até sexta-feira teremos os ônibus fazendo a primeira linha, da Estação Mangueirão a São Brás.
Perfil do candidato
- Idade: 67 anos
- Gênero: Masculino
- Identidade de gênero: Cisgênero
- Orientação sexual: Heterossexual
- Cor/raça: Branco
- Estado civil: Divorciado
- Formação: Ensino superior completo
- Ocupação: Professor de ensino superior e atual prefeito de Belém
- Naturalidade: Belém (PA)
- Coligação: A Nossa Família é o Povo
- Composição da coligação: Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) / Federação Psol Rede (Psol/Rede)
Fonte: TSE
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