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Veja quanto custa para tirar a carteira de motorista incluindo autoescola

Preço das aulas não é tudo, é preciso saber escolher empresas capacitadas

Eduardo Laviano

O mercado das autoescolas ao pouco volta a se reaquecer em Belém após dois anos difíceis por conta da pandemia. Atualmente, quem deseja ter uma Carteira Nacional de Habilitação na capital paraense precisa desembolsar entre R$ 1.800 e R$ 2.200, quando considerados os serviços da autoescola, entre aulas teóricas e práticas, e as taxas cobradas pelo Departamento de Trânsito do Estado (Detran), que incluem as provas, biometrias, testes psicotécnicos e outras etapas da emissão do documento.

Márcio Santos é diretor-geral de uma empresa do ramo, na qual atua há 20 anos. Para ele, a briga por preços mais baixos pode acabar comprometendo a qualidade das aulas e dos profissionais envolvidos no aprendizado dos futuros motoristas. "O mesmo serviço que tem aqui você encontra a R$ 800, R$ 900. Porém, é de se desconfiar. A qualidade não é a mesma. Tem muito aluno de outras escolas que aparece aqui para fazer reciclagem, ter novas aulas, por conta de problemas com outras instituições. É o barato que sai caro", justifica.

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O produto que mais sai é a primeira habilitação para dirigir carros e motocicletas. O valor incluir 45 horas de aulas teóricas e práticas que Santos considera essenciais para a fluidez do trânsito na capital. Para Márcio, é importante que os alunos usufruam com plenitude do investimento para evitar gastos futuros. "Se tu ficares reprovado, um tempo atrás tinha que esperar 30 dias para refazer o teste. Mas agora no dia seguinte pode fazer outro exame. A lei não diz que tem que fazer novas aulas, mas isso ocorre muito aqui na autoescola. Eles nos procuram antes da nova tentativa, para ficarem mais seguros", diz.

Empresas registradas são mais seguras

Sandro Hage é presidente do Sindicato das Autoescolas de Belém e também é proprietário de uma. Com tantas ofertas baratas em anúncios pela cidade, ele destaca que é fundamental contratar os serviços de empresas legalmente registradas. "Atualmente, o mais seguro é ver se a autoescola está credenciada no Detran, pois elas recebem uma portaria para atuar. É importante procurar saber se os veículos são próprios, saber se os carros são novos e quanto tempo de mercado a empresa tem", aconselha.

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Para o empresário, os sucessivos aumentos no preço do combustível no Brasil deixaram tudo mais caro, inclusive o custo das autoescolas. "O nosso valor está muito defasado em relação a outros Estados. Está bem abaixo. Em 2021 tivemos uma queda em torno de 30% a 40% em vendas no geral. O que tem ajudado muito as escolas é que o governo lançou o projeto CNH Pai d'égua, para pessoas com pouca renda. As autoescolas têm abraçado isso e é tudo bancado pelo governo do Pará. Veio somar muito. Além de ajudar muita gente sem condição", diz.

Se a situação econômica não está fácil para alguns empresários, o mesmo pode ser dito sobre os clientes. A enfermeira Lana Silva iniciou o processo, mas não chegou até o final. Na opinião dela, os valores são muito altos para o brasileiro médio. "Eu tive a ideia de comprar um carro por conta de um dinheiro que minha avó deixou antes de morrer. Iria ajudar muito no meu dia a dia, tanto no trabalho, quanto com os clientes particulares. Mas nem me passou pela cabeça o preço da autoescola. Por enquanto, decidi deixar para depois", diz.

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