Último defeso do caranguejo-uçá vai até dia 16; captura e comercialização estão proibidos

Quem desobedecer a proibição pode ser responsabilizado por crime ambiental, com multas entre R$ 700 e R$ 100 mil

O Liberal
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O terceiro e último período do defeso do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) começou nesta segunda-feira (11) e segue até o dia 16 de março. Neste intervalo, segundo o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), ficam proibidos a captura, transporte, beneficiamento, industrialização e comercialização de qualquer indivíduo da espécie.

Caranguejo-uçá

Popularmente conhecido como "andada" ou “suatá”, é neste período reprodutivo que os caranguejos machos e fêmeas saem de suas "tocas" e andam pelo manguezal para o acasalamento e liberação de ovos. A preservação do caranguejo-uçá se torna ainda mais importante durante os períodos de defeso.

Com coloração azulada, arroxeada ou avermelhada, o crustáceo é uma espécie semi-terrestre, territorialista e apresenta dimorfismo sexual, com machos e fêmeas diferenciados. Os machos possuem abdômen alongado e mais estreito, enquanto as fêmeas têm abdômen semicircular e alargado, essencial para carregar os ovos até a liberação das larvas na beira de rios e oceanos.

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Quem desobedecer a proibição, conforme determina a Portaria nº 325 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), pode ser responsabilizado por crime ambiental. Dependendo da quantidade apreendida, a pessoa pode receber multas que variam de R$ 700 a R$ 100 mil.

Relevância

Os caranguejos-uçá têm uma importância ecológica, mas também desempenham um papel fundamental na economia e na cultura local. No Pará, a "cata do caranguejo" é uma atividade tradicional, que movimenta a economia e gera renda para inúmeros pescadores artesanais ao longo do litoral. A estimativa é de que a comercialização chegue a 18 milhões de unidades por ano.

Segundo a gerente de biodiversidade do Ideflor-Bio, Mônica Furtado, a ordenação da cata do caranguejo, especialmente durante os períodos de defeso, é essencial para proteger a espécie e garantir que continue a desempenhar seu papel vital nos manguezais e na vida das comunidades locais. "A conscientização e o respeito às leis ambientais são passos essenciais para garantir a proteção e a preservação do caranguejo-uçá e de seu habitat natural", afirma.

Além disso, a reciclagem da matéria orgânica feita pelos caranguejos nos manguezais contribui para a saúde e o equilíbrio desses ecossistemas, evitando o transporte de nutrientes para outros ambientes durante as marés. E os manguezais são berçários naturais para diversas espécies, antes de migrarem para seus habitats específicos, tornando a preservação desses ambientes e de suas espécies ainda mais crítica.

Governo faz fiscalização

Durante o defeso, o governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), realiza uma fiscalização em feiras e demais estabelecimentos que comercializam o caranguejo-uçá, para garantir o cumprimento das leis ambientais.

Enquanto isso, o Ideflor-Bio atua com ações de educação ambiental para conscientizar a população na busca por garantir a proteção e a manutenção desses ecossistemas tão vitais para a biodiversidade e as comunidades que deles dependem.

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