Trabalhadores da Eletronorte paralisam até quinta-feira (17) contra privatização

O movimento é nacional e envolve todos os trabalhadores da Eletrobrás

O Liberal

Os trabalhadores do Sistema Eletrobrás de todo o Brasil entraram em greve a partir da meia noite desta terça-feira (15). Em Belém, houve protesto desde as 8h na avenida Perimetral, onde está localizada a sede da Eletronorte. Cerca de 20 pessoas participaram da ação. A paralisação deve ir até quinta-feira (17) e é organizada nacionalmente pela Federação Nacional dos Urbanitários. O Sindicato dos Urbanitários do Pará foi responsável pelo ato em Belém.

O movimento é contrário ao agendamento no Senado Federal da Medida Provisória (MP) 1.031/21, que prevê a privatização da Eletrobrás. Os trabalhadores afirmam que a proposta não está sendo debatida pela sociedade, já que a tramitação ocorre por rito sumário, o que significa que não foi criada uma Comissão Mista de senadores e deputados e nem audiências públicas para discutir o tema. A MP foi apresentada ao Congresso Nacional em fevereiro deste ano, quando foi entregue pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro e seus ministros.  Na Câmara dos Deputados, a medida recebeu 313 votos a favor, enquanto 166 representantes registraram votos contra. O texto precisa do aval do Congresso até o dia 22 deste mês, ou perderá validade, o que impediria o governo de dar andamento aos planos de privatização.

A proposta da MP é que a empresa deixe de ser estatal, com a redução da participação do governo federal em menos de 50% dos negócios e, assim, deixe de ser o controlador, o que significa que perde o poder exclusivo de decisão, mesmo que continue podendo opinar junto aos novos sócios. A Federação Nacional dos Urbanitários afirma que “a privatização da Eletrobrás vai trazer sérios riscos sociais, ambientais e econômicos ao país”.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará, José Bianor Monteiro Pena, afirma que a participação dos trabalhadores no ato foi resultado do fato de que a maioria dos funcionários segue trabalhando em regime remoto, em razão das medidas de prevenção contra a covid-19. “No Pará, somos aproximadamente 500 trabalhadores, divididos por Belém, Marabá, Santarém, Tucuruí, Altamira e Vila do Conde. Com a privatização, além da perda do patrimônio do povo brasileiro, já que a Eletrobrás é a maior empresa de energia da América do Sul, nós tememos o risco do desemprego. Vieram poucas pessoas porque a maioria ainda está trabalhando em casa”, justifica.

O sindicalista afirma também que a privatização deverá elevar o preço das contas de luz no país. “Dezenas de especialistas de diferentes segmentos da sociedade, setores da economia, regiões do Brasil e convicções políticas foram taxativos em afirmar que tanto o texto original da MP 1.031, quanto o PLV substitutivo (Projeto de Lei de Conversão), aprovado na Câmara, vão trazer um aumento extraordinário na tarifa de energia, um ‘tarifaço na conta de luz’. O que seria um absurdo em qualquer tempo, é mais grave no Brasil de hoje, que atravessa a maior crise sanitária, social e econômica de sua história por conta da covid-19 e outras mazelas”, declara o dirigente sindical.

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