Setor de eventos ainda enfrenta desafios, mas projeta retomada

Empresários e profissionais esperam que vacinação recrie condições favoráveis para a área

Débora Soares / O Liberal
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Cerca de 30% das empresas dos diversos segmentos da área de eventos, da Região Metropolitana de Belém, precisaram fechar devido aos impactados das restrições impostas pelas medidas de enfrentamento ao novo coronavírus, segundo a estimativa da Associação Brasileira de Assessores e Cerimonialistas (Abracs). Somente agora o mercado volta a aquecer, mas ainda timidamente.

Cerimonialistas, decoradores, locais para festas infantis, estúdios de fotos e filmagens e lojas de aluguel de trajes são apenas alguns segmentos que precisaram demitir funcionários e decretar falência por não terem fundos para pagar contas básicas de funcionamento como água, aluguel, energia e folhas de pagamentos.

Os trabalhadores que foram demitidos em virtude do fechamento dessas empresas dificilmente conseguem lugar no mercado novamente no mesmo setor, uma vez que tiveram seus vínculos empregatícios rompidos e não há estabelecimentos contratando, de acordo com as estimativas da Abracs.

Os empreendimentos que conseguiram se manter mesmo com os fortes impactos econômicos precisaram mudar a forma de realizar os festejos para ganhar dinheiro durante a maior crise sanitária vivida nos últimos cem anos, que passou a impor novos hábitos e costumes. “Eles tiveram que se reinventar e se readequar dentro da própria área. Primeiro, porque a pandemia trouxe uma realidade diferente do que estávamos acostumados, com as práticas de higiene e manutenção dos espaços, toda essa questão de ter que se preocupar ainda mais com a saúde e as determinações sanitárias”, relata Luciana Mendes, presidente da Abracs.

Até maio deste ano, o mercado de eventos passava por situação delicada e somente com a liberação de eventos pelo governo do estado, com limite máximo de 200 pessoas, é que as possibilidades de renda começaram a surgir para esses trabalhadores.

Adaptação

Tanto os empresários quanto os profissionais da área precisaram se adaptar ao “novo normal”, com a compra de equipamentos de medição de temperatura, álcool em gel e máscaras adequadas, por exemplo. “Esses trabalhadores também tiveram que se adequar a essa nova realidade quanto às práticas tecnológicas. O que nós temos hoje são espaços para eventos que antes eram apenas salão de festas e hoje são estúdios totalmente adaptados para a promoção de lives, transmissão de vídeoaulas e eventos mesmo no geral”, comenta a presidente.

Segundo informações da Associação, cerca de 30% dos espaços de Belém hoje estão adaptados a essas novas possibilidades de eventos e isso ocorreu de forma ligeira. Os próprios profissionais passaram a comprar equipamentos para realizar as reuniões com seus clientes e promover seus eventos.

Esse mercado, no Pará, ainda caminha lentamente pela informalidade, o que favorece a manter muita gente fora do mercado. Estão incluídos dentre esses trabalhadores os operadores de som, seguranças, garçons, recepcionistas e filmmakers.

Dificuldades

O filmmaker Miguel Dias, 49 anos, é um desses profissionais individuais que não tiveram meios de conseguir renda suficiente para a subsistência. Ele ficou sem exercer sua atividade mercadológica durante todo o período de restrição mais severa.

Sem possuir outra fonte de renda, Miguel conta que precisou vender equipamentos para ter condições financeiras de sustentar a família composta por ele, a esposa e um casal de filhos. “Eu fui para o fundo do poço igual a todos do mesmo mercado de trabalho que o meu. Sem ocupação e vendo as contas chegarem, a única solução possível e imediata que vi foi vender as minhas ferramentas de trabalho para poder saldar as dívidas e amenizar a minha situação”.

O autônomo não tem perspectivas de significativa melhora da economia para o seu ramo e reclama das dificuldades enfrentadas mesmo com o retorno das atividades festivas. “Ainda está muito difícil, porque, mesmo com a retomada, ela ainda está acontecendo de forma muito lenta. E quando o cliente procura os nossos serviços, não está preparado para pagar os valores cobrados por quem trabalha longe do amadorismo. Aí é aquela situação desesperadora: a gente volta aos trabalhos, mas em contrapartida os valores foram para o chão.”

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