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Serviço de manicure e pedicure tem força no faturamento de salões

Procura por alongamento, cristalização e outras técnicas movimentam setor de beleza na Grande Belém

Natália Mello / O Liberal
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A busca por unhas fortes e bonitas e as tecnologias nos procedimentos transformaram o serviço de manicure e pedicure em um dos principais faturamentos de um salão de beleza. Em Ananindeua, na Grande Belém, a proprietária do G2 Beauty Hair revela que chega a 70% o percentual do seu rendimento proveniente desse trabalho, e que as novas atualizações e tendências deste mercado vêm impulsionando esse segmento e aumentando a demanda pelo serviço.

Alongamento, fibra de vidro, esmaltação e outros serviços que permitem não somente a pintura durar mais, como reconstruir as unhas, são alguns trabalhos realizados por esses profissionais. “É o segundo principal serviço do salão. Para quem trabalha com segmento de beleza é quase impossível não ter manicure e pedicure no salão, porque acaba sendo associado a qualquer outro serviço que a cliente venha fazer no salão, como cabelo, por exemplo”, conta Gleicy Reis, uma das donas do estabelecimento.

Com dois anos de negócio inaugurado ao lado da irmã, ela revela ser o dobro, atualmente, a quantidade de profissionais que atuam com esse serviço. “Começamos com cinco pessoas fazendo manicure e pedicure e hoje, devido à demanda, temos dez. Estamos muito atentas sempre às novas tendências e principalmente à questão dos cuidados com o profissional e o cliente, como esterilização de material, utilização de produtos descartáveis, desinfecção de produtos. Todos os dias, as nossas profissionais chegam e tem que fazer um check list se todos os kits individuais passaram por esses protocolos de higiene e segurança”, explica Gleice.

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Várias opções

Entre os serviços oferecidos estão manicure e pedicure tradicional, alongamento em fibra de vidro, acrílico ou acrigel, esmaltação, blindagem, cristalização, entre outros. Allan Rebouças, dono de um salão localizado em Belém e no shopping Castanheira, também vê no segmento um potencial importante para manter o movimento do estabelecimento, que tem 30% do faturamento nas mãos, literalmente, dessas profissionais.

“A tendência é muito grande, esse mercado cresceu muito. Por exemplo, há muita demanda principalmente pela técnica de alongamento especializada e esmaltação em gel, essa última por conta da durabilidade. Ou seja, a pessoa que ia na manicure de 7 em 7 dias, com a esmaltação, passou a ir de 15 em 15 dias”, afirmou.

Hoje, o salão conta com 16 profissionais da área e 7 cabelereiros – este segundo responde por cerca de 25% do faturamento do espaço. Por conta da pandemia, o número de pessoas trabalhando precisou ser reduzido, mas gradativamente, o trabalho é retomado. “Nós tínhamos 30 manicures, mas reduzimos para não aglomerar e garantir o cumprimento das normas. Nossa modalidade não tem como aumentar faturamento se não tivermos profissionais, e que queiram trabalhar e sejam capacitados, porque clientes nós temos, inclusive para reconstrução de unhas, para serviço de podologia, spa dos pés”, ressalta Allan.

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Fator MEI

A profissional Kerima Souza, de 33 anos, atua como manicure e pedicure desde os 18, e sempre trabalhou em salões. Ela conta que se encantou pela profissão influenciada por uma tia, com quem passava, eventualmente, os finais de semana. Nesse convívio, ela não só aprendeu a exercer a função, mas a admirar esse trabalho. “Eu aprendi olhando. Ficava admirando ela fazer unhas, achava lindo e aprendi. Cheguei a fazer curso de estética facial, mas foi uma coisa que não apaixonei, não me interessei mesmo”, revela.

Há 8 meses no G2 Beauty Hair, em Ananindeua, Kerima tem o certificado de microempreendedora individual (MEI) desde 2018. Para ela, a possibilidade de pagar é garantir um fundo de previdência e se sentir mais segura na relação com seu empregador. “O MEI é bom porque você consegue várias coisas, até empréstimo eu consegui porque eu tenho, sem contar que se ficares doente e precisares te afastar, podes pegar um atestado e justificar, receber um auxílio doença, independente você não tem isso, né?”, pontua a profissional, que garante uma renda entre R$ 2 e R$ 3 mil no salão atuando com todos os procedimentos e tecnologias mais recentes utilizados no mercado das unhas.

Profissionalização

De acordo com o gerente substituto da Unidade de Relacionamento Empresarial do Sebrae no Pará, Péricles Diniz, por mais que não haja cursos específicos voltados para essas profissionais na instituição, é importante e possível ter acesso a noções de marketing e ainda, de gestão, para que, quem sabe futuramente, possam estar aptas para gerir o próprio negócio. Os cursos, atualmente, são oferecidos inclusive via whatsapp, específico para quem atua como MEI.

“Esses cursos voltados para microempreendedores individuais podem cumprir com a parte de capacitação, porque funcionam como base para essas empresárias. São cursos básicos de gestão financeira, além de oferecer informações de marketing e venda. Aí elas podem ter um processo de gestão da empresa mais elaborado”, explica.

Outro ponto ressaltado por Péricles é a necessidade desse MEI para ser amparado pela Lei nº 13.352, de 27 de outubro de 2016 – a Lei do Salão Parceiro, que alterou a Lei nº 12.592, de 18 de janeiro 2012, para dispor sobre o contrato de parceria entre os profissionais que exercem as atividades de Cabeleireiro, Barbeiro, Esteticista, Manicure, Pedicure, Depilador e Maquiador e pessoas jurídicas registradas como salão de beleza. O contrato é hígido e legítimo, logo, não há vínculo empregatício.

Centralização dos pagamentos

Com a norma, o salão-parceiro fica responsável pela centralização dos pagamentos e recebimentos decorrentes das atividades de prestação de serviços de beleza realizadas pelo profissional-parceiro; além de fazer a retenção de sua cota-parte percentual, bem como dos valores de recolhimento de tributos e contribuições sociais e previdenciárias devidos pelo profissional-parceiro incidentes sobre a cota-parte que a este couber na parceria – tudo firmado em contrato escrito.

O gerente do Sebrae lembra ainda que firmar contrato por meio da certificação de MEI é bom para ambos: para o salão, pela questão tributária, visto que é mais simples atuar com os empregadores como microempreendedores individuais; e para os profissionais, que têm benefícios previdenciários e podem melhorar o faturamento a partir da possibilidade de trabalhar com mais de um salão parceiro, conseguindo, assim, uma carteira de clientes regular.

“Essa Lei permite uma relação de trabalho entre prestadores de serviço que sejam MEI e salões de beleza em si. Existe uma série de regulamentos para esse funcionamento e o importante é mostrar pra essas empresárias é como elas podem ser parceiras desses salões, sem relação de vínculo empregatício ou subordinação. E é sobre isso que a gente consegue trabalhar com essas empresárias, para falar como essa parceria deve funcionar, o que pode e o que não pode para elas entenderem seus direitos e deveres delas”, conclui Péricles.

 

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