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Restaurantes voltam a contratar, mas bares seguem com medidas de contenção

Abrasel aponta que 56% dos estabelecimentos do país operaram no prejuízo em junho, mas setor voltou a contratar e acredita em crescimento.

Natalia Mello
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Os bares e restaurantes do Pará, dois dos setores mais prejudicados pelas restrições necessárias para conter as mortes por Covid-19, começaram a registrar uma recuperação no faturamento. Mas, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 56% dos estabelecimentos do país operaram no prejuízo no mês de junho. Mesmo assim, o setor voltou a contratar, devido ao aumento do movimento, e acredita no crescimento. Já o Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado (SHRBS-PA) ressalta que os bares seguem com medidas de contenção.

O assessor jurídico do SHRBS, Fernando Soares, explica que há uma diferença para este momento, que é de recuperação, não de crescimento. “Foram tempos muito difíceis, então não estão contratando, estão agindo com cautela. Temos menos de um mês de bandeiramento verde e estamos primeiro sentindo o mercado para ver se vamos ter novas contratações ou não”, ressalta. O representante dos empresários reforça ainda que, por mais que hajam boas perspectivas para a economia, deve demorar para que o setor recupere o faturamento pré-pandemia.

“O setor não cresceu, você tinha utilização de 50% da capacidade e você voltou à realidade anterior, isso não implica que você vai ter retorno de 100% da sua capacidade todo dia, todo de casa lotada. Não houve crescimento, houve restabelecimento do status quo. Não retornamos aos patamares de antes da pandemia, e não acredito que isso vá acontecer tão cedo. O que acreditamos é que, com a vacinação, a tendência seja de irmos voltando à normalidade. Ainda existe medo e muita cautela das pessoas”, conclui Fernando.

Já a presidente da Abrasel Pará, Rosane Oliveira, fala em crescimento de 70% para o setor de restaurantes, que após encerrar contratos e dar férias antecipadas para funcionários, volta a contratar. “E a nossa expectativa é que esse seja um efeito crescente. Com a aceleração da vacina e mudanças de bandeiramento aqui na capital e nas regiões do estado, as mudanças na realidade do setor começaram a ocorrer”, detalha.

Um levantamento feito pela Abrasel, por exemplo, aponta que 56% dos estabelecimentos do país operou em junho no prejuízo, 27% não conseguiu pagar a folha integralmente em julho, e 64% tem pagamentos em atraso; porém, o mesmo estudo revela que 27% desses empresários pretendem contratar nos próximos três meses. “O grande desafio ainda é manter-se equilibrado nas obrigações que o período da pandemia nos obrigou a ficar fechados. Hoje não temos receita suficiente para arcar com o presente, juntamente com as obrigações que ficaram do passado. O índice do endividamento ainda é grande no setor”, finaliza, projetando para setembro ou outubro um cenário melhor para o segmento.

Recuperação é lenta

Proprietária de um bar e restaurante localizado bem em frente à Praça do Carmo, em Belém, Ione Casseb chegou a perder 100% do faturamento com a pandemia. Há 44 anos à frente do negócio, ela fala em 50% de recuperação desde março deste ano, pós segundo lockdown, para este mês de julho. O estabelecimento funciona de quarta a domingo, sempre de 16h até por volta de meia-noite, 1h. “Bom que posso voltar a funcionar até mais tarde. Quando o movimento está bom, eu deixo aberto”.

“Não vendia nem água na época que fechamos, agora mês de julhou melhorou bastante, especialmente do dia 15 para cá, depois do bandeiramento verde. Sempre tem gente vindo aqui fazer aniversário, né, só esse mês tivemos quatro. Devagar está melhorando. Para o começo de uma nova vida, praticamente depois de esse tempo todo, a gente tem é que agradecer”, diz Ione, aos 70 anos.

Também do fim da tarde para o período da noite funcionam alguns restaurantes no Portal da Amazônia. O proprietário de um dos estabelecimentos, Emílio Gurjão, reabriu o ponto sob nova gestão em setembro do ano passado e já conta com o melhor faturamento desde que iniciou a administração atual. O movimento bom já era sentido desde o começo de junho, com a troca do bandeiramento laranja para o amarelo.

“Abrimos em uma fase de melhora da pandemia, em que os índices tinham melhorado. Depois tivemos 70% de queda do faturamento e fechamos. Agora, acredito que com o avanço da vacinação foi natural as pessoas saírem de casa e, com a chegada do mês de julho, clássico de férias, movimenta ainda mais. Junho já foi um mês bom e lá como é ponto turístico eu acabo pegando um bom sábado e um bom domingo, nesse horário de 17h em diante. O que faz diferença é a parte psicológica da sociedade, quando o governo diz que estamos em verde influencia muito nos nossos clientes”, conclui.

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Economia
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