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Belém é única capital do Brasil em que a inflação recua em novembro

A retração se justifica principalmente pela queda no valor de itens de cuidados pessoais e da energia elétrica

Natália Mello
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Segundo o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado na sexta-feira (10), Belém foi a única capital do Brasil a apresentar recuo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a variação percentual de produtos e serviços.
Foram nove meses de altas consecutivas na região metropolitana de Belém até o registro de 0,3% a menos na inflação do mês de novembro. O principal grupo que trouxe a inflação um pouco para baixo foi o de saúde e cuidados pessoais, que recuou 3,38%. Além de higiene pessoal custando mais barato para o consumidor belenense, produtos farmacêuticos e óticos também diminuíram 0,84%, seguido do valor do plano de saúde também (-0,05%). Este último componente do grupo reflete a redução de 8,19% determinada em julho pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos de saúde individuais.
Alimentação e bebidas também contribuíram com a retração do índice, com uma diminuição de 0,53% e destaque para o feijão carioca (-7,87%), banana prata (-6,14%) e cereais, leguminosas e oleaginosas (-5,84%), o que barateou a alimentação no domicílio (-0,95%). 
De acordo com o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, as ofertas de Black Friday ajudam a explicar a queda tanto na alimentação quanto nos itens de higiene pessoal. “Várias marcas fizeram promoções e reduziram seus preços. No Brasil, diferente de outros países, os descontos não são centrados em um único dia. Os descontos acabam sendo dados ao longo do mês”. Porém, na contramão dessa tendência, o valor da cebola aumentou em 10,69%, do tomate em 7,31%, e dos tubérculos, raízes e legumes em 6,77%.
A professora Edinalva Oliveira, de 53 anos, diz que foi ao supermercado há dois dias e não percebeu a diferença nos preços de higiene pessoal.  “Compro tudo em um só dia, higiene e limpeza, alimentação, e não vi nenhuma baixa. Cada vez que vou ao supermercado me assusto. Antes de ontem fiz supermercado e a única coisa que encontrei mais barata era uma manga. Agora cebola, tomate, pimentão, tudo teve um aumento considerável”, revela.
Um impacto isolado no grupo habitação, que teve variação de -0,42%, veio da energia elétrica residencial (-1,91%). A redução no custo da tarifa ocorre pelo segundo mês consecutivo. “Tanto Belém quanto Porto Alegre tiveram redução da alíquota de PIS/Cofins, o que explica o recuo no índice”, detalha Pedro Kislanov.
O maior aumento em novembro veio do grupo de transportes, com alta de 2,86%, puxada pelo aumento constante no preço da gasolina – o incremento no percentual foi de 5,84%. Em seguida veio o óleo diesel, com aumento de 5,69%. Nos últimos meses os dois itens acumulam, respectivamente, altas de 45,40% e 45,19%. Em contrapartida, depois de dois meses de alta, a passagem aérea teve redução (-1,24%) em novembro.
Apesar da queda geral observada na inflação de novembro, ao longo dos últimos 12 meses o cenário é de alta: 8,70%. Na variação acumulada no ano, o indicador registra alta de 7,08%.
O IPCA no Brasil ficou em 0,95% em novembro deste ano e foi a maior taxa para um mês de novembro desde 2015 (1,01%). Em novembro de 2020, a alta de preços foi de 0,89%. Apesar disso, a inflação oficial de novembro ficou abaixo da observada em outubro de 2021 (1,25%). O índice é de 9,26% no ano e 10,74% em 12 meses. A inflação acumulada em 12 meses é a maior desde novembro de 2003. Sete dos nove grupos de despesa pesquisados tiveram inflação em novembro, com destaque para os transportes com alta de preços de 3,35%.

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