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Reajuste de 10% do Mínimo repõe poder de compra mesmo sem aumento real, dizem empresários

Associação Comercial do Pará acredita que aumento pode também representar dificuldade para desempregados ou trabalhadores do mercado informal.

Natalia Mello
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O reajuste de 10,04% do salário mínimo ajuda a repor o poder de compra dos trabalhadores brasileiros, mesmo sem aumento real, segundo representantes de entidades empresariais do Pará. De R$ 1.100 para R$ 1.210,44 em 2022, a remuneração é baseada apenas na previsão do governo federal para a inflação acumulada de 2021 – correção obrigatória e prevista pela Constituição e que serve para também calcular o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A previsão anterior era de 6,2% e, segundo o presidente da Associação Comercial do Pará (ACP), Clóvis Carneiro, diante de um cenário recessivo e de alto desemprego, esse reajuste traz duas consequências. “Para os trabalhadores formais, o aumento repõe a capacidade de consumo, refletindo, pela acomodação das folhas de pagamento até nos empregados que ganham pouco acima do piso salarial; e para os desempregados ou trabalhadores do mercado informal, esse aumento de 10,04% pode representar maior dificuldade de colocação no mercado de trabalho. Para as empresas, como trata-se de uma regra pré-estabelecida, este aumento já está previsto nos seus orçamentos operacionais para 2022”, analisa.

O presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, afirma que os 10% são aguardados e necessários. “Já está na hora de ter uma recuperação do poder aquisitivo do trabalhador, até porque houve inflação nesse período de um ano. Diminui o poder aquisitivo, diminui as vendas, o que reflete na categoria do supermercado, que é sempre superior ao salário mínimo. Muito trabalhador recebe o salário mínimo e muitos salários refletem o reajuste do salário mínimo em cima desse percentual. Isso com certeza vai trazer mais ajuda na economia”, pontua.

Investir na educação seria uma possibilidade de as pessoas ganharem de maneira mais justa, de acordo com o economista Rosivaldo Batista. Ele lembra que, apesar do aumento nominal de cerca de 10%, o valor ainda é insuficiente. “Qualquer aumento do salário mínimo ajuda a categoria que recebe este valor, mas o problema do salário mínimo está nas contas públicas, onde aproximadamente 30 milhões de aposentados recebem o mínimo. Logo, afeta o orçamento público, como também as prefeituras. Um exemplo interessante, aqui em Belém, o valor de 110 reais daria para comprar apenas 6,5kg de Dourada”, relata.

O recepcionista Riquelme Paixão afirma que, mesmo pouco, os 110 reais devem contribuir em casa, especialmente com a alimentação. “Pelo fato de que ser eu e minha mãe, vai ajudar bastante, principalmente início do ano, que a gente tem conta de Natal e Ano Novo”. O jovem trabalha com Emily Costa, que conta, tem sido difícil sobreviver com tão pouco, na contramão de todos aumentos. “Sou a única assalariada em casa, meus pais não trabalham e fica realmente difícil com esse valor. Gás, luz, tudo aumentou, sustentar uma família com três pessoas só com o mínimo não dá, var ser muito pouco para compensar”, declarou.

Orçamento 2022

O relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), apresentou nesta segunda-feira (20) um relatório em que prevê que o valor do salário mínimo passará de R$ 1.100 para R$ 1.210 no próximo ano. Esse valor é R$ 41,44 maior do que os R$ 1.169 estimados em agosto pelo governo na divulgação da proposta de Orçamento para 2022. O aumento se deve à disparada da inflação nos últimos meses. A previsão de alta do INPC, que serve de base para a correção anual do mínimo, passou de 8,4%, em agosto, para 10,04%.

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Economia
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