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Qual será o próximo produto que o Pará exportará para o Brasil e o mundo?

Açaí, cupuaçu, tucupi... produtos da Amazônia sempre conquistam espaço no mercado com originalidade

Sergio Chêne
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A Amazônia historicamente impõe ao mundo suas tendências em diversos campos. Na última década, o setor alimentar esteve em alta com produtos do Pará, com o açaí chegando com força no mercado nacional e internacional. Mais recentemente, o tucupi começou a ocupar prateleiras do Brasil e do mundo, assim como estar presente em programas de gastronomia. No passado, a região fez uma revolução no mundo com a borracha obtida das seringueiras. Portanto, é natural (e cultural), que novas tendências sejam lançadas. Fomos atrás de pistas sobre o que vem por aí.

Atualmente, a proteína animal divide parte do mercado com a proteína vegetal. Dentro da estratégia do plant-based (à base de vegetais), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) avança com pesquisa nessa linha, para agregar valor ao agronegócio dentro da pauta da bioeconomia, que estuda os sistemas biológicos e recursos naturais aliados à utilização de novas tecnologias com propósitos de criar produtos e serviços mais sustentáveis. Exemplo dessa estratégia é o hambúrguer à base de vegetais com fibra de caju.

Nas pesquisas no âmbito da região amazônica, a Embrapa Amazônia Oriental lança os dados em variedades do feijão-caupi e do cupuaçu. “Queremos investir cada vez mais em tecnologia para possibilitar a união da sociedade acadêmica com a sociedade civil, para buscar alimentos mais saudáveis”, explica o chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos. “Estamos focando na bioeconomia, nos recursos naturais, ampliando a base de dados para acesso da sociedade”, garante Lemos.

Insumos amazônicos podem ir longe

Além disso, a Embrapa pretende ampliar a atuação no Agro 4.0 em gestão em cadeias como a do açaí. “O nosso desafio é fortalecer a bioeconomia, convergindo com riqueza ecológica e da floresta”, sustentou o pesquisador. Ele destacou o trabalho a ser investido em bioinsumos, muito usado na nutrição de fertilizantes no solo e no controle de pragas que atacam a lavoura. “Eles (bioinsumos) são usados para defesa fitossanitária, produção de cosméticos e na indústria farmacêutica, produtos cada vez mais presentes no mercado”, disse.

A chave pode estar na terceira bioeconomia

No final de 2021, a socioeconomia no Estado do Pará e potencial na região oeste foram abordados em um podcast transmitido pela Universidade Federal do Tapajós (Ufopa). Na ocasião, o professor e doutor Francisco de Assis Costa, do Núcleo dos Altos Estudos da Amazônia (Naea) deu o enfoque a um estudo recente intitulado “Bioeconomia da Biodiversidade do Estado do Pará”, o qual o pesquisador coordenou. “Aqui na Amazônia temos que dar a atenção a uma terceira bioeconomia, que na literatura aparece como bioecológica, ou seja, a bioeconomia se baseia em processos produtivos contrários ao processo produtivo dominante, baseado na mecânica e na química, mas se baseia na diversidade biológica dos sistemas botânicos, ecológicos”, ensina o professor. 

No trabalho científico, foram mapeados 30 produtos, separados em quatro categorias. Uma das categorias listou o açaí, o cacau, a castanha-do-pará, o mel, a pupunha, o urucum e o bacuri. “São produtos dos quais temos que dar bastante atenção, porque eles têm demonstrado peso, significado na composição do PIB da economia da socioeconomia da biodiversidade”, comentou durante o podcast. O estudo foi realizado em conjunto pela The Nature Conservancy (TNC), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Natura.

Miriti e a caixa pedagógica

Da bioeconomia saltamos ao metaverso no campo pedagógico. Do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCTG) ganha holofotes o Miriti Board, um projeto na linha pedagógica, recentemente desenvolvido pela Interceleri Tecnologia Pedagógica, uma startup paraense criada em 2014 e formada por professores universitários, pesquisadores e especialistas em educação e tecnologia.

“Fizemos uma pesquisa e transformamos o resultado em produto, e fazer esse resultado chegar à sociedade. Mais recente construímos um minimaker, que é uma caixinha feita de miriti, onde existem partes integrantes de uns óculos de realidade virtual, usados juntamente com recursos pedagógicos de geometria”, explica o CEO da Interceleri.

“Pelos óculos, ele consegue fazer uma visita, um passeio, no mundo inteiro. Um aluno pelo recurso, pode aprender geometria por meio da realidade virtual. Em outras palavras estamos usando o mundo metaverso para ensinar os alunos”, acrescenta. Em junho o aplicativo estará pronto e em dezembro a versão final. 

 

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