Em Belém, preço da farinha acumula alta de quase 20% no ano

Segundo o Dieese Pará, em setembro, alimento sofreu um reajuste médio de 0,87%

Elisa Vaz

A alta no preço da farinha de mandioca foi um dos impactos da pandemia do novo coronavírus, segundo os vendedores do tradicional alimento dos paraenses. O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que houve um reajuste médio de 0,87% em setembro, na comparação com agosto, e de quase 20% no acumulado do ano, entre janeiro e setembro, em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Segundo o órgão, o quilo do passou de R$ 5,80 em dezembro para R$ 5,82 em janeiro, R$ 6,13 em fevereiro, R$ 6,09 em março, R$ 6,06 em abril, R$ 7,02 em maio, R$ 6,91 em junho, R$ 6,86 em julho, R$ 6,88 em agosto e R$ 6,94 em setembro deste ano.

Conforme explica o supervisor técnico do Dieese, o economista Roberto Sena, nos últimos anos, o quilo da farinha ficou muito caro. "As causas destes aumentos no preço do produto e de outros itens básicos na mesa dos paraenses são muitas e passam por uma série de fatores estruturais dentro da cadeia produtiva, até a comercialização. A maior quantidade da farinha de mandioca consumida na Grande Belém vem de municípios próximos da capital, como Castanhal, Capanema e Bonito, entretanto, mais da metade da produção é artesanal", diz.

O vendedor Joelson Cardoso, que trabalha em uma das feiras de Belém, disse que os preços começaram a se elevar no início da pandemia e, desde então, não baixaram. "Aumentou no fornecedor, não foi culpa dos vendedores. Eu comprava uma saca por R$ 200, agora tá R$ 240. Aumentou outra vez recentemente, mas ainda não repassei a nova alta porque vou espantar o cliente. Se subir de novo o valor, não vai ter jeito de manter o preço aqui", comenta.

Segundo ele, isso tem ocorrido porque a mandioca está em falta no mercado. Mesmo que seja um acontecimento normal anualmente, Joelson diz que os valores mais altos já deviam ter caído. "Normalmente, não dura tanto tempo assim, já devia estar mais barato agora. Isso tem relação com a pandemia, acho que os produtores se 'desacostumaram' durante o isolamento", opina. Quanto ao movimento, ele afirma que estava muito bom nos meses anteriores, mas que agora caiu.

A comerciante Rosemeire Fonseca não enfrentou problemas com falta de cliente. Em sua banca, a farinha de Bragança comum custa R$ 5, enquanto a lavada é vendida por R$ 6. Antes da pandemia, a última custava R$ 5, sendo a mais vendida. "Só repassei um real de diferença, mas em algumas feiras os vendedores já estão nos R$ 7. A saca custava R$ 380 antes da pandemia, hoje tá R$ 450, subiu muito. Ainda consigo segurar, mas se tiver mais altas vou ter que repassar. O bom é que os fregueses conhecem a qualidade da nossa farinha, não param de comprar", pontua. Segundo Rosemeire, os descontos também ajudam a segurar o cliente.

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