Petrobras inicia maior perfuração em águas profundas do mundo na Margem Equatorial
Operação começou após licenciamento do Ibama e reforça a estratégia da estatal na exploração de petróleo no Amapá

A Petrobras iniciou nesta semana a maior perfuração em águas profundas do mundo, na região da Margem Equatorial brasileira, próxima ao Amapá. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (23) pela presidente da estatal, Magda Chambriard, em entrevista a jornalistas em Brasília.
A operação começou na segunda-feira (20), logo após a empresa concluir o licenciamento ambiental conduzido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). "Foi um processo absolutamente técnico e entregamos, nada mais nada menos, do que um plano de emergência individual para essa perfuração — a maior que o mundo já viu em águas profundas", afirmou Magda Chambriard.
O poço está localizado a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa do Amapá. A expectativa é que a perfuração seja concluída até março de 2026. Segundo a presidente da Petrobras, o processo de licenciamento foi "duríssimo", com exigências rigorosas que a empresa cumpriu integralmente. Chambriard classificou a aprovação como "uma conquista do Brasil", ressaltando o diálogo técnico com o IBAMA.
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Detalhes da Operação
O plano de emergência elaborado para a operação é considerado o mais detalhado e robusto da história da Petrobras, garantindo segurança operacional e respeito ao meio ambiente.
Apesar de críticas de grupos ambientalistas e de ações judiciais que tentaram suspender a perfuração, a Petrobras reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a oferta segura de energia ao país. "Essa é uma operação que envolve tecnologia de ponta e representa um avanço estratégico para a segurança energética do Brasil, sem abrir mão do cuidado com o meio ambiente", declarou Chambriard.
A estatal afirma que a exploração responsável de petróleo e gás na Margem Equatorial é compatível com sua estratégia de transição energética, que também inclui o investimento em fontes de baixo carbono.
Onde a Petrobras vai perfurar?
A atividade exploratória na Margem Equatorial envolve a perfuração de múltiplos poços. No bloco FZA-M-59, a Petrobras vai avaliar os resultados obtidos após a perfuração do poço Morpho.
Outros 5 blocos estão em processo de licenciamento ambiental: FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-127.
Toda a infraestrutura montada no bloco FZA-M-59 — incluindo os Centros de Atendimento à Fauna em Belém e Oiapoque (AP) — será utilizada para apoiar futuras operações na região.
Por que a Margem Equatorial é estratégica para o Brasil?
A Petrobras considera a exploração na Margem Equatorial essencial para manter a autossuficiência energética do Brasil nas próximas décadas. Sem novos investimentos, o país pode precisar importar petróleo a partir dos anos 2030, devido ao declínio natural da produção doméstica.
Segundo a estatal, equilibrar a exploração de petróleo responsável e a expansão do portfólio de energia limpa é o caminho para uma transição energética justa, preservando a soberania nacional e a competitividade econômica.
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