Paraenses buscam 'turismo da vacina', mas esbarram no alto custo da viagem

Para tomar a vacina nos EUA, o passageiro tem que ficar 15 dias no México ou Panamá. A passagem aérea para um destes destinos fica em média US$ 1.000, cerca de R$ 5.400

Elisa Vaz

A campanha de vacinação contra a covid-19 tem andado a passos lentos no Brasil, e não há expectativas de que todas as pessoas recebam a imunização em breve. Com isso, muitas famílias com maior poder aquisitivo têm viajado para os Estados Unidos em busca da vacina. No Pará, no entanto, essa procura ainda não vem sendo vista pelas empresas de turismo, mesmo com a proximidade do mês de julho – tradicionais férias – e o relaxamento das medidas restritivas.

Segundo Fábio Yamada, proprietário de uma agência de viagens, existe, sim, o “turismo da vacina”. Porém, a modalidade tem esbarrado nos altos custos da viagem. “Para tomar a vacina nos EUA, o passageiro tem que ficar 15 dias no México ou Panamá. Como o dólar está bem alto, isso acaba inibindo o cliente, pois ele não viaja sozinho, mas sim com a família. Por exemplo, a passagem aérea para um destes destinos fica em média US$ 1.000, o que dá mais ou menos R$ 5.400. A procura tem, mas a maioria desiste ao ver o custo”, explica.

Já as viagens tradicionais estão sendo procuradas, em pacotes de férias. Por enquanto, Fábio diz que o Brasil ainda está em alta, até porque existem muitas restrições à entrada de brasileiros em outros países. Os principais destinos são no Nordeste. Internacionalmente, os focos são Dubai, México e Panamá. Também tem havido grande procura por cruzeiros para 2022, de acordo com o empresário. “Se Deus quiser, a situação estará melhor”, torce.

Em outra empresa, a agente de viagem Waléria Borges conta que, com a pandemia, as vendas caíram cerca de 90%. Agora, com a situação um pouco melhor e com menos restrições, a procura tem crescido por parte dos clientes, mas não chega nem perto do patamar de 2019, por exemplo.

“As buscas nunca pararam, mas tiveram uma queda drástica. Com a situação melhorando, as pessoas estão fazendo cotações, perguntando sobre destinos, vendo os pacotes”, diz. Para fora do país, os principais destinos são Portugal, Egito, Ilhas do Caribe e México, segundo Waléria.

Quanto ao “turismo de vacina”, ela diz que os consumidores ainda não tocaram neste assunto. “Esperamos que o setor cresça. Ainda esse ano não voltaremos ao normal, porque tem a situação de que alguns países, mesmo abrindo as fronteiras, têm restrições a brasileiros por conta da vacinação. As coisas ainda devem demorar um pouco para voltar ao que era antes”, avalia.

O empresário Marcos Klautau Ferreira, de 50 anos, que é cardiopata, chegou a cogitar viajar até os Estados Unidos para se vacinar, mas desistiu quando viu o anúncio de que as vacinas já seriam disponibilizadas para sua idade e condição física em Belém. Hoje, já vacinado, ele conta que tinha passagens compradas desde antes da pandemia começar, e ia tentar fazer a troca para utilizá-las desta forma.

“Eu teria que ficar duas semanas no México antes de entrar nos EUA. Em tempos normais, seria ótimo para lazer da família, mas o momento não está para passeio. As decisões foram todas no impulso, nada muito programado. Estou muito feliz por já ter tomado a vacina”, ressalta.

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