Pará gera 51 mil novos empregos e bate recorde de contratações em 2025
Estado ultrapassou a marca histórica de 500 mil admissões no ano, liderando o ranking de contratações formais na região Norte, aponta Dieese
O mercado de trabalho formal no Pará vive um momento de vigor histórico. De acordo com o balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta terça-feira (30), o estado encerrou o período de janeiro a novembro de 2025 com um saldo positivo de 51.288 novos postos de trabalho. O resultado é fruto de 487.261 admissões contra 435.973 desligamentos, consolidando o Pará como a 12ª maior força geradora de empregos do Brasil e o líder absoluto na região Norte.
O levantamento, detalhado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Pará, revela que apenas em novembro foram criadas 1.951 vagas. O desempenho do mês foi sustentado pela força do consumo e do atendimento, com o setor de comércio abrindo 2.100 novas frentes de trabalho, seguido pelo segmento de serviços, com 1.671 oportunidades.
Serviços e comércio impulsionam o saldo positivo de novembro
O movimento nos balcões e a prestação de serviços compensaram a retração sazonal da construção civil, que perdeu 2.625 postos no mês devido ao encerramento de obras de fim de ano. No acumulado de 2025, contudo, a trajetória é de crescimento robusto: o setor de serviços lidera com folga, sendo responsável por 26.280 novas carteiras assinadas.
SALDO DE EMPREGOS NO PARÁ (NOV/2025)
Comércio: +2.100 vagas
Serviços: +1.671 vagas
Indústria: +738 vagas
Agropecuária: +68 vagas
Construção: -2.625 vagas
Fonte: CAGED / Elaboração e análise: DIEESE PA
Estado lidera a geração de postos de trabalho na região Norte
A força econômica paraense responde por mais de 40% de todos os empregos gerados na região Norte em 2025. Enquanto o bloco regional somou 121.109 novos postos, o Pará, sozinho, garantiu mais de 51 mil deles. Esse protagonismo reflete um estado que se interligou e descentralizou suas oportunidades.
"O Pará vai encerrar 2025 com mais de 500 mil trabalhadores contratados formalmente com carteira assinada. Eu acho que isso aqui é muito importante, é uma questão única, um recorde para o estado. Não há outra estatística ou outro momento que a gente tenha chegado a essa situação. Tivemos um mercado de trabalho extremamente aquecido", destacou Everson Costa, supervisor técnico do Dieese no Pará.
Everson Costa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Perspectivas para 2026 apontam crescimento acima da média nacional
O olhar para o futuro é otimista. Enquanto o Brasil projeta um crescimento em torno de 2%, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) paraense superam os 5% para 2026. Segundo o Dieese, esse avanço será ancorado em três corredores fundamentais: a verticalização da mineração, a expansão da infraestrutura logística e o fortalecimento do agronegócio, que coloca o Estado entre os dez maiores exportadores do setor no País.
RANKING REGIONAL — SALDO DE VAGAS (JAN-NOV/2025)
Pará: 51.288 vagas (mais de 40% dos empregos formais da Região Norte)
Amazonas: 27.560
Rondônia: 12.656
Tocantins: 11.785
Amapá: 8.836
Acre: 5.482
Roraima: 3.502
Fonte: CAGED / Elaboração e análise: DIEESE PA
Desafios de qualificação e renda per capita persistem no cenário local
Apesar da euforia dos recordes, a realidade impõe desafios estruturais. O Pará é hoje a décima maior economia do Brasil, mas ainda amarga a 17ª pior renda per capita. Metade da força de trabalho formal do estado ainda recebe apenas um salário mínimo.
"Quem ganha com a melhora do emprego e da qualidade dele é a economia, pois você melhora a renda. O desafio para 2026 é a qualificação. A mão de obra precisa ser mais proativa e agregar valor. Hoje o Pará tem ampla capacidade de crescer, mas precisamos que essa riqueza se reverbere na conta do trabalhador", finalizou Everson Costa.
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