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Pará desponta no escoamento da produção de grãos

Executivo Flávio Acatauassu defende parcerias público-privadas para o desenvolvimento regional

Fabrício Queiroz
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Mais da metade da produção agrícola brasileira é transportada atualmente pelos portos do chamado Arco Norte, que engloba os terminais localizados acima do paralelo 16ºS, incluindo o estado do Pará. Nessa região estão portos administrados pela iniciativa privada e que vem dando uma grande contribuição para a operação logística local e nacional. Para Flávio Acatauassu, presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), o potencial dessas estruturas pode ser ainda melhor aproveitado caso saiam do papel projetos como a Ferrogrão e mais concessões em rodovias e ferrovias.

Qual a importância hoje do estado do Pará e dos portos do Arco Norte no escoamento da produção agropecuária brasileira?

Os portos do Arco Norte performaram, no 1° semestre de 2022, 51% do volume total de grãos exportados pelo Brasil, superando os portos do Sul e Sudeste. Já os portos do Pará, localizados em Santarém e Barcarena, apresentaram um crescimento acima dos demais, graças a logística adotada pela intermodalidade da BR-163 e PA-150 com as hidrovias dos rios Tapajós e Amazonas.

Assim, o estado do Pará desponta como protagonista no crescimento da operação portuária, seja com a navegação interior através de grandes comboios a partir das estações de transbordo de carga (ETCs), seja com a navegação de longo curso através de navios partindo dos terminais privados (TUPs) e dos Portos Públicos da CDP, gerando milhares de empregos, renda e oportunidades.

Esses terminais precisam de integração com rodovias, hidrovias e ferrovias para operar. Como estão essas infraestruturas atualmente e de que forma a iniciativa privada pode implementar melhorias por meio de concessões?

O corredor Centro-Norte, formado pela BR-163 e a hidrovia do Tapajós, já está em obras. Os 1009 Km da rodovia ligando MT ao PA, terá suas melhorias, acessos, 3ª faixa e obras especiais, concluídas até o 3° ano da concessão.

Na hidrovia do Tapajós, as associadas AMPORT contrataram dois grandes projetos já em fase de implantação. Um para o Ordenamento do Espaço Aquaviário voltado ao fundeio de barcaças em Miritituba e Santarenzinho, e outro para a Sinalização Náutica do rio Tapajós, como contribuição à segurança da navegação.

No corredor Centro-Nordeste, formado pelas BRs-155, 158, PA-150, hidrovia do Tocantins e ferrovia Norte-Sul, intervenções são necessárias, suas melhorias poderão ser viabilizadas através de parcerias público-privadas e concessões.

Quais são os principais projetos de expansão da logística visados aqui no estado?

O principal projeto logístico no Estado do Pará é a implantação de ferrovias. A principal delas, a “Ferrogrão”, deverá retirar da atmosfera milhões de toneladas de gazes poluentes emitidos anualmente pelo modal rodoviário, aduzindo a mitigação dos efeitos colaterais das chamadas “espinhas de peixe”, ortogonais a BR-163, que fomentam a extração ilegal de madeira, o garimpo, a grilagem de terras, além de proporcionar maior competitividade pela redução do custo logístico.

Da mesma forma a “Ferrovia do Pará”, que ligará as principais jazidas de minério do nosso Estado aos portos de Barcarena, permitirá a integração ferroviária do Pará com o restante do território nacional, através da interligação com a ferrovia Norte-Sul.

A Hidrovia do Tocantins precisa avançar com a Licença de Operação das Eclusas de Tucurui e com as obras de derrocamento do Pedral do Lourenço, que associado as melhorias de dragagem e sinalização da via, permitirá a navegação perene e segura nos meses de estiagem.

A duplicação da BR-316 de Castanhal a Santa Maria, a concessão e adequação da PA-150, a ampliação do Porto de Vila do Conde e os estudos de aprofundamento da Barra Norte e do Canal do Quiriri, também são projetos estratégicos para o desenvolvimento logístico do nosso Estado.

Quais os entraves para o desenvolvimento do setor? E que medidas são necessárias para fomentá-lo?

A criação de políticas públicas segmentadas para o desenvolvimento regional e uma maior integração entre os agentes públicos e órgãos concedentes, poderá fomentar e agilizar o desenvolvimento do setor.

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