Onda de calor pode comprometer produções do setor agro no Pará

A previsão da MetSul Meteorologia ligou o sinal de alerta também no setor agro paraense, podendo afetar futuros plantios e colheitas importantes, como é o caso do açaí

Igor Wilson

Uma massa de ar quente vai cobrir o Pará nos próximos dias. As temperaturas, habitualmente quentes nesta época do ano, podem atingir de 40ºc a 45ºc em vários locais da região Norte, inclusive Belém, a partir do próximo final de semana e até o restante de setembro. A previsão da MetSul Meteorologia divulgada no último domingo (17) ligou o sinal de alerta também no setor agro paraense, podendo afetar futuros plantios e colheitas importantes, como é o caso do açaí.

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Plantado geralmente no segundo semestre, o açaí vem enfrentando dificuldades para crescer este ano, devido principalmente ao calor e falta de chuvas. Choveu menos este ano e isto comprometeu milhares de mudas que serviriam para abastecer a próximo safra. Este ano a colheita foi considerada boa e ainda há açaí disponível no mercado. No entanto, no próximo ano a coisa pode ficar menor favorável.

“Choveu menos este ano, isso significa menos açaí para a próxima safra, do ano que vem. As plantas precisam de água para aflorarem. Sem floração, sem fruto. O açaí se colhe nos primeiros seis meses, depois das chuvas, mas este ano perdemos milhares de mudas, secaram muito cedo. Estamos encerrando a safra do ano passado, está tendo bastante, mas para próxima perdemos bastante. Fata de chuva, de humidade no solo, cai a flor e isso significa menos frutos”, diz Guilherme Minssen, presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).

O presidente do Sindfrutas, Reinaldo Santos, corrobora com a tese levantada por Guilherme Minssen. Para ele, a falta de chuva, que já é considerado um problema ano a ano, e o aumento das temperaturas, comprometem a qualidade do fruto. “É uma preocupação, mas não é de hoje, as coisas estão mudando, até mesmo mexendo nos períodos de safra e entressafra. A falta de água deixa o solo seco, a planta se estressa e não floreia tanto quanto se esperava, o que dá menos frutos e com menos qualidade”, diz.

Pecuária

Outro setor que pode ser afetada pela intensidade das altas temperaturas é o da pecuária. Este é o período em que as pastagens plantadas em dezembro do ano passado começam a entrar em vegetação propícia para alimentar o gado. A onda de calor atípico para uma época já considerada quente, pode comprometer o ciclo, o que influencia no custo de produção.

“Nós temos que aguardar, não precisamos entrar em alardes exagerados. A Faepa está atenta a todos os mapas mateorológicos, trabalhamos com o Inmet, orientamos os produtores a prosseguirem fazendo o que fazem este período, cada um na sua área. Em relação as pastagens, preocupa se este aumento das temperaturas vierem a concretizar, pois é o período da vegetação”, diz Minssen.

Para os produtores de soja das regiões Sul e Sudeste do Pará, a esperança é de que a onda de calor dure mesmo até o final de setembro, caso contrário, o plantio do grão enfrentará complicações. “Esse calor, até onde vimos, não vai nos prejudicar, porque nossa janela de plantio inicia somente no mês que vem, então acredito que já passou essa onda. Se não passar, complica. Se for só o calor, tudo bem, mas se não chover, compromete tudo. As plantas dão uma murchada com o calor, mas sem água morrem. Se realmente continuar, vai ser problema”, diz Vanderley Ataídes, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Pará (Aprosoja PA).

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