Número de empresas ativas cresce 71% em dois anos no Pará

Cinco municípios paraenses concentram mais da metade dos empreendimentos

Elisa Vaz
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A falta de emprego e renda gerada pela pandemia da covid-19 fez com que muitas pessoas abrissem seus próprios negócios para se sustentar. Segundo a Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), o número de empresas ativas em território paraense cresceu 71,3% entre 2019 e 2021, passando de 280.317 para 480.190. Em relação a 2020, a alta foi de 36,65%. Os setores que lideram são comércio (47,37%) e serviços (42,09%), respectivamente com 227.502 e 202.153 empresas. A indústria reúne 45.228 empreendimentos (9,41%).

"O setor de serviços continua puxando a alta no estado, com variação anual de 44% entre maio do ano passado a maio deste ano", declarou a presidente da Jucepa, Cilene Sabino, destacando o aumento no número de empresas, mesmo com as medidas restritivas, necessárias ao combate a pandemia do covid-19. Para ela, o setor de serviços lidera porque oferece produtos e serviços considerados essenciais e que, neste momento, se fazem também muito importantes para o atendimento das necessidades da sociedade e ao desenvolvimento da economia.

A pesquisa mostra que mais de 50% das empresas são encontradas em cinco municípios paraenses, sendo que somente Belém responde por 28% dos negócios instalados no Pará. Além da capital, que possui 136.740 empresas ativas, as cidades com maior número são: Ananindeua (45.992), Santarém (24.249), Marabá (22.155), Parauapebas (19.879), Castanhal (14.927), Altamira (9.971), Itaituba (8.468), Paragominas (7.593) e Barcarena (7.430).

Em todos os dez maiores municípios houve aumento no número de empresas entre 2020 e 2021, com destaque, em percentual, para Santarém (43,12%), Parauapebas (42,22%), Itaituba (40,54%) e Barcarena (40,21%). Além desses, o crescimento nas outras cidades que completam as dez maiores do Pará ficou da seguinte forma: Castanhal (38,84%), Belém (37,31%), Marabá (36,97%), Altamira (36,96%), Ananindeua (35,66%) e Paragominas (35,03%).

Sistema digital ajuda

Cilene Sabino acredita que algumas ações podem ter contribuído sobremaneira para esse resultado, entre elas o sistema 100% digital. "Facilitou bastante para o empresário, para o usuário do serviço da JUCEPA, e de qualquer lugar do mundo, que pode acessar o portal de serviços e requerer os serviços no conforto e na segurança de seu ambiente". Além disso, ela lembra que, antes, haviam dois preços públicos (taxas), uma para Belém e outra para outras cidades do Estado, que era 15% maior do que a da capital. "Esta diferença também foi extinta e com isso, hoje, o valor é igual para todos, trazendo maior competitividade e isonomia. E vemos políticas de desenvolvimento em todo o Estado, ações em favor do empreendedorismo por todo o Pará, e o resultado se vê também nos demais munícipios. Tivemos bons resultados de aberturas de empresas nos 144 munícipios do Estado, resultado de várias ações", avalia.

Para a presidente da Jucepa, esse crescimento deve continuar mesmo após a pandemia. "Vemos o Estado em franco desenvolvimento, com as finanças saudáveis, com muitas obras por todos o Estado e isso traz desenvolvimento e externalidades positivas imensuráveis com geração de emprego, renda e o fortalecimento da economia como um todo, devendo haver a necessidade do surgimento de outras empresas para atender as demandas que estão surgindo e que surgirão. Estamos em um Estado rico em vários aspectos, posição estratégica para o mundo, com uma política voltada para o desenvolvimento, portanto, eu acredito que o crescimento deve permanecer".

Pequenas empresas são destaque

Atualmente, ainda de acordo com o estudo da Jucepa, do total de negócios ativos no Estado, 274.067 são microempreendedores individuais, ou MEIs, (57,07%), seguidos das microempresas, com 127.752 (26,60%), NO, com 48.192 (10,03%), e empresas de pequeno porte, somando 33.562 (6,98%). O diretor superintendente do Sebrae, Rubens Magno, afirma que formalizar é um dos primeiros passos para começar bem um negócio, isso para todos os tipos e portes – pequeno, médio ou grande empreendimento.

“A formalização traz uma série de vantagens ao empreendedor, como abertura de mercado e competitividade. Um negócio formalizado, por exemplo, pode concorrer em licitações e vender para os governos. E, ao falarmos em compras públicas, engana-se quem pensa que isso é apenas para grandes empresas, pois temos experiências muito exitosas no Pará de pequenos negócios, como microempreendedores individuais, que passaram a fornecer para Prefeituras e, com isso, ampliaram o faturamento. Além disso, formalizado, o empresário pode negociar com fornecedores e fazer compras com preços mais acessíveis, pela compra direta”, explica.

Pandemia tem impactos

Segundo o especialista, na pandemia, foi verificado algo já antes visto em outros momentos de crise econômica: há impacto negativo aos pequenos negócios, mas também há oportunidades para se empreender. Nesta pandemia, muitos começaram a empreender, diz Rubens, seja por necessidade ou por oportunidade, e trabalhar em casa gerou necessidades que movimentaram e estão movimentando o mercado.

“Não queremos minimizar os efeitos negativos da pandemia, mas não se pode negar que, de alguma forma, ela também fortaleceu o empreendedorismo em nosso país. Os dados de diversos estudos estão aí para provar isso. Se de um lado observamos a queda de faturamento de empreendimentos já existentes, de outro, muitas formas de negociar geraram a única renda para muitos brasileiros. Também é importante lembrar que muitos empresários aprenderam formas novas de alcançar os clientes, por meio das redes sociais e do delivery, por exemplo, o que ampliou as oportunidades de venda de produtos e oferta de serviços”.

Após a pandemia, o diretor adianta que ainda não há como precisar como o mercado irá se comportar no pós-pandemia. “O que vemos são algumas tendências de que o mercado pode continuar aquecido, levando-se em consideração, principalmente, as exigências emergentes de um consumidor com um novo perfil e pelas oportunidades de mercado geradas nesse período”, finaliza Rubens Magno.

 

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