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Pará: novo mínimo continua comprando pouco, aponta Dieese

Em vigor desde janeiro, incremento começará a ter impactos a partir de fevereiro

Amanda Engelke
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Em vigor desde 1º de janeiro, os impactos do novo salário mínimo com valor de R$ 1.412 começarão a ser sentidos agora em fevereiro, quando os trabalhadores começarem a receber a remuneração referente a janeiro, já com o incremento de R$ 92. Representando um ganho real de 5,52%, a remuneração impactará diretamente 1,9 milhão de paraenses, uma vez que 52% das pessoas ocupadas no estado têm no salário mínimo a sua remuneração mensal. Atualmente, o total de trabalhadores ocupados no Pará é de 3,7 milhões de pessoas.

Apesar do incremento direto de R$ 184 milhões ao se levar em conta os 1,9 milhão de paraenses que terão o acréscimo em suas rendas, na prática, os R$ 92 pouco aumentará o poder de compra dos paraenses, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (25) pelo escritório regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA). “O novo mínimo diminui o impacto na aquisição da cesta básica, mas está longe de atender os direitos constitucionais”, aponta o órgão. 

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Em dezembro, conforme aponta o DIEESE/PA, a cesta básica dos paraenses custou R$ 645,44, comprometendo mais da metade do salário mínimo (52,8%), levando em conta o salário vigente naquele mês, no valor de R$ 1.320. Para atender as necessidades constitucionais, que pressupõe direitos aos seus cidadãos, como habitação, vestuário, transporte, educação, alimentação e lazer, entre outros, o valor da remuneração mínima no Brasil deveria ser algo em torno de R$ 6.439,62, bem longe, portanto, dos R$ 1.412. 

Para o economista Genardo Chaves de Oliveira, apesar de longe do ideal, o aumento de R$ 1.320 para R$ 1.412 é uma um boa sinalização de uma política que garanta aumentos reais.

“O impacto do novo mínimo é positivo, já que impacta diretamente em grande parte da nossa população. Contudo, é inegável que ainda é insuficiente para proporcionar uma melhoria significativa no poder de compra dos paraenses e atender plenamente às suas necessidades”, diz.

O que é possível comprar com R$ 92 a mais

Segundo o DIEESE/PA ainda, o maior gasto dos trabalhadores assalariados se dá com alimentação e, dependendo do perfil, na sequência estão os gastos com transporte, moradia e saúde. Neste sentido, o órgão faz um levantamento, com base nos preços médios dos produtos e serviços, do que se é possível adquirir com os R$ 92 a mais no salário, usando como referência o mês de dezembro de 2023. Entre os itens listados pelo órgão estão carne, peixe, frango, açaí, passagens de ônibus e até mesmo o número de xícaras de café expresso. Veja abaixo:

  • Cerca de 2,5 kg de Carne Bovina de 1ª (com preço médio de R$ 36,51 por kg) comercializada em açougues, mercados e supermercados de Belém)
  • Cerca de 3,6 kg de Dourada (com preço médio de R$ 24,88 por kg) comercializada nos mercados municipais de Belém
  • Cerca de 10,5 kg de Frango Congelado (com preço médio de R$ 8,76 por kg) comercializado em supermercados de Belém
  • Cerca de 4,5 Litros de Açaí (com preço médio de R$ 19,82 por litro do tipo médio) comercializado em feiras livres, pontos de vendas e supermercados de Belém
  • Cerca de 9 kg de Farinha de Mandioca (com preço médio 10,39 por kg) comercializada em feiras livres e supermercados de Belém
  • Cerca de 10 Dúzias de Banana (com preço médio de R$ 9,12) comercializada em feiras livres e supermercados de Belém
  • 23 Passagens de Ônibus coletivo na Grande Belém ao custo atual de R$ 4,00 por passe.
  • Cerca de 11 xícaras de Café expresso (com preço médio de R$ 8,00) comercializado em cafeterias, padarias e shoppings de Belém

Fonte: DIEESE/PA

Para o empacotador Antônio Júnior, de 39 anos, a expectativa é de que o acréscimo ajude a amenizar as despesas básicas. “É um grande desafio equilibrar as despesas. Eu, assim como muitos, ainda pago aluguel, então fica mais complicado ainda. A gente tem que regrar muito para conseguir levar o mês, pesquisar tudo mais barato, e acaba ficando sem lazer. É do trabalho para casa, praticamente. O que espero é que ajude a aliviar um pouco”, diz. 

Conforme aponta o levantamento do DIEESE/PA, o gasto mensal de uma pessoa com carne, por exemplo, é de R$ 164,30. O item que mais pesa no orçamento dos considerados essenciais. Com pão, o gasto estimado é de R$ 93,66. O órgão revela ainda no levantamento gastos com outros itens, como manteiga (R$ 44,25), óleo (R$ 6,93), café (R$ 10,49), açúcar (R$19,05), feijão (R$ 30,06), farinha (R$ 31,17) e arroz (R$ 22,21%).   

 

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