Governo quer estabilizar dívida e obter 'selo de bom pagador' até 2026, diz secretário

Segundo Rogério Ceron, o retorno do selo de bom pagador atrairá mais investidores estrangeiros e, com isso, haverá queda nos juros

O Liberal

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscará estabilizar a dívida pública nos próximos anos, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Ele acrescentou que a área econômica também tentará recuperar, até o fim do mandato, em 2026, o chamado "grau de investimento" pelas agências de classificação de risco, considerado um selo de bom pagador. As informações são do G1.

O endividamento do setor público consolidado, em 74,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no patamar de novembro, é considerado alto para o padrão dos países emergentes, cuja média é de 65% do PIB. No pior cenário avaliado pelo Tesouro Nacional, a dívida terminaria 2026 em 76% do PIB e, no melhor, pouco acima de 70%. O cenário "base" contempla que o endividamento terminaria o mandato Lula em cerca de 74% do PIB, próximo do atual patamar.

Nos próximos anos, as estimativas para a dívida pública contemplam: os efeitos do pacote fiscal anunciado pela equipe econômica; a manutenção da receita corrente líquida em cerca de 19% do PIB e despesas totais do governo abaixo de 19% do PIB; discussão e possível aprovação de mudanças estruturais da economia; e a retomada de condições para a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, para a curva de juros de longo prazo, com queda de dois pontos percentuais.

Grau de investimento

A meta de conquistar novamente até 2026 o grau de investimento, o selo de bom pagador, segundo o secretário do Tesouro Nacional, trará consequências positivas para a economia brasileira. O país conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s (S&P) pela primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody's.

A S&P foi primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015, ação que foi seguida pelas outras duas grandes agências internacionais, Fitch e Moody's. As agências têm uma longa escala de classificação, com mais 20 notas.

A obtenção do grau de investimento tem reflexo não só no ingresso de investimentos no país, mas também na taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro na compra de títulos públicos. Juros menores também implicam em uma despesa financeira mais baixa, contribuindo para uma contenção da dívida pública.

"O grau de investimentos traz um impacto muito grande no custo de financiamento da dívida. Atrai capital externo para o financiamento de investimentos produtivos", declarou Ceron. Segundo ele, o retorno do selo de bom pagador atrairá mais investidores estrangeiros na compra dos títulos públicos e, com uma demanda maior, haverá queda nos juros.

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