Governo de Milei completa um ano nesta terça-feira (10) com mudanças na economia

Paraenses contam sobre as adaptações no último ano

Tamyres Damasceno, Especial para O Liberal
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O governo de Javier Milei completa um ano nesta terça-feira (10) com mudanças que influenciaram a economia e a sociedade do país: redução da inflação e aumento da pobreza. Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec), 52,9% da população está abaixo da linha da pobreza de acordo com censo do primeiro semestre de 2024 e uma variação de 23% no valor da cesta básica em outubro deste ano. No mesmo mês, a inflação teve seu resultado mais baixo desde novembro de 2021 com 2,7% segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado pelo Indec. Alterações que têm atingido os argentinos e paraenses que vivem no país.

O paraense e estudante de medicina Maximus William mudou para a Argentina em 2022 visando cursar sua graduação e conta que no último ano identificou altas nos preços de produtos que utiliza. Ele explica que há dois anos era muito mais rentável para um brasileiro viver no país devido à diferença da moeda brasileira em relação a da argentina. “Antes, um real brasileiro valia, quando eu cheguei lá, 26 pesos. Porém, com o passar dos anos, um real brasileiro começou a valer 200 pesos. Ou seja, um real, a gente tinha muito mais pesos do que eles teriam se fosse converter a moeda deles para a nossa. Porém, depois de um ano de governo, a gente já conseguiu notar uma grande diferença no preço das coisas e começou a ter uma desvalorização do real com relação ao peso antes, se um real valia 250 pesos, hoje na cotação atual, um real está valendo 180 pesos e isso impactou diretamente todo o nosso poder de compra lá na Argentina, porque as coisas começaram a aumentar”, relata.

Ele conta que as alterações de preço chegaram a ocorrer semanalmente, principalmente no mercado. “Era muito comum que a gente estivesse fazendo compras e as pessoas estivessem no corredor trabalhando já mudando o preço das coisas, porque de um dia para o outro costumava mudar esse preço”, afirma. Para o estudante, o aluguel de imóveis foi onde mais teve alterações nos preços, em razão das mudanças na regulamentação desse setor no início da gestão de Milei. “Elas faziam as próprias leis delas, antes se você podia aumentar o aluguel a cada um ano, agora você pode aumentar semestralmente, você pode aumentar mensalmente ou a cada três meses. Agora, esse ano, eles simplesmente mudaram isso. Já não foi um aumento anual, foi um aumento semestral. Então o que era um valor há três meses atrás, agora já está em outro valor. E daqui a três meses, um valor completamente diferente, muito mais alto”, acrescenta. 

Os paraenses que escolhem a Argentina como destino das férias também perceberam as mudanças em relação ao ano passado. A pedagoga Elizabeth Brito viajou em 2023 e neste ano para o país e conta que houve um aumento notório nos preços. “Foi uma diferença absurda no intervalo tão pequeno que foram de exatos 12 meses. Mais caro tudo, mais barato nada. Por exemplo, um hambúrguer que custava ano passado R$ 15 reais, este ano estava mais de R$ 50 reais, isso no mesmíssimo estabelecimento. Produtos de higiene também estão bem caros. Papel higiênico era um dos produtos que notei que é absurdamente caro. Mas, em suma, a alimentação estava muito mais cara”, exemplifica. 

Diante das mudanças, os paraenses recorrem a estratégias para se manter no país e se ajustar à nova realidade. “Pessoas que antes moravam sozinhas, agora estão dividindo apartamento, pessoas que antes saíam todo fim de semana, agora saem uma vez no mês para fazer as suas coisas. Agora, embora não esteja sendo tão fácil assim manter o mesmo padrão de vida, manter todo o dia a dia, a rotina, as pessoas ainda vão dando um jeito, nisso eu me incluo, para poder terminar o que começou ali no país. Enquanto isso, manter o que estou mantendo agora pra que eu consiga, por exemplo, terminar a minha graduação”, afirma estudante de medicina Maximus William. 

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