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Feijão continua subindo e dobra de valor neste início de ano

Nos dois primeiros meses de 2019, produto acumula mais de 100% de alta

Abílio Dantas/Redação Integrada
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O preço do quilo do feijão consumido pelos paraenses apresentou alta recorde de 51,28%, no mês passado, nos supermercados de Belém. O valor do produto, em média, passou de R$ 4,31, em janeiro, para R$ 6,52, em fevereiro. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em comparação com o mesmo mês em 2018, quando o preço praticado era R$ 2,96, o aumento acumulado foi de 120,27%. É importante demarcar que a inflação no período foi de 4%, o que demonstra o desequilíbrio da mudança. Quando a referência tomada são os dois primeiros meses de 2019 em contraste com  o fechamento de 2018, que registrou a venda, em média, a R$ 3,23, a alta passa para 101,86%.

Os feijões carioquinha, jalo e cavalo, os tipos pesquisados pelo Dieese nos supermercados da capital paraense, são cultivados, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul do país, com destaque para o Estado do Paraná, que é o maior produtor brasileiro do alimento. De acordo com o engenheiro agrônomo Benedito Dutra, a produção de feijão nessas áreas teve queda devido a fatores climáticos, o que motivou a diminuição da oferta e a consequente alta dos preços.

"A falta de chuvas no início do ano, nestes locais, na época do plantio, fez com que a produção ficasse mais escassa, pois o feijão é uma cultura que não pode ser colhida com muita chuva, mas também não produz com pouca água. Com isso, automaticamente, para regular o consumo, o preço acaba aumentando pela falta do produto e a alta demanda de consumo", explica o agrônomo.

Benedito Dutra, além de engenheiro, é também produtor de feijão-caupi no município de Tracuateua, na Zona Bragantina. Segundo ele, a produção também tem apresentado queda no Pará. "De forma geral, é o pequeno produtor que planta feijão no Estado e, para esse tipo de produtor, deixou de ser lucrativo (cultivar feijão), pois a colheita exige o uso de maquinários, que são caros. Para fazer a colheita de forma braçal, é preciso contratar outros trabalhadores e seguir as leis trabalhistas para não levar multa. Tudo isso, fez com que passassem para outras culturas, como a mandioca", relata.

Por outro lado, no Pará, houve progresso na área devido a estudos da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), segundo o agrônomo. "Em 2001, não existia cultivo de feijão no Estado, mas, em 15 anos, com auxílio também de órgãos como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater- PA), passamos a ter 10 espécies de feijão prontas para serem plantadas aqui", comemora. Para Dutra, o que falta, agora, é que haja incentivo aos empresários e pequenos produtores para que a produção local possa crescer e passar a ser significativa em relação aos produtos que vem de fora.

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Economia
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