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Febre dos bebês reborn aquece mercado em Belém: preços podem chegar a R$ 5 mil

Com aparência realista e forte apelo emocional, bonecas artesanais atraem público infantil e adulto. Crescimento da demanda impulsiona vendas e revela desafios de produção.

Jéssica Nascimento
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O fenômeno dos bebês reborn bonecos artesanais hiper-realistas feitos à mão — tomou conta da internet brasileira nas últimas semanas. Em Belém, esse movimento reflete em um aumento expressivo da procura e valorização dos produtos. Apesar do alto custo e da dificuldade de obtenção de materiais, empreendedoras como Lorena Melo e Aline Neves enxergam um futuro promissor para o segmento na capital paraense. 

image (Foto: Igor Mota)

Realismo que encanta e exige dedicação

A paixão pela arte reborn começou por motivos afetivos para as empreendedoras Lorena Melo e Aline Neves, que hoje transformaram o hobby em fonte de renda. Os bebês reborn são esculpidos com tamanha precisão que imitam um recém-nascido em detalhes como pele, cabelos e até pequenas marcas.

"Foi por hobby primeiro. Hoje é algo que acrescenta no meu financeiro", conta Lorena, que atua na área há seis anos e também é servidora pública. 

image (Foto: Igor Mota)

Ela revela que a produção de cada boneco pode levar de três a dez dias, dependendo do material.

"O detalhe mais trabalhoso é o enraizamento fio a fio do cabelo, que leva até seis horas."

Para Aline, que começou o negócio em 2020, a motivação veio da filha. Desde então, ela se especializou na técnica e comanda uma "maternidade reborn" online. “Não é simplesmente uma boneca. É uma arte que requer técnica, tempo e carinho”, afirma.

Preço elevado e personalização como diferencial

O custo dos bebês reborn pode surpreender. Os preços partem de R$ 950, podendo ultrapassar os R$ 5 mil, dependendo do material usado — como vinil siliconado ou silicone sólido — e das características escolhidas.

image Lorena Melo. (Foto: Igor Mota)

"Os bebês de silicone sólido são os mais caros", explica Lorena. "Mas o valor é influenciado pelo tipo de material, não pela personalização." 

Já Aline reforça que o público ainda resiste ao preço, por não entender o trabalho envolvido: "Alguns acham caro por acharem que é só uma boneca qualquer."

Ambas oferecem a possibilidade de personalização, permitindo que o cliente escolha tom de pele, cor dos olhos e do cabelo, peso e até detalhes únicos, como sinais de nascença.

Crescimento nas vendas e desafios da produção

O período entre outubro e dezembro concentra os maiores volumes de vendas, impulsionado por datas comemorativas como o Natal. Lorena relata um aumento de 50% na procura só neste ano. Hoje, atende de seis a dez encomendas por mês, principalmente em Belém, mas com entregas para todo o país.

image  (Foto: Igor Mota)

Apesar da alta na demanda, o trabalho enfrenta entraves.

“Não encontramos os materiais aqui na cidade. Tudo precisa vir de fora”, lamenta Lorena.

Aline complementa que, além dos custos de produção, há o desafio da desinformação.

“Já tive encomenda cancelada por causa da polêmica na internet. Precisamos lembrar que é uma arte, e muitas vezes usada como terapia", destacou Aline.

Muito além de brinquedo: afeto e inclusão

Embora o público principal ainda seja infantil, o interesse de adultos e idosos tem crescido. Alguns buscam os reborns como itens de coleção; outros, como instrumentos terapêuticos. “Eles ajudam no emocional de pessoas com dificuldades intelectuais e idosos que enfrentam solidão”, afirma Aline.

image  (Foto: Igor Mota)

As bonecas representam mais que brinquedos: são objetos de afeto e cuidado. “Cada venda tem uma história diferente. É preciso empatia”, ressalta Lorena, que sonha em abrir uma loja física em Belém para receber melhor os clientes.

Um mercado em expansão

Apesar de ainda ser uma novidade para muitos em Belém, o mercado dos bebês reborn mostra-se promissor. “É uma onda que veio para ficar”, afirma Lorena. 

image (Foto: Igor Mota)

Aline acredita que com mais divulgação e esclarecimento, a arte será mais valorizada na capital paraense. “A alegria ao entregar um bebê do sonho de uma criança é o que nos move”, disse.

Com o crescimento nas redes sociais e o olhar atento de empreendedoras locais, os bebês reborn conquistam não só curtidas, mas também espaço no mercado e nos corações paraenses.

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