Embrapa desenvolve novo tipo de feijão-verde indicado para agricultura familiar do Pará
Novas cultivares apresentam índice de produção superior às tradicionais

Duas novas cultivares de feijão-de-metro, conhecido como feijão-verde, foram lançadas pela Embrapa, nesta terça-feira (22), em Belém. As novas espécies foram projetadas para regiões com clima quente e possuem um índice de produtividade superior que às tradicionais e são indicadas para a agricultura familiar do Pará.
A Central de Abastecimento do Pará (Ceasa-PA) estima que o volume produzido nos últimos cinco anos, de 2019 a 2023, foi em torno de 700 a 800 toneladas em uma área plantada estimada em 20 hectares.
O programa de melhoramento genético de feijão da instituição desenvolveu a BRS Lauré (vagem roxa) e a BRS Raíra (vagem verde-oliva). As espécies foram apresentadas a agricultores, técnicos da extensão rural e profissionais do agronegócio, que conheceram as vantagens dos novos materiais e o campo de produção de sementes.
“São os primeiros materiais genéticos de feijão-de-metro produzidos pela Embrapa em todo o Brasil, com total adaptabilidade para climas quentes e têm grande potencial de adoção por agricultores familiares e comunidades tradicionais na região amazônica”, ressaltou o chefe-geral da Embrapa no Pará, Walkymário Lemos.
Para Sandra Sueli Silva, agricultora da comunidade Vista Alegre do Maú, município de Terra Alta, nordeste do Pará, as novas cultivares de feijão-de-metro são importantes para diversificar a produção e ampliar o leque de produtos da cooperativa local. A agricultura é a principal atividade produtiva das 36 famílias que integram a associação de moradores. “Além da produção de mandioca e de hortaliças, as famílias produzem os alimentos biofortificados desenvolvidos pela Embrapa”, conta.
A BRS Lauré é a primeira cultivar com vagens longas e roxo-avermelhadas desenvolvida para o mercado do Norte. “É um produto novo no mercado que atrai pelo apelo visual, mas que apresenta elevada produtividade e distribuição bem equilibrada de vagens ao longo do plantio”, afirma o pesquisador Rui Alberto Gomes.
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Já BRS Raíra possui vagens na cor verde-oliva e produziu mais de 10 toneladas de vagem fresca por hectare, enquanto os materiais tradicionais ficaram entre 7 (variedades comerciais) e 8,6 t/hectare (variedades crioulas). “Essa cultivar tem vagens mais longas que as atualmente comercializadas e são boas para o consumo em virtude do baixo teor de fibra”, destaca o pesquisador.
O diretor de Agricultura, Aquicultura e Pesca da Secretaria de Agricultura de Marituba (PA), Moore Yckxx da Silva, aponta que o lançamento das duas variedades pode apoiar e alavancar a produção familiar rural no município. “Temos 133 agricultores familiares, que além de apoio para a produção agrícola precisam de segurança alimentar. Então esses dois novos materiais desenvolvidos pela Embrapa, que é uma referência para a agricultura brasileira, são muito importantes para o município”, finaliza.
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