Desafios rurais e melhorias no setor são temas do 59º Encontro Ruralista promovido pela Faepa; vídeo

Ruralistas de todo o Estado participaram do primeiro dia do encontro e trouxeram a questão fundiária como um dos maiores desafios enfrentados

Amanda Martins

Os desafios do agronegócio em um cenário considerado de “incertezas” serão abordados no 59º Encontro Ruralista, promovido pelo Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado do Pará (Fundepec) e sindicatos, com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O evento começou nesta terça-feira (6) e prossegue na quarta (7), na sede do Palácio da Agricultura, no bairro de Nazaré, em Belém. 

Nos dois dias de conversa, lideranças sindicais, coordenadores dos Núcleos Regionais e produtores rurais dos 144 municípios paraenses vão discutir diversos assuntos de interesse do segmento agrícola, além de abordar a realização da COP-30 no Estado, o Crédito de Carbono e a Monetização das Florestas. A intenção é, de fato, discutir as prioridades para o agronegócio, já que a Frente Parlamentar da Agricultura do Estado do Pará estará no encontro para colher as "escutas". 

Para o presidente da Faepa, Carlos Xavier, é muito importante a participação de todos os ruralistas para que se possa assegurar o desenvolvimento do setor agrícola e pecuário no Estado, levando-se em conta as diferentes regiões do Pará, que têm também diferentes demandas a serem atendidas. “Vamos discutir sobre o que interessa ao Pará. Teremos palestras sobre o que está sendo discutido no Congresso Nacional, como o marco temporal, além de assuntos nossos. A COP-30 vem tratando questões climáticas e vamos nos preparar porque o mundo inteiro vem para cá”, disse Carlos Xavier dando um panorama dos assuntos que serão discutidos.

Na ampla lista de palestras, também serão abordados nos dois dias de eventos a Reforma Tributária; orientações sobre embargos ambientes; planos estratégicos e o combate à Influenza Aviária, entre outros assuntos.

image O presidente da Faepa, Carlos Xavier (Ivan Duarte / O Liberal)

Principais demandas discutidas

Segundo o zootecnista e diretor técnico da Federação da Agricultura do Estado, Guilherme Minssen, debater os desafios é de suma importância porque permite que os próprios ruralistas possam entender e ver o que está evoluindo na pecuária da região, e o que ainda está faltando. 

“O agronegócio na Amazônia se faz com qualidade. Hoje somos exportadores de carne, peixe, grão, frutas, e principalmente a cultura do cacau, dendê, o açaí nem se fale”, destacou Guilherme Minssen.

Dentre os principais desafios encarados pela classe rural, o zootecnista destaca a segurança jurídica, a maior delas.  “Você ter o seu trabalho em uma área e essa área você ter possa dela, você poder trabalhar nela e saber que você está trabalhando e colher”, mencionou as vantagens de buscar a legalidade.

Segundo Guilherme, o produtor rural está enfrentando uma crise atualmente, pelo fato das “carnes estarem sem preço” e do próprio produto. “Nós temos pessoas que estão conseguindo resistir no setor. Isso nos deixa aflito porque se para esse produtor rural faltar hoje, que conseguir vender a carne, não vende o boi, amanhã não tem mercado”, disse, dando ênfase que precisam dar uma atenção maior a essa problemática.  

‘Não estamos vendo os preços refletirem no consumidor’, diz produtora rural

A presidente da Comissão das Mulheres do Agro do Estado e produtora rural de Rondon do Pará, Cristina Malcher,   relatou que a classe está passando por grandes desafio,s como por exemplo a do final do ano passado e início deste ano de 2023 tiveram incidências de cigarrinhas, que é considerada uma praga.

“A gente vai passar agora pelo processo do El Niño, a questão da arroba do boi, que está um preço muito baixo e isso a gente não tá vendo refletir no consumidor. Vamos levar a pauta ao legislativo como no judirício”, afirmou Cristina.

Outra preocupação citada pela produtora é a regularização fundiária, que segundo ela, ainda não chegou em sua totalidade, mas que possui boas expectativas. “Espero que a gente consiga ter o nosso Pará completamente identificado e documentado ao produtor rural e questão ambiental, porque temos discussões que são muitas vezes ideológicas, discussões mercadológicas, e não dentro do nosso Código Florestal”, complementou Cristina Malcher.  

Para o produtor rural de Cachoeira do Arari, no Marajó (PA), Paulo Cesar Quartieto, uma das suas maiores preocupações é a forma como a agricultura tem sido trabalhada no país. Apesar de acreditar que o Brasil tem potencial, ele está observando que nos últimos meses estão tentando “boicotar” o setor misturando questões políticas.

“Estamos defendendo mais interesse externo. Parece que não querem que o Brasil se desenvolva e querem estabelecer um novo socialismo. Temos que entender que a Amazônia é patrimonialismo dos brasileiros, e a ferramenta para não deixar se desenvolver é a questão ambiental. Isso é extremamente danoso e precisa ser revertido”, declarou Paulo Cesar.

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